quinta-feira, maio 31, 2007

investir no Serviço Nacional da Saúde


Ao mesmo tempo que o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, afirma que "as Misericórdias têm capacidade para acabar com as listas de espera para cirurgia, no Norte", assim também o coordenador do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos em Cirurgia (SIGIC), Pedro Gomes, considera que "as Misericórdias serão muito bem-vindas e podem provar o que dizem nas regiões mais problemáticas" do país e só nestas regiões (Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Algarve), já que segundo ele "não podemos criar oásis, nem tratar determinadas áreas do país com privilégios".

Considera assim Pedro Gomes ser o Norte do País um “oásis” , uma zona “privilegiada” , já que esta região apresenta uma média de 4,6 meses de espera quando o seu objectivo é conseguir uma mediana de cinco meses no final de 2007 para todos os doentes inscritos a nível nacional, uma meta possível no seu entender, mas só “se houver um maior número de entidades convencionadas com capacidade de absorver as inscrições».

Contrasta este apelo de Pedro Gomes a uma maior participação de “entidades convencionadas” (corroborado por Pedro Nunes da Ordem dos Médicos), com a opinião de Manuel Delgado (presidente da Associação dos Administradores Hospitalares) que considera terem os serviços públicos o dever e condições para resolverem o problema das listas de espera.

Sobre este assunto aqui, aqui e aqui já expus a minha opinião.

E revejo-me nesta opinião genérica de Manuel Delgado, de que o SNS tem condições e meios para dar resposta às ainda e sempre longas e atrasadas listas de espera para cirurgia que se auto-perpetuam, quantas vezes fomentadas por interesses existentes dentro do próprio Serviço Nacional de Saúde que vêm nelas um meio de assim, da mesma forma, perpetuarem benefícios pessoais ou privados dentro e fora dele.

E tem o SNS condições e meios para tal, se um investimento, bem menor por certo do que actualmente está a ser feito, for aplicado:

Num correcto aproveitamento das estruturas existentes e na sua modernização ao invés de, com base em argumentos economicistas, se fomentar a degradação e/ou a estagnação tecnológica conducente à desmotivação dos profissionais, precipitando ou justificando assim, o encerramento de serviços com produtividade comprovada em termos de qualidade e quantidade;

Numa correcta gestão dos quadros de efectivos e sua actualização, ao invés de neles se desinvestir, fomentando a “fuga” para o sector privado onde melhores condições remuneratórias e garantias de realização profissional (de momento e até quando?) lhes são oferecidas; propor e permitir a realização de horários semanais reduzidos (assim conduzindo a uma mais baixa produtividade e ao desinteresse dos profissionais pelos Serviços Públicos); fomentar o pluri-emprego e a instabilidade e desmotivação profissional através duma política de baixos vencimentos, de congelamentos, de contratos individuais de trabalho e duma indefinição quanto a carreiras profissionais;

Em planos de incentivos e compensações não individuais mas colectivos (institucionais, departamentais ou por serviços) "para" e "pelo" cumprimento de programas mínimos contratualizados, elaborados, concertados e aprovados com os responsáveis locais e por estes geridos, analisada a capacidade instalada, a sua optimização e consideradas as reais necessidades locais ou regionais em termos de tempos de espera para tratamentos cirúrgicos ou consultas de especialidade;

Numa permanente avaliação centralizada que divulgue duma forma regular a quantidade e qualidade produzida por cada programa contratualizado, detectando os desvios "pela negativa" para que estes possam ser corrigidos atempadamente, ou propondo a revisão "pela positiva" do contrato celebrado sempre que a produtividade alcançada ultrapasse a contratualizada e as "necessidades" dela possam ainda usufruir.

É que, como também diz Manuel Delgado, não faz sentido algum “estarmos a pagar duas vezes a saúde através dos impostos dos portugueses” quando um investimento bem mais reduzido pode e deve ser realizado na preparação e aplicação dum programa que aproveite e privilegie os profissionais e as actuais estruturas do SNS.



Pedro Nunes e Manuel Delgado - TSF

o autismo que persiste depois de 30 de Maio


"Em todos os hospitais a vida funciona tranquilamente. As salas operatórias no bloco central (Hospital Santa Maria) não estão a funcionar, mas toda a cirurgia de urgência está a ser garantida". Correia de Campos

"Os principais sistemas de transporte estiveram a funcionar, bem como parte da administração pública, sendo que no sector privado, o impacto da paralisação foi também muito reduzido". Fernando Medina

"Não tivemos uma greve geral, mas sim uma paralisação com efeitos limitados, significativamente àquem dos objectivos da CGTP. Na visão do governo a leitura política é clara: os trabalhadores portugueses rejeitaram massivamente a proposta de greve da CGTP e o Governo ciente das realidades e necessidades que vivemos prosseguirá com os portugueses o trabalho em prole da modernização e crescimento do país" Fernando Medina
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"Em comunicado, a administração do Metro sublinha que mesmo depois de definidos os serviços mínimos os trabalhadores não compareceram para os cumprir, obrigando à suspensão total da circulação.
Convocados estavam 141 funcionários e a empresa diz agora que o comportamento será penalizado com procedimentos disciplinares, que podem ir da simples repreensão até ao despedimento por justa causa"
RFM
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"Em conferência de imprensa, o secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, afirmou que se tratou de «um dia tranquilo segundo a avaliação que o Governo faz», apesar de reconhecer que «muitos cidadãos tiveram o seu dia perturbado», nomeadamente pelos transtornos no sector dos transportes.
Em termos sectoriais, o secretário de Estado afirmou que a Saúde foi uma das áreas mais afectadas pela greve, com uma adesão de cerca de 20%."
Diário Digital
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etc, etc...
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O Autismo é:
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# uma desordem psiquiátrica em que o indivíduo se recolhe dentro de si próprio, não responde a factores externos e exibe indiferença relativamente a outros indivíduos ou a acontecimentos exteriores a ele mesmo. New Lexicon Webster's Encyclopedic Dictionary - 1991

# uma desordem desenvolvimental vitalícia com perturbações em competências físicas, sociais e de linguagem. Sociedade Americana de Autismo

# uma deficiência mental específica que afecta qualitativamente as interacções sociais recíprocas, a comunicação não-verbal e a verbal, a actividade imaginativa e se expressa através de um repertório restrito de actividades e de interesses. Frith, U. 1989
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"Poucos são os tratamentos actualmente existentes uma vez que os resultados são muito pequenos e morosos". Drª Madalena Costa

Está visto que iremos ter que aguentar.
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quarta-feira, maio 30, 2007

30 de Maio ...



