sábado, outubro 13, 2007

irreais expectativas desleais no SNS

Tudo que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais

Vanessa Da Mata/Ben Harper - Boa Sorte / Good Luck
.
"A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) está a pressionar o Estado para fazer mudanças de fundo no Serviço Nacional de Saúde (SNS), de modo a permitir que os cidadãos tenham uma maior capacidade de escolha das unidades de saúde onde querem ser tratados, gerando uma maior concorrência entre os prestadores de cuidados de saúde em Portugal. "Jornal de Negócios

A mudança já há muito está prevista, agora com o alargamento das parcerias também à exploração da “prestação de cuidados” durante 10 anos:

"As PPP na área da Saúde vão absorver 80,7 milhões de euros em 2008, e 224,4 milhões de euros em 2009. O valor orçamentado para 2008 engloba as PPP já em operação (o centro de atendimento do SNS e o Centro de Medicina Física e de reabilitação do Sul) e os projectos em concurso (como o hospital de Loures e os novos hospitais de Cascais, Braga e Vila Franca de Xira). "Público

... a mudança já está feita, com o encerramento das Maternidades do Hospital e Amarante e de muitas outras:
"O motorista da ambulância assistiu ao parto, apoiado pelas duas maqueiras que seguiam com ele.A jovem parturiente reside na Freguesia de Ansiães, em pleno Marão, a cerca de 60 quilómetros da maternidade para onde ia ser levada." RR – 11/10/07

... a mudança já está a ser feita com a possibilidade de horários em “part time” e a extinção dos regimes de exclusividade nos serviços públicos de saúde:

"Quem está satisfeito com o trabalho que faz no sector privado reduz o seu tempo no hospital público, sem quebrar o vínculo, sem quebrar a relação de emprego, sem quebrar a sua contribuição para a reforma pública" Correia de Campos

e para quem voluntariamente quiser deixar de trabalhar no sector público do SNS, para a tempo inteiro trabalhar no sector privado, também oferece o Governo mais qualquer coisinha:
"os dispensados "voluntários" que decidam ir trabalhar para o sector privado vão receber uma subvenção mensal superior à daqueles que tenham sido obrigados a ir para a mobilidade especial: 75% do seu salário ilíquido nos primeiros cinco anos; 65% até ao 10.º ano e 55% daí para a frente, contra 70%, 60% e 50%, a que têm direito os restantes dispensados.DN

A mudança assim também se faz através da redução a todo o custo dos efectivos da função pública, redução a que o SNS também não escapa.

Justifica-se assim a extinção de serviços e a realização de convenções, de contratos ou avenças com empresas privadas para prestação de serviços, pagos a peso de ouro, nas áreas dos meios complementares de diagnóstico e tratamento (análises, radiologia, fisioterapia, radioterapia, endoscopia, etc.) e de prestação directa de cuidados como nos Serviços de Urgência, enquanto que de forma perfeitamente selvagem os Hospitais EPE realizam contratos individuais de trabalho tão díspares quanto os interesses individuais, as pressões e as influências internas dentro de cada instituição.
.
.
.


Sem comentários: