sexta-feira, maio 11, 2007

assim não vamos lá!


Retiro do Blogue Auxiliar de Acção Médica este Post de desabafo, pleno de razão.

UM DIA CHEGAMOS LÁ…
"Quantos de nós, trabalha com profissionais de outras categorias que exercem funções há muitos anos, apenas com a 4ªclasse e alguma formação específica, sem curso superior? Ou com curso superior, recém licenciados, que não sabem prestar cuidados aos doentes, quando iniciam a sua actividade? Não é o canudo que dá a competência ou apetência para determinada profissão, não há genes específicos, escolhidos para cada categoria. Todos temos capacidades, que se desenvolvem dependendo também das oportunidades. Não queremos ocupar o lugar dos outros. Apenas o nosso! A maioria das funções por nós desempenhadas foram atribuidas por quem, agora, se recusa a admitir que as executamos, e que não temos a intenção de o continuar a fazer na clandestinidade. Queremos que todos saibam que não somos os parentes pobres da saúde. Queremos ser reconhecidos, valorizados pelo nosso esforço e pelas múltiplas tarefas que desempenhamos.Com união, trabalho e determinação, alcançaremos um dia, os nossos objectivos.
Termino com um pensamento:
"Se te entreteres a atirar pedras contra os cães que te ladram,nunca mais chegas ao fim do caminho"
Autora do texto:Elisa Leite-H.G.S.Ain BITs.g.s. de 26/02/2006 nº3


E em contraponto logo a seguir, neste mesmo blogue, encontro também este texto assinado:


ENFERMEIROS AUXILIARES?!
"Caros colegas :

Estava eu a absorver alguma informação de sites de enfermagem quando me deparo com um site em que se discutiam as leis para os indivíduos com mais de 23 anos no acesso ao ensino superior. Ora comentário para aqui, comentário para acolá, qual não é o meu espanto quando leio o seguinte post que passo a transcrever:
Para vossa informação os primeiros 6 num concurso a Auxiliar de Acção Médica no HSJ são enfemeiros recém-licenciados. E com certeza que não andaram a limpar retretes de hospitais, mas a partir de agora vão passar andar, ordenados por semelhantes seus, e vão ter muitos pontos por isto.
Por favor! Isto que não seja verdade! Porque a ser verdade lamento muito sinceramente que as pessoas se curvem desta forma!
Afinal somos ou não somos enfermeiros?! Afinal existe ou não existe falta de enfermeiros?! (segundo a nossa adorada bastonária o rácio actual não é suficiente... mas isso são outras águas). E também me custa muito lutar por uma alteração da nossa situação actual, quando tenho colegas que me colocam um pé em cima da cabeça para que me curve, porque vamos lá a ver... que respeito eu e outros colegas poderemos exigir quando temos um outro colega, com as mesmas competências profissionais de esfregona na mão?!"
# posted by doutorenfermeiro : 2/19/2007 02:15:00 PM

Mas não ficamos por aqui...
Há poucos meses atrás sobre a colocação de enfermeiros, em vez de médicos, nas viaturas de emergência médica, disse o Bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes:

«A ser verdade, é inqualificável, porque passaríamos a ter em Portugal cidadãos de primeira e de segunda no que respeita aos cuidados médicos»

Sobre este tema, a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta Sousa, defende que este projecto pode ser «um passo em frente» no serviço de emergência, onde, no seu entender, «ainda muito está por fazer».

Sobre o Saúde 24, diz a Ordem dos Enfermeiros:

"A Ordem dos Enfermeiros endereça ainda uma palavra de grande estima e consideração a todos os enfermeiros envolvidos no Saúde 24 - desde os responsáveis pelo serviço no âmbito da Direcção-Geral da Saúde aos 250 enfermeiros que estão a fazer o atendimento telefónico ao cidadão.
Congratulamo-nos igualmente pelo facto de o coordenador da Unidade de Apoio do Saúde 24 ser também um enfermeiro."


Enquanto que Pedro Nunes diz:

"Se o call center foi criado como um serviço complementar ao sistema de saúde, é uma boa medida mas infelizmente não é isso que, aparentemente, está a acontecer. Há sítios onde as pessoas, em vez de terem um médico, passam a ter um telefone. E os doentes não se observam pelo telefone".