POR VÁRIAS RAZÕES E MAIS UMA...

VOLTO A 31 DE MAIO

terça-feira, maio 29, 2007

se Maomé não vai à montanha...


Através do Despacho nº 9400/2007 , dão o Ministério da Saúde e o Ministro do Estado e das Finanças a conhecer finalmente, as razões da exoneração já conhecida, dos membros do CA do Hospital de Santa Maria Maior, EPE de Barcelos.

Fundamentam estes membros do Governo, através deste Despacho, as razões desta decisão:

1. O ter revelado, este CA, uma “total inércia” e uma falta de “colaboração” na prossecução dos “estudos necessários para incrementar a efectividade e complementaridade dos cuidados de saúde” a prestar pelos Hospitais de Braga e Barcelos.

2. O ter apresentado “resultados aquém do exigível, com desvios em relação aos contratualizado e a uma deterioração na prestação de cuidados, evidenciada nas significativas listas de espera”.

3. O ter apresentado um plano de negócios para o triénio 2007/2009 “muito deficiente, o que motiva enormes apreensões em relação ao futuro da instituição”.

Fica-se então assim a saber que:

1. Nem tudo está a ir bem com os Hospitais EPE, do qual o Hospital de Santa Maria Maior de Barcelos parece ser (e é) um exemplo.
Haverá mais? Ou será que este CA não soube apresentar bem as contas como os outros as terão apresentado?

2. Quem não “colaborar” com os desígnios de “aprofundamento da articulação interinstitucional, nos seus vários modelos, potenciando a acessibilidade dos utentes aos cuidados de saúde” (leia-se: constituição do Centro Hospitalar Braga-Barcelos que tanta animosidade tem despertado entre os sectores políticos do PS e PSD locais), é demitido ou exonerado das suas funções.

Claro que sim...

Entretanto, para se comporem as coisas, nomeia o Sr Ministro da Saúde para Presidente do CA do Hospital de Barcelos, o actual Presidente do CA do Hospital de S.Marcos de Braga (que acumula os dois pelouros), que "leva" ao mesmo tempo consigo o Enfermeiro Director e escolhe uma médica para Directora Clínica, de entre os médicos do Hospital de S.Marcos.

Assim, fica tudo em família.

Nota de rodapé:
Terá sido aquele 2º ponto também, a razão (e só esta) da não recondução no cargo de Presidente do CA do Hospital de S.João da Madeira do também Presidente da Assembleia Municipal e membro do PSD local, que sempre se terá oposto ao encerramento do Serviço de Urgência desta Unidade Hospitalar. .
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segunda-feira, maio 28, 2007

a saúde da "flexigurança" na reforma da Função Pública

..................................................................... retirado de WEHAVEKAOSINTHEGARDEN

O projecto de Lei sobre "Regimes de vinculação, carreiras e remunerações" apresentado pelo Governo aos Sindicatos para discussão, apesar de excluir as Entidades Públicas Empresariais (EPE) (caso da esmagadora maioria dos Hospitais e dos Centros Hospitalares do SNS), como é aplicável a todos os trabalhadores da Administração Pública com vínculo público, irá afectar (ao contrário do que seria de prever) todos os trabalhadores destas instituições, nos quais se incluem os médicos, enfermeiros, técnicos superiores, administrativos, dos serviços gerais e demais trabalhadores do sector da saúde, com o referido vínculo.

É isto que o economista Eugénio Rosa conclui num estudo de análise em que chama à atenção para os desígnios que, duma forma apressada, o actual Governo pretende impor, superficializando e encurtando a discussão e a negociação do referido projecto Lei.

Retira Eugénio Rosa neste estudo as suas conclusões , resumindo-as em 17 pontos que considera, a serem aplicados, aniquiladores da estabilidade do emprego e das carreiras, condenando os trabalhadores ao arbítrio dos membros do Governo e das chefias por ele escolhidas:

1. Todos os anos os mapas de pessoal poderão ser alterados, o que determinaria uma situação de permanente precariedade e instabilidade para os trabalhadores
2. A cessação do contrato por tempo indeterminado por simples decisão do responsável máximo, tendo o trabalhador a possibilidade apenas de estar um ano na Situação de Mobilidade Especial, findo o qual seria despedido
3. O período experimental, que é um período em que o trabalhador não tem quaisquer direitos, podendo ser despedido sem qualquer indemnização, seria de um ano para todas as carreiras, que é quatro vezes superior ao do sector privado
4. A introdução de contratos a prazo mesmo no regime de nomeação, com a designação de “nomeação transitória”
5. A generalização de contratos a prazo no Administração Pública mesmo para necessidades não temporárias, o que não é permitido no sector privado
6. A introdução na Administração Pública do despedimento colectivo, do despedimento por extinção do posto de trabalho, e do despedimento por inadaptação do trabalhador, sem que se indique em que condições e quais os procedimentos a cumprir
7. As alterações nas posições remuneratórias ficariam dependentes das disponibilidades orçamentais, mesmo que o trabalhador, a nível de avaliações, obtivesse as necessárias
8. A negociação individual por escrito da remuneração
9. A contratação de trabalhadores colocados na Situação de Mobilidade Especial (SME) com remunerações inferiores aos contratados externamente
10. A violação do principio de igualdade no acesso por qualquer cidadão à Administração Pública
11. A redução arbitrária das actuais seis carreiras do regime geral a apenas a três carreiras (técnico superior, assistente técnico e assistente operacional), o que determinaria grande arbítrio no sistema de equiparação e a polivalência generalizada
12. A colocação dos trabalhadores em categorias com posições remuneratórias inferiores às que auferem na transição das carreiras actuais para as novas careiras
13. A introdução do poder absoluto das chefias, já que “o conteúdo funcional da categoria a que o trabalhador tem, não podia, em caso algum, constituir fundamento para o não cumprimento do dever de obediência e não prejudicaria a atribuição ao trabalhador de tarefas não expressamente mencionadas
14. A introdução da chamada mobilidade interna gravosa para os trabalhadores mobilizados, válida por um ano ou por prazo indeterminado
15. A redução significativa das áreas funcionais onde vigoraria no futuro o regime de nomeação (Forças Armadas, apenas dos quadros permanentes; pessoal diplomático; informação de segurança, investigação criminal, segurança pública, apenas para o pessoal operacional), transitando os actuais trabalhadores em regime de nomeação restantes (médicos, enfermeiros, técnicos superiores, técnicos administrativos, etc, etc,), “sem outras formalidades para modalidade de contrato a tempo indeterminado, mantendo apenas os regimes de cessação, de reorganização de serviços, e de colocação de pessoal em situação de mobilidade especial e de protecção social”
16. A manutenção ou integração total ou parcial ou mesmo a eliminação dos actuais suplementos remuneratórios
17. O congelamento das carreiras em mais 3 anos, a contar de 2008, ou seja, pelo menos até 2011 para a esmagadora maioria (mais de 70%) dos trabalhadores da Administração Pública.


Trata-se duma Lei, segundo António Rosa, que a ser aprovada sem as devidas alterações que se lhe exige, representará uma "negação total da Função do Direito do Trabalho na Administração Pública".

Assim se compreende a pressa com que o Governo pretende que ela seja discutida com os Sindicatos da Função Pública, ao impor unilateralmente o seu calendário de negociações e definindo previamente o número de (apenas) três reuniões para que tão importante e extensa Lei seja negociada.

Se dúvidas ainda possam existir aqui se podem ler, devidamente fundamentadas, as apreensões que Eugénio Rosa nos apresenta e que segundo ele, a serem contempladas na Lei, irão pôr “em causa a prestação do serviço público de uma forma imparcial, igual e generalizada a todos os portuguesesno qual serviço público, o SNS está incluído.

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a vacina e os políticos




18 de Abril de 2007
"O Partido Socialista (PS) considerou esta quarta-feira ser prematura a inclusão da nova vacina contra o cancro do colo do útero no Plano Nacional de Vacinação (PNV), uma proposta do partido ecológico ‘Os Verdes’." Link

27 de Maio de 2007
"(...) mas agora, um grupo de três deputados socialistas vem defender a aplicação da medida. Concretizar essa pretensão significa que a vacina passará a ser gratuita. Como alternativa à gratuitidade, os deputados apontam a comparticipação pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) na venda do medicamento (…) Correia de Campos tem um prazo máximo de três meses para responder aos deputados" Link
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"Não sou médico, sou político. Se as provas científicas forem confirmadas quanto à eficácia da vacina, a minha primeira opinião será, certamente, a de defender a vacina para ajudar a população" Marcos Sá - Deputado político do Partido Socialista

Saúda-se esta posição e esta intenção dos Socialistas.

Os Deputados da AR que são políticos (não são médicos na sua grande maioria) agora pensam assim.
Aguarda-se que o político Ministro da Saúde (que médico não é também) assim venha a pensar do mesmo modo.
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domingo, maio 27, 2007

nomeações com tomates


Tão notável nomeação a “Blog com tomates”, feita pelo “O país do Burro(a quem agradeço) a esta humilde cultura hortícola de saúde e de desabafos, não pode ser verdade... particularmente quando tão verdes ainda são os vegetais nela produzidos!!!

Mas como as culturas obedecem a normas e uma das normas está pelos tomates definida, tenho que propor outros cinco “blogues com eles” (cada um à sua medida e de várias qualidaes):



... para a frente pessoal!
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o encerramento de serviços de saúde públicos



O Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto instituição pública de saúde, carregado de história e com uma actividade assistencial, de ensino e de investigação dignas de referência no campo da oftalmologia, corria o risco de extinção ou de desmembramento em consequência dum protocolo estabelecido entre o Conselhos de Administração deste Instituto e o do Hospital de Santa Maria de Lisboa ( Castanheira Pereira e Adalberto Fernandes), não fosse uma providência cautelar ter posto fim ao desejado.


Este protocolo, para além de violar os preceitos legais estabelecidos (e em vigor) no que às Carreiras Médicas e ao Código do Trabalho diz respeito, ao pretender fazer deslocar os médicos oftalmologistas do Instituto para prestarem comulativamente serviço de urgência no Hospital de Santa Maria, conduziria a uma redução do tempo do trabalho médico no I.O.G.P., com a consequente diminuição em 20% da produtividade anual programada e a um agravamento da qualidade dos serviços lá prestados.

Estas ilegalidades e implicações nas actividades do Instituto terão sido demonstradas pelos profissionais médicos a ambos os CA das duas instituições e à ARS de Lisboa e Vale do Tejo que ” ouvidos moucos” terão feito.

E só com uma decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, dando razão a uma providência cautelar apresentada pelo Sindicato Médico da Zona Sul determinando a «suspensão de todos os efeitos decorrentes do referido protocolo”, é que os CA e a ARS de Lisboa e Vale do Tejo arrepiaram caminho, suspendendo todas as medidas por eles próprios tomadas. aqui

Um aviso para os administradores que na ânsia de ficarem bem vistos perante a tutela, ultrapassando as leis vigentes pretensamente para melhorar um dos serviços hospitalares e melhor rentabilizarem os recursos humanos, conduzem objectivamente, com as suas deliberações unilaterais, a uma penalização de serviços públicos produtivos que forçados a alterar pela negativa a sua actividade, mais facilmente poderão ser propostos para encerramento.

Mas um aviso também para todos os profissionais de serviços comprovadamente produtivos, integrados ou a integrar em Centos Hospitalares, que pelo mesmo processo de intenção de encerramento possam vir a passar. Processos de intenção em que os “bem intencionados” para tapar a cabeça, sabendo que a manta não chega, põem a descoberto não só os pés mas também suas verdadeiras capacidades de gestão danosa dos serviços públicos.
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é preciso mudar

Encontrei isto no O País do Burro

Se há vida em ti a latejar
Não, isto não é mais um “Orelhas de Burro”.


«Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver

Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar»


Se há vida em ti a latejar, Portugal já está a mudar.

