sexta-feira, novembro 30, 2007

greve geral da Adminstração Pública (IV)

Para quê os números
Para quê as imagens




o sentir é que conta...
e que cada um sinta o que lhe aprouver.
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quinta-feira, novembro 29, 2007

greve geral da Administração Pública (III)




Amanhã estou em greve!

Por isto, por isto...

e também por isto:




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quarta-feira, novembro 28, 2007

o "cisco no olho" do SNS



Ministro da Saúde mantém modelo de apresentação das contas do SNS
O ministro da Saúde, Correia de Campos, garante que se trata apenas de uma diferença nos critérios e não pretende alterar a forma como o Ministério apresenta as contas do Serviço Nacional de Saúde. Garantias deixadas hoje aos deputados da Comissão Parlamentar e que surgem depois de ter sido divulgado, há um mês, um relatório do Tribunal de Contas onde se faz uma avaliação crítica dos cálculos da Saúde de 2006. RTP


"De um cisco no olho fizeram não um palito mas um argueiro. À míngua de razões substantivas agarraram com indisfarçável gula as expressões criticas de um relatório ignorando os irrefutáveis e numerosos dados positivos." Correia de Campos

O que talvez seja necessário dizer é que algumas vezes o que parece ser um cisco no olho, não precisando de ter o tamanho de um “palito” e muito menos de um “argueiro” porque tal cisco não existe, poderá ser um sintoma de uma doença oftalmológica muito mais grave que até à cegueira pode conduzir.

E quem não valoriza o sintoma “cisco no olho” por não encontrar corpo estranho que o justifique, com toda a certeza que oftalmologista não é.
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terça-feira, novembro 27, 2007

quem? Eu?




Com a firme esperança de que a unidade dos profissionais de saúde se afirme acima de tudo no respeito mútuo entre vários sectores profissionais que, no SNS ou fora dele, desenvolvem com profissionalismo a sua actividade, agradeço ao Visaoenfernaldacoisa e ao Doutorenfermeiro a consideração de que este “raio de saúde a nossa” até não é um mau blog.

Importante consideração para que, em período de desencanto, por aqui eu continue a desabafar.

E porque outros também o fazem de forma bem mais incisiva, persistente e importante que eu o faço, aconselho como bons blogues:
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Se quiseres dar continuidade a esta brincadeira, porque como brincadeira assim a entendo, aqui estão as regras:

1. Este prémio deve ser atribuído aos blogs que consideras serem bons, entende-se como bom os blogs que costumas visitar regularmente e onde deixas comentários.
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2. Só e somente se recebeste o prémio “Diz que até não é um mau blog”, deves escrever um post:
- Indicando a pessoa que te deu o prémio com um link para o respectivo blog;
- A tag do prémio;
- As regras;
- E a indicação de outros 7 blogs para receberem o prémio.
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3. Deves exibir orgulhosamente a tag do prémio no teu blog, de preferência com um link para o post em que falas dele.
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4. (Opcional) Se quiseres fazer publicidade ao blogger que teve a ideia de inventar este prémio, ou seja – Skynet - podes fazê-lo no post).
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segunda-feira, novembro 26, 2007

estou proibido de matar as galinhas do meu galinheiro?


... não faz mal.

Também não gosto de matar galinhas...


Eles estão doidos!

A MEIA DÚZIA DE LAVRADORES que comercializam directamente os seus produtos e que sobreviveram aos centros comerciais ou às grandes superfícies vai agora ser eliminada sumariamente. Os proprietários de restaurantes caseiros que sobram, e vivem no mesmo prédio em que trabalham, preparam-se, depois da chegada da “fast food”, para fechar portas e mudar de vida. Os cozinheiros que faziam a domicílio pratos e “petiscos”, a fim de os vender no café ao lado e que resistiram a toneladas de batatas fritas e de gordura reciclada, podem rezar as últimas orações. Todos os que cozinhavam em casa e forneciam diariamente, aos cafés e restaurantes do bairro, sopas, doces, compotas, rissóis e croquetes, podem sonhar com outros negócios. Os artesãos que comercializam produtos confeccionados à sua maneira vão ser liquidados.

