quarta-feira, março 28, 2007

a pressão financeira e a qualidade dos cuidados de saúde


Retiro, do texto publicado pelo TMOnline de 27.03.07 que resume o que se passou num debate sobre “Sistemas de Saúde e qualidade dos cuidados oferecidos aos cidadãos” realizado na Ordem dos Médicos do Norte aquando da apresentação do “nascimento” da Sociedade Portuguesa para a Qualidade em Cuidados de Saúde, a preocupação da Drª Susana Parente (Anestesiologista do Hospital de S.Francisco Xavier) quando confrontada com a análise feita por Maggie Somekh sobre o “Passado, Presente e Futuro do NHS” link
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"Precursor de algumas medidas agora espelhadas no Serviço Nacional de Saúde português, o National Health Service (NHS), do Reino Unido, debate-se actualmente com alguns problemas que, acreditam os especialistas, deverão vir a fazer-se sentir em Portugal nos próximos anos.
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Daí que as explicações de Maggie Somekh sobre o «Passado, Presente e Futuro» do NHS tenham deixado algo inquietos os parceiros portugueses.

Desde logo, a falência do modelo dos Primary Care Trusts, que estão a ser reduzidos para metade, e a competitividade entre hospitais potenciada pela abertura do mercado à iniciativa privada chamaram a atenção dos clínicos nacionais.

«Alguns hospitais não sobreviveram», contou Maggie Somekh, que falou ainda da dificuldade da partilha de experiências profissionais entre instituições concorrentes.
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Positivo no que toca à redução de custos, o outsourcing de serviços de limpeza e de catering poderá ter contribuído para a disseminação da infecção hospitalar.
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De resto, as preocupações para o futuro anotadas pela representante britânica não divergiram muito das entretanto enumeradas por Susana Parente no que toca ao sistema português. A especialista mostrou-se preocupada com a possibilidade de as pressões financeiras levarem à redução de pessoal e, consequentemente, ao encerramento de camas e ao aumento das listas de espera, conduzindo assim a uma pressão para altas precoces e a maiores possibilidades de reinternamento, bem como com a fragmentação entre serviços da esfera pública e privada e a possibilidade de o sector privado vir a tomar conta dos serviços de saúde comunitários."

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2 comentários:

Peliteiro disse...

Eu estive no "nascimento"

Filipe Tourais disse...

Apesar da experiência inglesa, parece difícil entender que a lógica de gestão de uma oficina de automóveis não pode ser aplicada a unidades de saúde.

Coloquei um link para aqui no Burro, é importante divulgar o que não é divulgado e interessa a todos.