Greve Geral – 30 de Maio de 2007
Ou pensas que tens que ser assim?

sexta-feira, maio 25, 2007

nem tudo parece continuar a ir bem no CODU


A propósito de duas mortes (pai e filho) ocorridas em Torres Novas há 4 dias:

“As coisas não foram bem feitas, devia ter vindo um médico até para dar apoio à família, pois estava toda a gente aos gritos e com as duas crianças [filhos de José António Silva] a assistir a tudo”, contou João Gonçalves, deixando um desabafo: “Não sei se era possível salvá-los mas o socorro podia ter sido prestado de forma diferente e eu não gostaria que acontecesse com mais alguém, pois é muito sofrimento."Correio da Manhã

Este, e muitos outros casos por certo, diariamente sucedem no nosso País e pelo mundo fora.
Ontem, hoje e no futuro continuarão suceder.

Mas "desculpas" de que:

"a pessoa que telefonou para o 112 não respondeu a uma única pergunta da operadora e desligou".
"As chamadas falsas são um dos maiores problemas do INEM".
"10 mil saídas de ambulâncias para Urgências que não existiam".

A que se podem juntar muitas mais…

De que o local indicado, por quem solicita o apoio, careceu de exactidão.
De que houve dificuldades em encontrar o local exacto.
De que a resposta às perguntas colocadas pela operadora não indiciavam situação de emergência.
De que o INEM se encontrava INOP.
De que os meios são insuficientes.
Etc, etc, etc.

Não. Mais desculpas NÃO.

Assumamos, como cidadãos, as falsas informações, o uso indevido, os nossos egoísmos, os nossos erros.

Assumam também, as estruturas públicas responsáveis pela saúde, os erros resultantes de decisões precipitadas, fundamentadas em análises incorrectas (ou inexistentes) das características da sociedade, das várias regiões do país e das suas estruturas locais de saúde, persistindo na paranóica ideia de que a sociedade portuguesa e o nosso país são iguais a tantos outros em que o exemplo que se pretende seguir já deu provas de eficácia e segurança.

Ninguém contesta a importância dum serviço de apoio médico emergente em todo o país.

Ele deve continuar a ser uma prioridade do Ministério da Saúde.

Mas devem os seus responsáveis directos e indirectos assumir as suas responsabilidades em estudar e adaptá-lo ao local ou região, em formar profissionais e equipar os serviços, em informar e formar a população, e só depois, testado o sistema quanto à sua eficiência, à sua fiabilidade e segurança dos doentes a quem ele se dirige, corrigidos os excessos e os defeitos, o aplicar e substituir por ele, criteriosa e complementarmente, o que actualmente existe e que menos bons serviços estará a prestar à população.

"Nunca é tarde de arrepiar caminho"
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o sistema de saúde Americano e "Sicko"



Quem teve a sorte de em Cannes assistir à exibição do documentário “Sicko” de Michael Moore recentemente realizado e lá apresentado, teria por certo gostado, a exemplo de muitos outros, que fortemente o aplaudiram durante a exibição.



Este documentário critica as falhas do sistema de saúde americano, razão pela qual o presidente Bush e a sua administração parecem não ter gostado tendo para o efeito denunciado judicialmente Michael Moore por ter filmado parte do filme em Cuba, violando assim o embargo americano em vigor há 45 anos, colocando a hipótese de o confiscar, impedindo assim a sua exibição nos EUA.
Ele terá acompanhado um grupo de bombeiros (e ex-bombeiros) com doenças pulmonares por terem trabalhado nos escombros das Torres Gémeas, derrubadas nos atentados de 11 de Setembro de 2001, em Nova York, com o objectivo de em Cuba serem submetidos a tratamentos médicos pretensamente na base de Guantanamo. Expulsos de Guantanamo recorreram aos Hospitais de Cuba onde terão sido assistidos medicamente.

E outros clips referentes ao sistema de saúde americano Michael Moore em “Sicko” apresenta, que fazem estremecer de vergonha o Presidente e também este senhor (Jackie Mason - comediante, agora bem a sério) que no fim deste seu clip, por certo bem pago, bem poderá ter necessidade de recorrer a um cardiologista ou a ter que ser assistido numa Unidade de Cuidados Coronários…




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quinta-feira, maio 24, 2007

assim não vale





Já não sei de deva ou possa aqui divulgar esta fotografia que retirei do Boticário que por sua vez retirou do wehavekaosinthegarden que ilustra um Post aqui colocado onde são referenciados o Sr. Primeiro Ministro, o Sr. Ministro das Finanças e o Sr. Ministro da Saúde.

Porque tenho medo que esta onda se propague e me possam um dia incluir também numa idêntica fotografia que desde já e antecipadamente (quase com uma certeza absoluta), posso afirmar estarmos perante uma fotomontagem….

Só por isso.

Não me apetece falar de professores, de Direcções Gerais, de Ministros da Educação ou das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, porque raramente o faço.

Mas arrisco a mesmo assim aqui mostrá-la, já que ilustra um Post que comenta as recentes alterações ao regime de isenção das taxas moderadoras previstas pelo Sr.Ministro da Saúde, para afirmar peremptoriamente com ela (fotografia) não poder estar de forma alguma de acordo!

Primeiro porque me parece ser intenção do autor do Post demonstrar, através da fotografia, um apelo à piedade do Sr.Ministro da Saúde para reconsiderar nas suas intenções.

Depois, porque considero que a criança que ao colo está, a julgar pelas parecenças, não terá estatuto social nem tão pouco económico para estar isento das futuras taxas moderadoras a serem aplicadas às crianças deste nosso País.

E se com as suas vestes nos pretende a fotografia enganar, ver-me-ei forçado a usar os meus conhecimentos em tratamento de imagem para a todos demonstrar que do rosto para baixo, de ambas as personagens, outros corpos e outras vestes a fotografia original nos estaria a mostrar.

Para já não falar do quadro à direita, que a parede ostenta e que denuncia um outro local que não o de uma sala, quem sabe humilde, duma recôndita aldeia distante do nosso País.

Isto é uma montagem e como tal não se lhe deve dar importância ou significado algum.



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quarta-feira, maio 23, 2007

a sustentabilidade do SNS


Correia de Campos negou, depois escondeu, agora divulga.


O que são contribuições compulsórias, temporárias, por níveis de rendimento ?


Correia de Campos - TSF


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Em que ficamos?

a pressa é má conselheira



Título dum artigo de opinião publicado no TEMPOMEDICINAONLINE.

"A pressa, por vezes, é má conselheira, e tivesse o ministro da Saúde atentado nesta sábia conclusão de uma experiência milenar, já seria poupado a ouvir um empenhado defensor da concentração dos blocos de parto, como Octávio Cunha, a denominar de «perfeito absurdo» o programa funcional do Centro Materno-Infantil do Norte." Centro Materno-Infantil do Norte".
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(...) Octávio Cunha não concorda com o programa funcional do Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), que prevê o fim do bloco de partos do HGSA. Na sua opinião, o projecto é «um perfeito absurdo», na medida em que é uma «solução dispendiosa e que aumenta os riscos para as grávidas e recém-nascidos». Alegando que no HGSA «já não morre uma grávida há mais de 30 anos», o especialista defende que a transferência para a Maternidade de Júlio Diniz (MJD) «é uma solução de retrocesso em relação à Europa».
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Considera-se também este Pediatra desiludido pela forma como o Ministério da Saúde tem conduzido o processo de encerramento dos Blocos de Parto, que da mesma forma considera ter sido feito à pressa” por razões de ordem política. link
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E à pressa também:

Encerra SAPs e SUs
Acena com as USF
Cria novas taxas moderadoras
Altera o regime de comparticipação de medicamentos
Racionaliza “às cegas” a política dos medicamentos hospitalares
Altera o regime jurídico dos HHPP e a rede hospitalar
Nomeia CA da sua confiança
Legisla sobre incompatibilidades
Fortalece o poder dos Sistemas Privados da Saúde
Destrói as Carreira Médicas
Precipita o abandono de profissionais do SNS
Cria instabilidade e desmotivação nos profissionais da Saúde
Classifica o desempenho dos HH do SNS como globalmente muito positivos…
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Vai assim, a pouco e pouco, perdendo Correia de Campos os apoios e esgotando os alibis que outrora ia tendo com a pressa que tinha de tentar mostar, de que a pressa de tomar medidas era a salvação do SNS.
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Nem todos estão a ser bons conselheiros, com toda a certeza.
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segunda-feira, maio 21, 2007

os malefícios dos economistas da saúde e não só...

Isto está no SaudeSA e sobre isto devemos reflectir...


«É tempo da política voltar à saúde», dizia, há uns dias, um ex-Ministro da Saúde. Concordo. Sobretudo se tivermos em conta, os malefícios que a Economia da Saúde, e os economistas da saúde estão a provocar à saúde dos portugueses, com a pretensão de estarem a salvar a pátria. (...)

(...) E a saúde dos portugueses está claramente a piorar, em todos os aspectos. Nenhum ganho se conseguiu com este Ministério e muitos malefícios já redundaram da sua acção: a centralização das urgências, o fecho das maternidades, a política dos medicamentos, as taxas moderadoras no internamento e no ambulatório são alguns dos exemplos mais flagrantes do que tem sido uma política virada contra as populações, em especial contra os pobres. As pretensas medidas estruturais inovadoras, caso das USF e das Unidades de Cuidados Continuados, não se vêm, ao fim de dois anos de actividade e ninguém sabe no que vão dar. Uma coisa é certa, não vão dar melhor saúde, nem vão desagravar os problemas económicos do SNS, podem ter a certeza (eles já estão a dar conta disso).

(...) A incompetência esconde-se por detrás da arrogância, do autoritarismo, da tentativa de intimidar.
O que é preocupante é que quem está a dar início à execução desta nova estratégia são os Ministros que têm vivo à sombra de uma auréola de «lutadores anti-fascistas» (Alberto Costa e António Correia de Campos) e pior ainda é que o mal já está a entranhar-se, de novo (era assim no tempo da PIDE e da delação) no aparelho (vejam que até um senhor deputado, Pizarro de seu nome, ou Bizarro?, veio defender a punição do homem da anedota) e não tardará temo-lo espalhado na sociedade.
Irão ser mais trinta anos?
Pedro

SaudeSA



domingo, maio 20, 2007

4 anos de "trenguices"


Quatro anos é muito tempo.
E eu que só o encontrei há pouco mais de meia dúzia de meses...
Parabéns ao Boticário.
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o futuro SNS?

sábado, maio 19, 2007

o SIGIC e os seus resultados


Embora Pedro Gomes (coordenador do SIGIC desde 2004) considere que “a inversão da tendência de crescimento do tempo de espera e do número de inscritos na lista evidencie o sucesso do SIGIC” ( o que ainda não foi provado), nem tudo vai bem neste programa de resolução e controlo das listas de espera para cirurgia.link

E para resolver o problema o MS terá decidido investir 2,5 milhões de Euros só para dar continuidade ao investimento nas ferramentas informáticas que foram adquiridas em 2004 e 2005.

E mais 2,5 milhões de Euros só para que o projecto tenha um “impacto mais célere e eficaz” para no fim do ano não haver doentes prioritários em lista mais de quatro meses, doentes oncológicos à espera há mais de dois meses e doentes não prioritários a aguardar há mais de um ano.

E porque as ferramentas informáticas só por si não resolvem todos os problemas, mais investimento será disponibilizado pela Secretária Adjunta do MS para que a tabela de preços de algumas áreas «críticas» seja revista de modo a tornar os preços «mais atractivos»…

“Desde 2005 até 31 de Março passado, o número de doentes à espera de uma cirurgia passou de 241 425 para 222 094, o que equivale a uma redução de 8%.“

Pouco?
Não o terá sido, na opinião de Pedro Gomes.

Assim como pouco não terá sido o que está a ser “gasto” com o pagamento atempado (que tem sido e é bom que assim seja) às instituições públicas e privadas e aos profissionais envolvidos nos actos cirúrgicos, relembrando o que em Outubro aqui, a propósito eu demonstrei:

"Pela consulta da tabela de preços relativa à produção adicional no âmbito do SIGIC e tomando por base o valor de 5.928,50 Euros, referente a uma Prótese Total da Anca realizada neste âmbito(GDH 209) , 45% deste valor (2667,83 Euros) é adjudicado à equipa cirúrgica interveniente revertendo os restantes 55% para os cofres do Hospital.Em média poderão ser realizadas em 6 horas de funcionamento contínuo dum Bloco Operatório, 3 artroplastias totais a que corresponde um pagamento de 8.003,75 Euros (2667,83 x3) atribuído à equipa cirúrgica.Intervindo por equipa, 8 profissionais de saúde (2 Cirurgiões, 1 Anestesiologista, 4 Enfermeiros e 1 Auxiliar de Acção Médica) corresponde em média a cada um 1000 Euros por 6 horas de trabalho efectivo, o equivalente aproximado a 6000 Euros semanais ou 24.000 Euros mensais !!!"

(só para termo de comparação, o vencimento médio dum Assistente Hospitalar Graduado da Carreira Hospitalar é de 2500 Euros ilíquidos, no regime de 35 horas semanais).

Mas se fizermos bem as contas de Outubro de 2006 a 31 de Março de 2007 (6 meses), foram abatidos à lista de espera 5.049 doentes o que a este ritmo de 10.000/ano fará com que sejam necessários 5 anos para atingir a meta definida de 178.000 para que se possa cumprir (segundo Pedro Gomes) o delineado para o fim de 2008 pela sua equipa, em termos de tempos de espera ditos “aceitáveis ou bons”.

E se atentarmos nisto…

"As extensas listas de espera para consultas da especialidade são outra realidade. Pedro Gomes explicou que, para já, a gestão deste problema está a ser feita por uma equipa própria, ao nível do Ministério da Saúde e sob a coordenação de Carmen Pignatelli. Se, no futuro, a gestão destas duas listas de espera vai ser conjunta, o coordenador não sabe, sublinhando que isso é uma decisão política. Mas reconhece que seria útil que o SIGIC tivesse uma intervenção mais abrangente. «Há aqui uma correlação importante que queríamos estabelecer, uma vez que neste momento conhecemos os tempos de espera entre a proposta cirúrgica e o tratamento, mas gostaríamos de poder trabalhar os tempos de espera entre a requisição pelo médico de família e o tratamento, de modo a perceber quanto tempo o doente ficou à espera da consulta que lhe dá acesso à cirurgia»."

É bom e necessário que esta informação seja recolhida e surpresas não serão por certo reveladas quando se apurar o tempo de espera entre o pedido de consulta dos Cuidados de Saúde Primários e o agendamento do tratamento na Unidade Hospitalar.

E como se prevê, na tentativa lógica e correcta de diminuir este tempo, lá irá aumentar a lista de espera para tratamentos cirúrgicos e assim ainda mais “estragar as contas” ao coordenador do já "reforçado" SIGIC em termos informáticos.

Então estamos num caminho que não me parece estar a ser o mais correcto… já que, pese embora o esforço, a modestia dos resultados de forma alguma está a ser proporcional ao tão grande investimento já realizado e disponibilizado.
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sexta-feira, maio 18, 2007

"mini" PPP na Saúde

Procissão na Rua do Dr. Albano Barreiros, vulgo Calçada da Cadeia, a passar junto do recinto da feira, na década de 1930. [Gentileza de Eduardo Daniel Cerqueira]Arquivo Fotográfico de Paredes de Coura

A Câmara de Paredes de Coura já tem projecto para o edifício do antigo hospital concelhio, que se encontra fechado desde o ano 2000, aquando da inauguração do centro de saúde local.
“Estamos a negociar com a Segurança Social e a Administração de Saúde do Norte no sentido de garantirmos um mínimo de vinte camas, pois só assim este projecto será viável” adiantou ao CM o autarca António Pereira Júnior.”
Link

O investimento previsto, da ordem dos 750 mil euros poderá pertencer ao Município que alugará o espaço a uma empresa privada do sector da Saúde para a exploração dum hospital de retaguarda a fazer parte, no futuro, da rede de cuidados continuados de média e longa duração.


Assim, ganha o Município, ganha a empresa privada e o controlo do deficit público também. Como a Santa Casa da Misericórdia é a proprietária do edifício, também esta deve prever ganhar algo também…


E porque para que alguém ganhe, alguém tem que perder, está bem de se ver, perante tantos ganhadores, quem deverá ser o perdedor desta entrega ao investimento privado a exploração e gestão, não só desta pequena unidade de saúde mas de muitas outras de bem maiores dimensões, que ao Estado competiria, gerir, equipar e manter em actividade.


Que ao menos os Courenses assim fiquem satisfeitos… sem que todos nós e estes Courenses também se comecem a aperceber de que no futuro todos iremos ter que pagar os lucros que com a "nossa doença", outros, com tanta oferta e tanto facilitismo, se propõem alcançar.

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quinta-feira, maio 17, 2007

ainda a requalificação dos Serviços de Urgência


Para morrer só é preciso estar vivo…
Mas será que esta morte, ocorrida em Vendas Novas em 15 de Maio, noutras circunstâncias teria acontecido?


"Quarta, 16 Maio 2007
Sobre a morte de um cidadão ontem em Vendas Novas, ocorrida quando aguardava no Centro de Saúde a chegada de uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) vinda de Évora, o PCP considera que «estamos perante mais um acontecimento de extrema gravidade que tem na sua génese a política do Governo PS Sócrates de crescente desresponsabilização do Estado em garantir o acesso aos cuidados de saúde, em igualdade, a todos os portugueses. As consequências destas políticas, como o PCP tem vindo a denunciar e a vida vai confirmando, são desastrosas para as populações. O acesso aos cuidados de saúde está cada vez mais dificultado e a qualidade da prestação de cuidados de saúde vai-se degradando."
Link
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quarta-feira, maio 16, 2007

a frieza dos números na Saúde


O MISS – Modelo Integrado da Segurança Social, elaborado e apresentado pelo Banco de Portugal, apresenta dois conjuntos de projecções para o horizonte até 2080, que diferem quanto à inclusão ou não das principais medidas de reforma da segurança social acordadas entre o Governo e os parceiros sociais.


Não resisto a transcrever a análise fria com que esta política macroeconómica trata os campos da natalidade e da esperança de vida da população:


"A análise de sensibilidade efectuada às projecções mostra que uma recuperação da fertilidade mais acentuada do que suposto nos cenários base, melhora a situação financeira da segurança social portuguesa, mas de forma não muito expressiva.

Um pouco mais significativos são os efeitos de uma menor redução das taxas de mortalidade. Uma subida da esperança de vida inferior em cerca de metade à admitida nos cenários base levaria a uma diminuição das responsabilidades implícitas entre 23 e 38 pontos percentuais do PIB, consoante a variante considerada".Link

Assim sendo, reduzida contribuição está a dar, para a sustentabilidade da Segurança Social, a política iniciada com a reforma do Dr.Albino Aroso há mais de duas décadas atrás (e que tantos elogios tem tido) bem como os apelos ao aumento da natalidade, assim como parecem ser prejudiciais para a mesma, os esforços do actual Ministério da Saúde na criação e reforço da “Rede de Cuidados Continuados e de Convalescença” no nosso país.


Que fazer então?
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terça-feira, maio 15, 2007

resultados em saúde

Vale a pena ir até a “The Commonwealth Fund” e aqui ler o resumo dum estudo a que deram o título:
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com data de 15 de Maio de 2007 e que compara os serviços de saúde dos Estados Unidos com os da Austrália, Canadá, Alemanha, Nova Zelândia e Reino Unido, na avaliação da qualidade, acessibilidade, eficiência, equidade, mortalidade/morbilidade e gastos per capita.

E se dúvidas houvesse...

Qualidade:

"its low scores on chronic care management and safe, coordinated, and patient-centered care pull its overall quality score down"

Acessibilidade:
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"Americans with below-average incomes were much more likely than their counterparts in other countries to report not visiting a physician when sick, not getting a recommended test, treatment or follow-up care, not filling a prescription, or not seeing a dentist when needed because of costs"
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Eficiência:
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"The U.S. has poor performance on measures of national health expenditures and administrative costs as well as on measures of the use of information technology and multidisciplinary teams"
Equidade:
Mortalidade/morbilidade:
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"The U.S. ranks last overall with poor scores on all three indicators of healthy lives. The U.S. and U.K. had much higher death rates in 1998 from conditions amenable to medical care"
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Gastos per capita:
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"The U.S. health system is the most expensive in the world, but comparative analyses consistently show the United States underperforms relative to other countries on most dimensions of performance"
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Notícia em rodapé:
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, em Portugal, o aumento de 0,9% do índice de preços no Consumidor (IPC) no mês de Abril, face ao mês anterior, é explicado em grande parte (80%) pelos aumentos positivos das classes das bebidas alcoólicas e tabaco (5,7%), da saúde (4,5%), dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (0,9%) e dos transportes (0,8%).
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Os cerca de 5% de aumento nos preços da saúde, devido à actualização das taxas moderadoras e à introdução de novas taxas (internamento e cirurgia de ambulatório), foram os principais responsáveis para que os serviços de saúde duma forma importante contribuíssem para o aumento da inflação homóloga de 2,4% (em Março), para 2,9% no mês de Abril. Jornal de Negócios
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Para lá caminhamos.
Ou antes...
Para isso andamos a treinar.
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o estudo sobre a Sustentabilidade Financeira do SNS com a pata de fora



Afinal o documento sobre a Sustentabilidade Financeira do Serviço Nacional de Saúde não vai "ficar na gaveta"... está escondido mas já com algo de fora...


"O ministro garantiu que o estudo não vai ficar na gaveta e justificou a demora na sua divulgação com os "importantes acontecimentos em matéria de finanças que aconteceram em Portugal nos últimos meses", assim como com o facto de esta ser uma área que envolve duas pastas: Saúde e Finanças."Público
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domingo, maio 13, 2007

Correia de Campos esconde, ARS divulga...


Enquanto Correia de Campos considera não ser oportuno (para já) fazer a divulgação (concerteza que a aplicação também) das medidas preconizadas no relatório sobre a Sustentabilidade Financeira do Serviço Nacional de Saúde, o presidente da Comissão que o redigiu, vai dando a conhecer as linhas gerais do mesmo, não vá ficar esquecido na gaveta o resultado de tanto trabalho realizado.

E fá-lo até com o patrocínio da Administração Regional de Saúde do Algarve que ao promover uma conferência sobre o tema, convidou o próprio Presidente da Comissão, Jorge Simões, para sobre ele falar.

Considerou a ARS do Algarve ter constituído esta conferência, um importante contributo para uma reflexão sobre o tema da sustentabilidade, ao abordar o conferencista a evolução recente das necessidades de financiamento do SNS (à luz do enquadramento constitucional português), ao identificar as diversas modalidades de partilhas de custos da saúde, propor alternativas possíveis e demonstrar o seu impacto na procura de cuidados e na despesa agregada.
Em declarações à RFM pode-se ficar com uma ideia do pensamento de Jorge Simões:
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Jorge Simões

Fonte RFM

Fim dos subsistemas públicos como a ADSE
Revisão do universo de isenções de taxas moderadoras.
Revisão do regime de deduções fiscais em despesas com a saúde.
Selecção económica e clínica não só dos medicamentos mas de todos os equipamentos hospitalares incluídos em áreas de inovação
tecnológica.

E na impossibilidade constitucional de poder ser criado um novo imposto, inventa-se a criação de um seguro público autónomo ou a instituição de contas poupança saúde, propõe-se um aumento de pagamentos directos e uma alteração das comparticipações asseguradas pelo SNS, sugere-se um "opting-out" para coberturas de saúde e a redução da despesa pública noutros sectores.

Terão sido estas recomendações, consideradas por Paulo Kuteev Moreira de “excessivamente economicistas”, que fizeram com que este abandonasse a Comissão antes de concluído o relatório, recomendações estas que a serem aplicadas relegariam para segundo plano ou impossibilitariam o investimento na melhoria das condições de vida e de saúde da população, não permitindo, da mesma forma, o necessário investimento por forma a adaptar os serviços de saúde à realidade das pessoas ao invés de (como actualmente acontece) continuar a “obrigá-las” a se adaptarem, elas próprias, ao sistema de saúde.
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sábado, maio 12, 2007

novo candidato a Bastonário da Ordem dos Médicos


O Dr. Carlos Silva Santos, Chefe de Serviço de Saúde Pública da região de Lisboa e professor da Escola Nacional de Saúde Pública que já ocupou cargos de direcção do Sindicato dos Médicos do Sul e do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, apresentou a sua intenção de se candidatar a Bastonário da Ordem dos Médicos.

É apoiado por um grupo de colegas que em Coimbra elaborou, no mês de Abril, um “Manifesto aos médicos” cujo conteúdo na sua generalidade transparece na entrevista que este candidato deu (publicada pelo Tempomedicina) e que pode ser lida aqui.


"O manifesto defende vários princípios e revindicações, entre as quais, a participação dos médicos, através das suas organizações representativas, em todas as questões relacionadas com a definição da política de saúde do país, e com o ensino e educação médica; a manutenção, modernização e dignificação das carreiras médicas; a sustentabilidade, reorganização e financiamento adequado do SNS, que promova o desenvolvimento pleno das suas potencialidades, o total aproveitamento da capacidade instalada, o reforço dos recursos técnicos e humanos para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde acessíveis a todos os cidadãos.