A SOLUÇÃO FINAL vem aí. Com a lei, as políticas, as polícias, os inspectores, os fiscais, a imprensa e a televisão. Ninguém, deste velho mundo, sobrará. Quem não quer funcionar como uma empresa, quem não usa os computadores tão generosamente distribuídos pelo país, quem não aceita as receitas harmonizadas, quem recusa fornecer-se de produtos e matérias-primas industriais e quem não quer ser igual a toda a gente está condenado. Estes exércitos de liquidação são poderosíssimos: têm Estado-maior em Bruxelas e regulam-se pelas directivas europeias elaboradas pelos mais qualificados cientistas do mundo; organizam-se no governo nacional, sob tutela carismática do Ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho; e agem através do pessoal da ASAE, a organização mais falada e odiada do país, mas certamente a mais amada pelas multinacionais da gordura, pelo cartel da ração e pelos impérios do açúcar.

EM FRENTE À FACULDADE onde dou aulas, há dois ou três cafés onde os estudantes, nos intervalos, bebem uns copos, conversam, namoram e jogam às cartas ou ao dominó. Acabou! É proibido jogar!
Nas esplanadas, a partir de Janeiro, é proibido beber café em chávenas de louça, ou vinho, águas, refrigerantes e cerveja em copos de vidro. Tem de ser em copos de plástico.
Vender, nas praias ou nas romarias, bolas de Berlim ou pastéis de nata que não sejam industriais e embalados? Proibido.
Nas feiras e nos mercados, tanto em Lisboa e Porto, como em Vinhais ou Estremoz, os exércitos dos zeladores da nossa saúde e da nossa virtude fazem razias semanais e levam tudo quanto é artesanal: azeitonas, queijos, compotas, pão e enchidos.
Na província, um restaurante artesanal é gerido por uma família que tem, ao lado, a sua horta, donde retira produtos como alfaces, feijão verde, coentros, galinhas e ovos? Acabou. É proibido.Embrulhar castanhas assadas em papel de jornal? Proibido.
Trazer da terra, na estação, cerejas e morangos? Proibido.
Usar, na mesa do restaurante, um galheteiro para o azeite e o vinagre é proibido. Tem de ser garrafas especialmente preparadas.
Vender, no seu restaurante, produtos da sua quinta, azeite e azeitonas, alfaces e tomate, ovos e queijos, acabou. Está proibido.
Comprar um bolo-rei com fava e brinde porque os miúdos acham graça? Acabou. É proibido.
Ir a casa buscar duas folhas de alface, um prato de sopa e umas fatias de fiambre para servir uma refeição ligeira a um cliente apressado? Proibido.
Vender bolos, empadas, rissóis, merendas e croquetes caseiros é proibido. Só industriais.
É proibido ter pão congelado para uma emergência: só em arcas especiais e com fornos de descongelação especiais, aliás caríssimos.
Servir areias, biscoitos, queijinhos de amêndoa e brigadeiros feitos pela vizinha, uma excelente cozinheira que faz isto há trinta anos? Proibido.

AS REGRAS, cujo não cumprimento leva a multas pesadas e ao encerramento do estabelecimento, são tantas que centenas de páginas não chegam para as descrever.
Nas prateleiras, diante das garrafas de Coca-Cola e de vinho tinto tem de haver etiquetas a dizer Coca-Cola e vinho tinto.
Na cozinha, tem de haver uma faca de cor diferente para cada género.
Não pode haver cruzamento de circuitos e de géneros: não se pode cortar cebola na mesma mesa em que se fazem tostas mistas.
No frigorífico, tem de haver sempre uma caixa com uma etiqueta “produto não válido”, mesmo que esteja vazia.
Cada vez que se corta uma fatia de fiambre ou de queijo para uma sanduíche, tem de se colar uma etiqueta e inscrever a data e a hora dessa operação.
Não se pode guardar pão para, ao fim de vários dias, fazer torradas ou açorda.
Aproveitar outras sobras para confeccionar rissóis ou croquetes? Proibido.
Flores naturais nas mesas ou no balcão? Proibido. Têm de ser de plástico, papel ou tecido.
Torneiras de abrir e fechar à mão, como sempre se fizeram? Proibido. As torneiras nas cozinhas devem ser de abrir ao pé, ao cotovelo ou com célula fotoeléctrica.
As temperaturas do ambiente, no café, têm de ser medidas duas vezes por dia e devidamente registadas.
As temperaturas dos frigoríficos e das arcas têm de ser medidas três vezes por dia, registadas em folhas especiais e assinadas pelo funcionário certificado.
Usar colheres de pau para cozinhar, tratar da sopa ou dos fritos? Proibido. Tem de ser de plástico ou de aço.
Cortar tomate, couve, batata e outros legumes? Sim, pode ser. Desde que seja com facas de cores diferentes, em locais apropriados das mesas e das bancas, tendo o cuidado de fazer sempre uma etiqueta com a data e a hora do corte.
O dono do restaurante vai de vez em quando abastecer-se aos mercados e leva o seu próprio carro para transportar uns queijos, uns pacotes de leite e uns ovos? Proibido. Tem de ser em carros refrigerados.

