quarta-feira, outubro 18, 2006

gestão do Santa Maria comparada à de uma pequena cidade

Gestão do Santa Maria comparada à de uma pequena cidade

in "Secção Regional Sul da Ordem dos Médicos" Data: 16/10/2006


O presidente do conselho de administração do maior hospital de Portugal, Santa Maria, em Lisboa, que conta com cinco mil funcionários, Adalberto Fernandes, afirma que aquela unidade de saúde tem todos os problemas de uma pequena cidade, destacando a importância de andar pelos corredores para resolver problemas concretos.Em entrevista ao Diário Económico, o responsável começa por dizer que um dia normal de trabalho tem início às «9 da manhã e tem dez a 12 horas», adiantando que «é muito variado, com dezenas de reuniões» e que «a maior parte, 80%, é passado aqui (no hospital), procurando sentir o hospital, conhecê-lo e estando junto das coisas».Questionado quanto ao facto do hospital de Santa Maria ter cinco mil funcionários, Adalberto Fernandes explica que às segundas-feiras «os membros do conselho» recebem os trabalhadores para tratar de «questões profissionais ou pessoais».Quanto aos serviços de urgência, o responsável diz que «são zonas de grande intensidade psicológica, porque os doentes estão em situações de elevada tensão emocional e os profissionais também», pelo que «é um dos trabalhos mais difíceis que existe» e que o serviço está «sobrecarregado».Por outro lado, o presidente do Santa Maria deu nota que «30% a 40% das pessoas» vão à urgência «sem necessidade», o que «tem um impacto na qualidade assistencial em termos de tempo, mas também em termos de custos».Para Adalberto Campos, gerir o Santa Maria implica «falar verdade, ser leal e nunca fazer nada que não tenha dito que ia fazer, assumir os erros e explicá-lo. E ter uma política de enorme transparência».Quando ao facto de os médicos terem de lavar as mãos, a fim de evitar contaminações nos hospitais, o antigo gestor da Médis salienta «que nem sempre existem as condições físicas para isso. Não se pode fazer uma norma ou um despacho e deliberar isso».O presidente do maior hospital de país diz não estar chocado com o aumento das taxas moderadoras, «porque as pessoas têm de dar valor ao que têm» e defende que «à medida que fossem percebendo a valorização dos cuidados que têm era maior e o empenho em defender o SNS seria maior».
Fonte: Diário Económico

Sr Adalberto Fernandes
Todos devemos louvar o seu acto de andar pelos corredores (ruas) do seu (nosso) Hospital, passear pelas enfermarias (avenidas) e ir até às oficinas (vielas) . Sabemos também que não esquece uma visita aos serviços de Consulta Externa (praças), Meios Complementares de Diagnóstico, Administrativos, Armazens Clínicos e Gerais, Gabinetes e Salas de Tratamento, etc , etc. Ainda conseguiu, às escondidas, comprovar que "os médicos não lavam as mãos"... e depois finalmente, repousa no seu Gabinete (Camara Municipal) e reserva algum tempo para Reuniões no sentido de programar a actividade do seu (nosso) hospital, que sendo o maior hospital do país até se assemelha a uma "pequena cidade"....

Pois se é tão custoso e difícil administrar uma empresa (cidade) como esta, porque não propõe ao Sr.Ministro da Saúde a não insistência em criar Centros Hospitalares, como está agora "na moda"?
É que na decada de 80 já se tinha concluído que a gestão financeira, administrativa e assistencial de "monstros" como o Santa Maria de Lisboa, o S.João do Porto ou os HUC de Coimbra era difícil e com resultados catastróficos, como ainda hoje o são.
Porquê então juntar administrativa e financeiramente pequenas unidades hospitalares (que continuam a dar provas de excelente rentabilidade financeira/administrativa/assistencial) a outras maiores, criando assim mais "monstros" ingovernáveis como o é o Hospital de Santa Maria de Lisboa, por exemplo?

E porque falou no Serviço de Urgência do seu (nosso) Hospital, porque não propõe ao Sr. Ministro CC o não encerramento do S.U. do Curry Cabral já que com isso irá ainda mais "sobrecarregar" o seu (nosso) Serviço de Urgência do Santa Maria? Ou não será que o desgaste psicológico dos profissionais que lá trabalham vai ser maior, bem como dos doentes que verão alargado o seu tempo de espera por consulta/tratamento?

Todos aplaudimos a sua dedicação à administração do seu (nosso) Hospital. De facto trabalhar 12 horas por dia é uma violência.... Por certo que o Sindicato dos Administradores Hospitalares (a existir) não o aplaude nessa sua atitude. Porque não propõe em altura de reformas que os membros do CA tenham um horário de 35 horas/semana , com controle de assiduidade já que as horas extraordinárias devem ser pagas?

Talvez os aumentos das taxas moderadoras (penalização) dêm para compensar esse pagamento extraordinário e se não chegar, Sr. Administrador, estou certo que com a criação duma taxa de punição sobre os médicos que não lavem as mãos acertará "as contas". Deverá ser este o pensamento dum gestor privado com fins lucrativos como é a Medis ou já se esqueceu?

Espero que sim...

Passo a ironia...

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