sábado, dezembro 30, 2006

o poder anti-democrático na autarquia de Fafe e o encerramento do Serviço de Urgência


A orientação da política em geral e em particular a da saúde e do poder local deve ir ao encontro dos interesses colectivos, com uma participação activa dos partidos sim, mas sem que os interesses partidários subjuguem os interesses colectivos.


Mas todos sabemos que assim não é.


E quando a hegemonia partidária (por força da maioria) é cega, prepotente e antidemocrática, então mais se faz sentir a subjugação do colectivo ao partidário.


É isto que se passa em Fafe ao nível da sua autarquia:


Com o estudo teórico de que resultou a proposta de requalificação da rede de Serviços de Urgência (que me dispenso aqui de reanalisar), prevê-se que seja encerrado o Serviço de Urgência do Hospital de S.José de Fafe.


Associações locais, grupos de cidadãos e Instituições e algumas autarquias do concelho, já exprimiram a sua posição contra tal perspectiva de encerramento.


Até o Sr.Presidente da Câmara de Fafe exprimiu muito velada e dubiamente a sua posição:

- “de que tudo fará para que os fafenses não vejam piorada a acessibilidade e qualidade da assistência médica”

- que o serviço de urgência de Fafe só serve para os fafenses irem “ buscar uma guia de marcha de transferência para Guimarães”

- “não sou contra a reestruturação de serviços, contra a racionalização de custos. Sou contra qualquer medida que seja economicista.

Palavras dum Presidente da Câmara do Partido Socialista.


Descontentes com a actuação do seu Presidente da Câmara – Dr.José Ribeiro - que com o mandato da Assembleia Municipal (AM) para “acompanhar todas as iniciativas relativas ao encerramento do SU, junto do Ministério da Saúde” nenhuma informação tem dado sobre as reuniões havidas, todos as forças partidárias da oposição na Assembleia Municipal decidiram, com base no seu Regimento, solicitar ao seu presidente - Dr. Laurentino Dias (Secretário de Estado do Desporto do actual governo) - que convocasse uma assembleia extraordinária para “fazer o ponto da situação daquilo que tem sido feito por parte da autarquia a favor da manutenção do SU em Fafe”.


A resposta do Dr. Laurentino Dias ao requerimento foi o “indeferimento” alegando que no dia 29 de Dezembro estaria programada uma AM ordinária em que esse assunto iria ser abordado.


Perante esta “ilegal” recusa, um grupo de 25 Deputados da AM decidiu formalizar, ao abrigo do mesmo Regulamento, a sua convocatória para o dia 21 de Dezembro, com o mesmo objectivo – “O encerramento do Serviço de Urgência do Hospital de S.José de Fafe”.


E o que sucedeu?


A totalidade dos membros do Partido Socialista representados na AM não compareceram, nem mesmo o seu Presidente da Mesa pelo que a Assembleia não se realizou por falta de quórum.


No dia 29 de Dezembro, antepenúltimo dia do ano de 2006, realizou-se a Assembleia Municipal Ordinária que por falta de tempo não completou a Ordem de Trabalhos onde, no seu segundo ponto tinha programado: “O Serviço de Urgência do H.S.José de Fafe”.


Mas antes da Ordem do Dia o seu Presidente da Mesa foi alvo de protestos de todos os partidos representados com excepção, óbvia, do Partido Socialista.link


E a sessão continua já no ano de 2007…


Não se exige de ninguém que pense e analise os problemas da mesma forma.


Não se pede que a maioria ceda aos interesses da minoria.


Só se considera que usar a “ilegalidade” para impedir o debate de ideias duma forma democrática e deliberadamente não comparecer e aconselhar os restantes deputados municipais a fazer o mesmo, de forma a impedir a realização do mesmo, é no mínimo:


Um comportamento deselegante e antidemocrático, nada aconselhado a um Secretário de Estado do Governo do nosso país.

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