TUDO ISTO, como é evidente, para nosso bem. Para proteger a nossa saúde. Para modernizar a economia. Para apostar no futuro. Para estarmos na linha da frente. E não tenhamos dúvidas: um dia destes, as brigadas vêm, com estas regras, fiscalizar e ordenar as nossas casas. Para nosso bem, pois claro.
«Retrato da Semana» - «Público» de 25 de Novembro de 2007
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sábado, novembro 24, 2007

a fábula das ARS IP, dos Hospitais EPE e da Função Pública


Uma fábula, ou talvez não…

Todos os dias, a formiga chegava cedinho à oficina e desatava a trabalhar. Produzia e era feliz.
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O gerente, o leão, estranhou que a formiga trabalhasse sem supervisão. Se ela produzia tanto sem supervisão, melhor o faria se supervisionada.
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Contratou uma barata, que tinha muita experiência como supervisora e fazia belíssimos relatórios.
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De seguida, a barata precisou de uma secretária para a ajudar a preparar os relatórios e contratou uma aranha que além do mais, organizava os arquivos e controlava as ligações telefónicas.
O leão ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com índices de produção e análise de tendências, que eram mostrados em reuniões específicas para o efeito.

Foi então que a barata comprou um computador e uma impressora laser e admitiu a mosca para gerir o departamento de informática.
A formiga de produtiva e feliz, passou a lamentar-se com todo aquele universo de papéis e reuniões que lhe consumiam o tempo!

O leão concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga operária trabalhava.

O cargo foi dado a uma cigarra, cuja primeira medida foi comprar uma carpete e uma cadeira ortopédica para o seu gabinete.
A nova gestora, a cigarra, precisou ainda de computador e de uma assistente (que trouxe do seu anterior emprego) para a ajudar na preparação de um plano estratégico de optimização do trabalho e no controlo do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se mostrava mais enfadada.

Foi nessa altura que a cigarra, convenceu o gerente, o leão, da necessidade de fazer um estudo climático do ambiente.

Ao considerar as disponibilidades, o leão deu-se conta de que a Unidade em que a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico e sugerisse soluções.

A coruja permaneceu três meses nos escritórios e fez um extenso relatório, em vários volumes que concluía:
"Há muita gente nesta empresa".

Adivinhem quem o leão começou por despedir?
A formiga, claro, porque "andava muito desmotivada e aborrecida".


Os personagens desta fábula são fictícios.

Qualquer semelhança com pessoas ou factos reais das ARS, IP, dos Hospitais, EPE e da Função Pública em geral, é pura coincidência.
Até porque, segundo Rui Raposo, Presidente do Hospital Fernando Fonseca (não EPE mas SA), "o problema do Serviço Nacional de Saúde não é a qualidade dos seus profissionais (formigas) mas a sua gestão (cigarra)."
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sexta-feira, novembro 23, 2007

alternativa para a Ordem dos Médicos


A Alternativa para a Ordem dos Médicos
"A candidatura alternativa é um imperativo moral, profissional e cívico que responde à necessidade de rotura com a actual situação na Ordem, motivo de descontentamento da generalidade dos médicos."
in candidatura do Prof Dr. Carlos Silva Santos

Tive conhecimento, hoje, da existência desde Maio de 2007, dum blogue de apoio à candidatura do Prof. Dr. Carlos Silva Santos a Bastonário da Ordem dos Médicos.

Porque esta candidatura ainda não tem a divulgação que merece ter, tão só a que os media lhe acham devida.
Porque não se apoia, ilegitimamente, nos órgãos do actual poder instituído da OM, nomeadamente nos seus boletins e revistas oficiais.
Porque o candidato se propõe, como uma “candidatura alternativa”, defender os "legítimos interesses e prestígio dos médicos, a qualidade da medicina no sector público e privado, os princípios e valores éticos e deontológicos, a formação e qualificações profissionais, a independência técnica e científica em coerência com a elevada dimensão humana e social da profissão”, assim como também defender “os superiores interesses dos doentes e da população em geral no respeito pelo direito constitucional à saúde"...

É um sítio, "Alternativa para a Ordem dos Médicos", por onde os que se interessam pelos temas da saúde, particularmente médicos e profissionais da saúde, deverão passar.

E porque estamos a 7 dias duma demonstração que se sente ir ser clara e reveladora da profunda insatisfação dos médicos, como profissionais, como funcionários públicos e como cidadãos, a exemplo do que fiz com a Nota de imprensa da candidatura do Dr.Miguel Leão, aqui fica a opinião do Prof. Dr. Carlos Silva Santos sobre a Greve Nacional do próximo dia 30 de Novembro.


"A greve nacional do próximo dia 30"
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Na perspectiva de candidato a Presidente do Conselho Nacional Executivo da OM encaro as declarações de greve da parte do SIM e da adesão à greve da função pública por parte da FNAM, para o próximo dia 30, como factos relevantes da actividade sindical em defesa dos direitos dos seus associados enquanto funcionários públicos e que merecem a minha total concordância.
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A Ordem dos Médicos deve assumir as suas responsabilidades no acompanhamento da acção sindical respeitando integralmente o campo de acção destes mas naturalmente solidarizando-se: com a luta por melhores condições de trabalho que também são de formação; com a defesa dos serviços públicos de qualidade que também são condição do exercício de uma medicina avançada e eticamente responsável; com a defesa do diálogo e da negociação sobre matérias sindicais que também são garantia de participação dos médicos na definição da política, dos planos e projectos em de saúde para os portugueses; com a defesa de salários e pensões dignas que também são condições para um exercício profissional digno e eticamente responsável.
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As razões de luta específicas dos sindicatos devem merecer o apoio dos médicos na medida em que, nossa opinião, são extremamente válidas e não se desligam das razões e do capital de queixa que compete à OM defender no campo do SNS, na formação dos jovens médicos e no desenvolvimento de carreiras com progresso científico e técnico.
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Só uma mudança significativa da direcção da OM poderá mudar o estado actual das coisas.A candidatura para a Alternativa está convicta que tal será possível.
Assim os médicos o queiram.
Carlos Silva SantosCandidato
Alternativo à Presidência da OM
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quinta-feira, novembro 22, 2007

por qué no te callas?


Tribunal de Contas:
O relatório hoje entregue no Parlamento conclui que "a informação económico-financeira consolidada do Serviço Nacional de Saúde, quer de 2005 quer de 2006, continua a não dar uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira" do SNS, nem "dos resultados do conjunto das entidades que integram o SNS". A metodologia de consolidação "não garante que o resultado dessa informação seja exacto e integral"
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Correia de Campos:
(Porque não te calas?)
Sobre as contas de 2005, Correia de Campos afirmou "ter razões" para "estar satisfeito", acrescentando estar "optimista" quanto à "capacidade de gestão" nas entidades do Ministério da Saúde. Público
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quarta-feira, novembro 21, 2007

"inédito" que se apoia


Recebi na minha caixa de correio um e-mail, com o remetente da Candidatura a Bastonário da Ordem dos Médicos protagonizada por Miguel Leão, que pelo seu ineditismo acho conveniente divulgar.

Reza assim, som a forma de Nota de Imprensa, esta tomada de posição:

Candidatura à Presidência da Ordem dos Médicos
Defender e Unir os Médicos
LISTA A
Secção Regional Sul – Manuel Carvalho Rodrigues
Secção Regional Norte – José Pedro Moreira da Silva
Secção Regional Centro – Carlos Maia Teixeira

NOTA DE IMPRENSA


ASSUNTO: APOIO À GREVE MÉDICA DO DIA 30 DE NOVEMBRO E CONGRATULÇÃO PELA ADESÃO CONJUNTA DA FNAM E DO SIM


1-Esta candidatura analisou os motivos da adesão conjunta da FNAM e do SIM à greve marcada para o dia 30 de Novembro.

2- Os motivos invocados por ambos os sindicatos e a situação no sector da Saúde (destruição progressiva das carreiras médicas, ausência de negociação efectiva que permita a realização de acordos colectivos de trabalho, degradação da qualidade técnica dos serviços de urgência determinada por restrições financeiras que tem originado a redução de efectivos médicos, pressões implícitas ou explicitas sobre os médicos com vista a restringir a utilização de meios de diagnóstico e terapêutica, medidas absolutamente inadequadas de controlo de assiduidade, congelamento mais ou menos disfarçado de concursos de provimento e habilitação, interferência de profissionais não médicos na actividade clínica, desorganização repetida nos concursos do internato médico etc., etc.) levam-nos a apoiar firmemente a adesão da FNAM e do SIM a esta greve.

3-Em nome dos colegas que lideram as LISTAS A candidatas aos órgãos regionais da Ordem dos Médicos e que integram a candidatura nacional de MUDANÇA “DEFENDER E UNIR OS MÉDICOS (Manuel Carvalho Rodrigues – Secção Regional do Sul, José Pedro Moreira da Silva – Secção Regional do Norte, Carlos Maia Teixeira – Secção Regional do Centro) e no meu próprio, congratulamo-nos com esta posição conjunta dos dois Sindicatos Médicos e, de acordo com o nosso projecto para a Ordem dos Médicos, esperamos que este clima de convergência possa ser cultivado no futuro por uma nova equipa de governo da Ordem que não tenha medo de apoiar os Sindicatos Médicos.

4-Saudamos particularmente a posição do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos de se solidarizar com a posição do SIM e da FNAM e esperamos que o Poder Político não só se aperceba do clima de descontentamento existente no Sector da Saúde como também se abstenha de intervenções legislativas e atitudes que atentam contra a dignidade dos médicos.

Miguel Leão
Candidato a Presidente da Ordem dos Médicos
Porto, 16 de Novembro de 2007

Aqui fica, para memória futura.
... e depois não se desdiga o que aqui foi dito.

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terça-feira, novembro 20, 2007

greve geral da Administração Pública (II)


Gostava de ter escrito isto que retirei do SaudeSA

"Também nós estamos cansados"

Já não há pachorra! Estamos cansados de fazer sacrifícios.

Estamos cansados de ver cair os salários reais dos funcionários públicos.link

Estão cansados os trabalhadores e os reformados da função pública.

Estão cansados os médicos, os enfermeiros, os técnicos, os administrativos e todos os trabalhadores da Saúde.

Estão cansados todos os trabalhadores da Administração Pública.

Quando vemos continuar o "peditório" dos sacrifícios vemos como continuam as benesses para os políticos e os mais chegados ao poder.São despedidos trabalhadores da AP mas não são despedidos deputados. Não são "despedidos" assessores, adjuntos e outros "dedicados" colaboradores dos gabinetes ministeriais. Pelo contrário o seu número vai engordando.

Entretanto os excluídos são cada vez em maior número. O papão do défice continua a servir para exigir sacrifícios aos portugueses. Mas já se vão notando os "golpes de magia" no OE/08 para preparar o ano seguinte de "bodo aos pobres".
Basta!

Estamos cansados.
Vamos, pois, TODOS dizer que não queremos continuar a ser enganados."
Tonitosa
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segunda-feira, novembro 19, 2007

olha para o que eu digo...



"O ministro Correia de Campos garante que o Governo pretende cumprir a curto/médio prazo a meta de dedicar 3% do PIB à investigação e desenvolvimento de novos fármacos."RFM

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Entretanto, a curto prazo...

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"O Infarmed admite que a autorização do uso de medicamentos inovadores nos hospitais também depende do orçamento disponível. Este ano, a Autoridade Nacional do Medicamento autorizou apenas dois medicamentos inovadores."
RTP
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sábado, novembro 17, 2007

vales para cirurgia rejeitados




Mais de 35 mil doentes recusaram vales para cirurgia


O Ministério da Saúde vai mandar averiguar as razões que levaram mais de 35 mil doentes que receberam vales para cirurgia a recusar a operação na unidade de saúde que lhes foi indicada.RTP
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As variadas razões que conduzem a tais recusas já são por demais conhecidas dos profissionais que com os doentes contactam. Nada impede que Carmen Pignatelli as venha a conhecer nem tão pouco que elas sejam estatisticamente apresentadas, se tal estudo tiver por finalidade a melhoria do sistema.

