terça-feira, outubro 30, 2007

os Serviços de Urgência Básicos

Serviço de Urgência, de José Perez


"O facto de, no INEM, estarmos a realizar um esforço de sinal positivo, num contexto nacional de contracção dos efectivos da administração pública, documenta bem a importância que o Governo atribui ao INEM."
"A actividade de urgência e emergência está a sofrer um profundo alargamento e extensão em todo o país», o ministro disse que o novo espaço do INEM, em Coimbra, permite uma «melhoria da qualidade da assistência» e uma «melhor acessibilidade a estes cuidados», promovendo ainda a «equidade no acesso» e a «racionalização dos recursos."

Correia de Campos na inauguração das novas instalações regionais do INEM, em Coimbra. DD


Entretanto, ter-se-á esquecido Correia de Campos e os seus conselheiros, de que os Serviços de Urgência Básicos (SUB) propostos para entrar em funcionamento até ao fim deste ano, não tendo ainda disponíveis as “salvadoras” ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV ) nem tão pouco os seus tripulantes (enfermeiro e motorista) assegurados por concurso, vão ter os tais dois médicos aconselhados pelo Dr. António Marques - Coordenador da Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências (desaparecido da cena pública há já largos meses), com uma preparação indiferenciada, sem qualquer prática em suporte básico nem tão pouco avançado de vida ou qualquer experiência em atendimento básico de urgência.
“Fornecidos” (outsourcing) por empresas privadas (PGA no Norte) a custos elevados já estão a assegurar o atendimento dos doentes nos actuais Serviços de Urgência Médico Cirurgicos (SUMC) e Polivalentes (SUP) e preparam-se para o fazer, da mesma forma, nos SUB, mas neste caso sózinhos, sem qualquer apoio diferenciado.

São eles (felizmente poucos e a não chegarem para as encomendas), médicos em fase final de carreira ou já reformados, emigrantes à procura de emprego e “desempregados” que não conseguiram entrar nos Cuidados de Saúde Primários ou realizar contratos com os HH EPE, vá-se lá saber porquê.
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“Correm”, do turno da tarde do SUB “A”, para a da noite do SUMC “B”, ou do da noite do SUMC “B”, para o da manhã do SUB “D” ou SUP "E".
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Dias e dias a fio, horas e mais horas por semana, Euros e mais Euros arrecadados.
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Uma correria.
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E quem controla isto?.
Ainda há quem considere não serem as Carreiras Médicas importantes!
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1 comentário:

Anónimo disse...

Os "motoristas" que são os TAE e os Enfermeiros já estão disponíveis faz tempo. O que faz com que o caso mude de fígura, no meu ver para pior.
Sou uma crítica do Instituto Nacional de Emergência Médica, quem me dera não saber o que lá vai dentro, vivia bem menos desiludida.
Estes TAE e Enfermeiros não foram colocados nas SIV, não por ainda não estarem disponíveis mas porque a única SIV que arrancou foi a de Odemira. E porque digo que torna o caso ainda pior? Porque foram colocados como 3º tripulantes nas ambulâncias espalhadas pelo país. Estamos nós a pagar ordenados com os nossos impostos para depois eles andarem a passar o tempo, não por culpa deles está claro mas porque o ministério e o INEM não sabe o que anda a fazer. É asneira atrás de asneira.

Luz