segunda-feira, julho 07, 2008

números para quê?

Meus amigos:
Pediram-me aqui para “dar as cartas“ apresentando os “números”.


Mas “será que é mesmo preciso apresentar os números”, quando, a ARS do Norte e o CA do Centro Hospitalar do Alto Ave, definidores e executores da política de saúde regional e local (Fafe e Guimarães), desde há muito os conhecem através dos Relatórios de Actividade que lhes chegam às mãos, como fiéis reveladores que devem ser, do que produzem os serviços clínicos da Unidade de Fafe (TODOS ELES)?

Penso não ser necessário...
Porque há muito sabem (e publicamente o reconhecem) que per capitae, o que a Unidade de Fafe produz (em termos de quantidade e qualidade assistencial), faz “inveja” a qualquer serviço homólogo da Unidade de Guimarães e de muitos HH públicos.

Porque sabem (e o SIGIC o comprova) que nenhum doente da área de influência do Hospital de Fafe teve até à data necessidade de recorrer a “vales de cirurgia”, emitidos pelo SIGIC, para verem o seu problema cirúrgico ou ortopédico resolvido em tempo útil, ao contrário dos muitos que se encontram à espera, meses e meses a fio, por pertencerem à área do Hospital de Guimarães.

Porque sabem que o índice “case mix” da Unidade de Fafe, até ao ano da integração no CHAA (2007), sempre foi superior ao da Unidade de Guimarães e que os números de aumento de produtividade (nº doentes tratados, nº de CE, nº cirurgias, taxa de ocupação, demora média, nº de doentes observados em SU), revelam que idêntica superioridade continua a ser expectável já que não houve alteração nos GDH tratados na Unidade de Fafe.

Sabem também que este aumento de produtividade, que não seria de prever em virtude da sangria de profissionais médicos que se verificou nos últimos 12 meses (acrescida da instabilidade criada e da desmotivação sentida a todos os níveis nos seus profissionais), se deveu e deve ao profissionalismo, a uma boa gestão e à competência de todos grupos profissionais intervenientes no tratamento dos doentes na Unidade de Fafe.

Sabem que limitações locais que condicionaram uma redução significativa dos dias de actividade do Bloco Operatório (paralisação por obras, falta de apoio de Internistas no pós-operatório) não impediram que a produção cirúrgica fosse, no primeiro semestre de 2008, superior à do semestre homólogo de 2007.

E quando o CA do CHAA da mesma forma sabe que face à proposta da criação de uma Unidade de Cirurgia de Ambulatório na Unidade de Fafe (apresentada pelos Serviços de Cirurgia, Ortopedia e Anestesiologia já em Junho de 2007) nunca lhe quis dar luz verde e que igual ausência de concordância existiu perante a disponibilidade apresentada pelo Serviço de Ortopedia, para a realização de cirurgia ortopédica adicional (SIGIC) na Unidade de Fafe…

Então “números” para quê se com estas e muitas mais evidências que aqui poderiam ser apresentadas se pode inferir estarmos perante uma gestão que numa aparente prossecução dos princípio de rentabilização de meios e de capital humano (subjacente à criação dos Centros Hospitalares), sem contraponto algum, cegamente destrói o que de melhor existe no Centro Hospitalar ao tentar alterar a autonomia dos Serviços clínicos da Unidade de Fafe (que o Regulamento Interno do CHAA prevê existirem como tal), anexando-os a serviços que cheios de conflitos internos e de interesses individuais ou de grupo, têm dado prova de não quererem alterar o status quo a que há muito estão habituados e do qual não se querem afastar nem que ninguém os afaste.

Tudo isto com a conivência do CA do CHAA, e aparentemente, e à distância, com a concordância (e conivência também), da ARS do Norte.
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Mas uma vez mais:

Enquanto houver estrada p´ra andar a gente não vai parar !!!
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