Mas mais importante que tornar públicas essas razões que adulteram os resultados oficiais dos números relativos à resolução das listas de espera para cirurgia, importa acima de tudo interiorizar essas razões e reconhecer o que representa este ou qualquer outro SIGIC como um programa “cego”, “informático” e desumanizado, economicamente lucrativo para quem nele participa como prestador de serviços “a mando de outros” e como tal algo efectivo nos seus propósitos, mas que pode ser fortemente penalizador para o doente se vier a ser alvo de complicações pós-operatórias imediatas (infecção, recidiva, má indicação ou má técnica cirúrgica) ou se necessitar de intervenção de outras especialidades que, por não fazerem parte do contratualizado (tratamentos fisiátricos, rádio/quimioterapia), tardia e/ou ineficazmente é iniciada.
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Um programa que trata o doente como um número quando o "obriga", com a oferta dum “vale”, a encontrar-se com um médico desconhecido dum qualquer Hospital Público ou Clínica Privada (quantas vezes longe da sua residência) que em troca dum papel que “vale dinheiro” o submete à cirurgia tão esperada (por outro proposta) sabendo que trinta dias depois, o seu futuro como doente a outros (que não a quem o operou ou ao serviço onde esteve internado) compete assegurar.

Um programa que considera o doente como cliente dum qualquer hipermercado, em que o “vendedor”, como ser humano e personalizado, não existe e em que o cliente é visto como mais um entre os milhares que fica satisfeito com a rapidez do serviço e a oferta variada de produtos que lhe é apresentada em termos de quantidade sem se preocupar com a qualidade.

E isto muitos dos doentes vão sabendo…

Se nisto Carmen Pignatelli tivesse pensado ou se se colocasse no papel de doente, por certo já saberia algumas das razões justificativas de tão elevado número dos “salvadores” vales para cirurgia, até à data emitidos, terem sido rejeitados.
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quinta-feira, novembro 15, 2007

greve geral da Administração Pública



Uma e mais 33 razões que me motivam na adesão à greve do dia 30 de Novembro… .

Uma, pela defesa dos serviços públicos, em particular pelo Serviço Nacional de Saúde.
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As outras 33 estão aqui .
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terça-feira, novembro 13, 2007

contenção de gastos na saúde


"A compra de cinco viaturas topo de gama pelo Ministério da Justiça fez-se no estrito cumprimento do enquadramento legal, responde o gabinete de Alberto Costa à notícia do “Diário de Notícias”. " RFM


E que dirá o Ministro da Saúde da recente contratação, por um recém criado Centro Hospitalar, de mais três Administradores Hospitalares (já com onze nos seu total de efectivos) e que só na área da Consulta Externa/Ambulatório consegue arranjar trabalho para três deles?
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segunda-feira, novembro 12, 2007

marketing na saúde


Não é o Hospital de Todos-os-Santos , futura PPP projectada para a zona oriental de Lisboa que oferece…
É a unidade de saúde privada - Clínica de Todos-os-Santos - que o faz:

Consultas de cirurgia oncológica gratuitas
Uma unidade médica de Lisboa vai facultar, durante o mês de Novembro, consultas gratuitas de cirurgia oncológica e plástica da mama.

Os exames médicos decorrem na Unidade Oncoplástica da Mama da Clínica de Todos-os-Santos e dirigem-se a todos os portugueses que queiram submeter-se a um rastreio, aguardem tratamento, queiram efectuar uma reconstrução pós excisão do cancro ou que desejem apenas ouvir uma segunda opinião médica(...)
As consultas gratuitas estão sujeitas à disponibilidade de agenda da clínica.RFM

Vá-se lá saber o porquê…
Ou será um exemplo (desinteressado) a seguir, pelos serviços públicos também?
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domingo, novembro 11, 2007

a perspectiva das palavras


Palavras só não bastam...