Os signatários consideram ainda imprescindível o investimento prioritário, em recursos técnicos, de pessoal e financeiros, em áreas estratégicas como os CSP, a saúde pública e a saúde mental, e também um modelo de gestão pública democrática, participada, racional, por critérios objectivos, competente, desgovernamentalizada que garanta a produtividade, o combate ao desperdício de recursos financeiros do SNS, a humanização dos cuidados, mas, também, os direitos e a dignidade dos médicos e do conjunto dos profissionais do sector.

A recusa dos contratos individuais de trabalho e a consagração da contratação colectiva, a completa e clara separação entre o sector público e privado, a diminuição das despesas com a saúde pagas directamente pelo cidadão, que são das mais elevadas da UE, a abolição das parcerias público-privadas para a construção de novas unidades de saúde e a manutenção da titulação única, são outras das reivindicações apresentadas no manifesto."link


Esperemos pela formalização da sua candidatura e pelo seu programa de acção.



sexta-feira, maio 11, 2007

assim não vamos lá!


Retiro do Blogue Auxiliar de Acção Médica este Post de desabafo, pleno de razão.

UM DIA CHEGAMOS LÁ…
"Quantos de nós, trabalha com profissionais de outras categorias que exercem funções há muitos anos, apenas com a 4ªclasse e alguma formação específica, sem curso superior? Ou com curso superior, recém licenciados, que não sabem prestar cuidados aos doentes, quando iniciam a sua actividade? Não é o canudo que dá a competência ou apetência para determinada profissão, não há genes específicos, escolhidos para cada categoria. Todos temos capacidades, que se desenvolvem dependendo também das oportunidades. Não queremos ocupar o lugar dos outros. Apenas o nosso! A maioria das funções por nós desempenhadas foram atribuidas por quem, agora, se recusa a admitir que as executamos, e que não temos a intenção de o continuar a fazer na clandestinidade. Queremos que todos saibam que não somos os parentes pobres da saúde. Queremos ser reconhecidos, valorizados pelo nosso esforço e pelas múltiplas tarefas que desempenhamos.Com união, trabalho e determinação, alcançaremos um dia, os nossos objectivos.
Termino com um pensamento:
"Se te entreteres a atirar pedras contra os cães que te ladram,nunca mais chegas ao fim do caminho"
Autora do texto:Elisa Leite-H.G.S.Ain BITs.g.s. de 26/02/2006 nº3


E em contraponto logo a seguir, neste mesmo blogue, encontro também este texto assinado:


ENFERMEIROS AUXILIARES?!
"Caros colegas :

Estava eu a absorver alguma informação de sites de enfermagem quando me deparo com um site em que se discutiam as leis para os indivíduos com mais de 23 anos no acesso ao ensino superior. Ora comentário para aqui, comentário para acolá, qual não é o meu espanto quando leio o seguinte post que passo a transcrever:
Para vossa informação os primeiros 6 num concurso a Auxiliar de Acção Médica no HSJ são enfemeiros recém-licenciados. E com certeza que não andaram a limpar retretes de hospitais, mas a partir de agora vão passar andar, ordenados por semelhantes seus, e vão ter muitos pontos por isto.
Por favor! Isto que não seja verdade! Porque a ser verdade lamento muito sinceramente que as pessoas se curvem desta forma!
Afinal somos ou não somos enfermeiros?! Afinal existe ou não existe falta de enfermeiros?! (segundo a nossa adorada bastonária o rácio actual não é suficiente... mas isso são outras águas). E também me custa muito lutar por uma alteração da nossa situação actual, quando tenho colegas que me colocam um pé em cima da cabeça para que me curve, porque vamos lá a ver... que respeito eu e outros colegas poderemos exigir quando temos um outro colega, com as mesmas competências profissionais de esfregona na mão?!"
# posted by doutorenfermeiro : 2/19/2007 02:15:00 PM

Mas não ficamos por aqui...
Há poucos meses atrás sobre a colocação de enfermeiros, em vez de médicos, nas viaturas de emergência médica, disse o Bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes:

«A ser verdade, é inqualificável, porque passaríamos a ter em Portugal cidadãos de primeira e de segunda no que respeita aos cuidados médicos»

Sobre este tema, a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta Sousa, defende que este projecto pode ser «um passo em frente» no serviço de emergência, onde, no seu entender, «ainda muito está por fazer».

Sobre o Saúde 24, diz a Ordem dos Enfermeiros:

"A Ordem dos Enfermeiros endereça ainda uma palavra de grande estima e consideração a todos os enfermeiros envolvidos no Saúde 24 - desde os responsáveis pelo serviço no âmbito da Direcção-Geral da Saúde aos 250 enfermeiros que estão a fazer o atendimento telefónico ao cidadão.
Congratulamo-nos igualmente pelo facto de o coordenador da Unidade de Apoio do Saúde 24 ser também um enfermeiro."


Enquanto que Pedro Nunes diz:

"Se o call center foi criado como um serviço complementar ao sistema de saúde, é uma boa medida mas infelizmente não é isso que, aparentemente, está a acontecer. Há sítios onde as pessoas, em vez de terem um médico, passam a ter um telefone. E os doentes não se observam pelo telefone".

E sobre a prevenção dos médicos e a presença dum enfermeiro durante o período nocturno nos antigos SAP do Distrito de Bragança, considera a Ordem dos Médicos:

"A ordem dos médicos alerta a população do distrito de Bragança para a falta de segurança do novo sistema de emergência nocturna criado pelo Governo, podendo até prever-se a morte de pessoas por deficiente assistência, tal como aconteceu recentemente no Alentejo."

a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros só achou que:

"Não nos passaria sequer, da leitura que fizemos do protocolo, que pudesse estar subjacente uma solução que passava por ter uma porta aberta com apenas uma pessoa", tendo levado esta reclamação ao Ministro da Saúde e proposto a presença de um auxiliar de acção médica o que foi aceite.

Assim não vamos lá!!!
E repito o pensamento do primeiro Post:

"Se te entreteres a atirar pedras contra os cães que te ladram, nunca mais chegas ao fim do caminho".

Se é que todos queremos chegar ao mesmo destino.


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