E sobre a prevenção dos médicos e a presença dum enfermeiro durante o período nocturno nos antigos SAP do Distrito de Bragança, considera a Ordem dos Médicos:

"A ordem dos médicos alerta a população do distrito de Bragança para a falta de segurança do novo sistema de emergência nocturna criado pelo Governo, podendo até prever-se a morte de pessoas por deficiente assistência, tal como aconteceu recentemente no Alentejo."

a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros só achou que:

"Não nos passaria sequer, da leitura que fizemos do protocolo, que pudesse estar subjacente uma solução que passava por ter uma porta aberta com apenas uma pessoa", tendo levado esta reclamação ao Ministro da Saúde e proposto a presença de um auxiliar de acção médica o que foi aceite.

Assim não vamos lá!!!
E repito o pensamento do primeiro Post:

"Se te entreteres a atirar pedras contra os cães que te ladram, nunca mais chegas ao fim do caminho".

Se é que todos queremos chegar ao mesmo destino.


.

8 comentários:

Anónimo disse...

Estes desentendimentos entre médicos e enfermeiros, têm motivo: a tentativa corporativista da monopolização da saúde em portugal pelos médicos! Os enfermeiros como classe fulcral no seio da saúde (os anos de subalternos há muito já lá vão...) têm a sua opinião vincada e tentam mobilizar estratégias para dinamizar a saúde em portugal...
Os médicos, esses, são avessos à mudança que possa perturbar ou retirar os seus poderes... infelizmente muitos deles ainda não estão conscientes que estamos no séc. XXI!!
Os auxiliares, têm um ponto de vista interessante, mas não podem esquecer a espinha doral da sua profissão: a prestação de serviços e cuidados sob supervisão de outros profissionais e sob o regime de delegação de competências! Por um enfermeiro mandar levantar um doente sob supervisão, tal não significa de forma alguma que possam levantar todos de uma forma autónoma! Daí o nome "auxiliares de acção médica"... a este ritmo dentro de uns anos, teríamos de criar outra classe: "os auxiliares dos auxiliares de acção médica"!
Sem desprimor a nenhuma classe, penso que trabalhar em equipa é mais do que defender ideologias corporativas!

Doutor Enfermeiro disse...

O excerto de texto que apresenta no seu post, não é originalmente meu, foi uma transcrição recolhida noutro blog e posteriormente usada por mim.

doutorenfermeiro.blogspot.com

Doutor Enfermeiro disse...

Tomei a iniciativa de usar aslguns excertos do seu post no meu blog.
Se não autorizar, p.f. refira o facto num comentário ao post em questão, e eu tomarei as medidas necessárias para retirar o todo o material da sua autoria.
Agradecido.


doutorenfermeiro.blogspot.com

J.F disse...

doutorenfermeiro

Tomo nota o facto de não ter sido por si escrito o texto do Post aqui publicado.

E ainda bem que não o foi.

Já que por um lado, não considero (e espero que assim o não considere também) ser “vexame” algum andar de esfregona na mão nem tão pouco, quem o faz, tenha que se curvar para que alguém lhe lhe possa colocar um “pé em cima da cabeça”.

E se um licenciado em medicina ou em enfermagem alguma vez tiver que usar a tal esfregona, por razões de sobrevivência que a sociedade em que vive a tal o “obrigue”, que o faça com o mesmo profissionalismo com que observaria ou trataria um doente no exercício da sua profissão de médico ou enfermeiro.

Anónimo disse...

Isto é incontornável:
Nos últimos dias de vida, sejam os doentes analfabetos, médicos, enfermeiros, licenciados nisto ou naquilo, todos farão xixi graças à ajuda de um(a) auxiliar de acção médica.

Anónimo disse...

Se estiverem algaliados já não...

:)

Anónimo disse...

" Se te entreteres a atirar pedras..."
Esta do "entreteres", bisado lá mais para baixo é que é o pior - talvez "entretiveres"...

J.F disse...

Meu caro VC

Limitei-me a transcrever o texto do autor, mas desculpe-me poder pensar estarem ambas as formulações correctas.