“A saúde deverá pois ser encarada, cada vez mais, como um investimento e não como um custo. Os ganhos em saúde necessitam de ser pensados em cenários que incluam as consequências individuais e colectivas em períodos de tempo que cursam para lá dos ciclos políticos. É necessário fazer o exercício de transferência de impactes estimados na saúde para impactes económicos e societais, para mais directamente se apelar às preocupações e prioridade dos decisores políticos. “
"Há, pelo menos, quatro doentes residentes no Distrito de Portalegre que passam um verdadeiro calvário para conseguirem realizar os tratamentos de hemodiálise de que depende a sua vida: 600 quilómetros, três vezes por semana, rumo ao Montijo, onde está instalada a unidade de hemodiálise. (…) Tudo isto por que o centro de hemodiálise de Portalegre não tem vaga para aqueles doentes e os serviços públicos de saúde são incapazes de encontrar outra alternativa, mais próxima e que cause menos transtornos aos doentes."

De facto, assim como este caso de Portalegre evidencia e como tantos outros poderiam ser mencionados, a possibilidade que os indivíduos têm de obter cuidados de saúde apropriados às suas necessidades (temporais, geográficas e financeiras), de modo a alcançarem ganhos em saúde, está a ser permanentemente condicionada e submetida a critérios de “custos” e não a critérios de “investimento”, como no primeiro parágrafo do texto acima transcrito é afirmado dever ser.

E para que se fique a saber, embora parecendo serem palavras proferidas pelo mesmo orador, tal não o foi na realidade.

As primeiras, foram proferidas por Correia de Campos, durante a sua Intervenção no Encontro Sobre Avaliação do Impacte na Saúde e nos Sistemas de Saúde realizado a 05 de Novembro de 2007…
As segundas reportam-se a palavras de João Semedo a propósito dum requerimento, da sua autoria, dirigido ao MS em finais de Outubro, inquirindo sobre a falta de alternativas para os insuficientes renais crónicos realizarem tratamentos de hemodiálise em Portalegre.

... é preciso também aplicá-las.
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sexta-feira, novembro 09, 2007

os seguros de saúde


Ainda tão jovens e já com tantas doenças…
O que serão deles quando mais crescidos forem?

"Os seguros de saúde são um tema sempre «quente» e dos mais reclamados.
Todos os anos, mais de uma centena de consumidores pede a intervenção da Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO), sobretudo para questões relacionadas com as comparticipações.
Mas só metade, em média, chegam a mediação, uma plataforma de entendimento entre consumidores e empresas fora dos tribunais. Em 2006, foram 60 os litígios mediados. Segundo um estudo da DECO, até meados de Maio deste ano, eram já vinte e cinco.
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Médis e a Multicare lideram protestos
Entre as companhias mais reclamadas estão a Médis e a Multicare, com mais de 35% das reclamações. Os números são indissociáveis das falhas nestes serviços, mas também de estas companhias terem a maior fatia de mercado no sector dos seguros de saúde."

Para ver quais as actuais doenças, algumas delas estão
aqui.
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quinta-feira, novembro 08, 2007

como moderar a afluência de doentes ao SU

Ideias para a redução da afluência de doentes ao Serviço de Urgência de Fafe, para assim não dar mais dores de cabeça ao CA do CHAA e à ARS do Norte (e outros que as aproveitem, também) :
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quarta-feira, novembro 07, 2007

o Serviço de Urgência em Fafe


Tem sido assim a política de saúde do nosso Governo….

Primeiro definem-se objectivos.
Depois solicitam-se estudos que fundamentem os objectivos.
A seguir, definem-se prazos para serem cumpridos os objectivos, agora já bem fundamentados nos estudos.

Mas…
Perante as realidades objectivas e/ou as pressões de interesses instalados, avança ou recua nas decisões, sem nunca pôr em causa os pareceres técnicos, que por serem "cientificamente correctos" estão imunes à crítica.

O que se passou então em Fafe?

Após o estudo da Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação de Urgências, o SU do então Hospital S.José de Fafe era para ser extinto, por razões bem explícitas no relatório final da Comissão.

Através de demonstrações públicas várias (movimentos cívicos, Conselho Consultivo e médicos do Hospital), denunciadoras dos pressupostos errados que conduziram a tal decisão, posteriormente, com base nos famigerados “protocolos” com as autarquias, um destes também assinado pelo Presidente da Autarquia de Fafe, considera o MS e a ARS do Norte haver lugar, não ao encerramento do SU, mas à sua reconversão em Serviço de Urgência Básico, a ser inaugurado no dia 25 de Abril de 2007, com uma ambulância SIV, 2 médicos e dois enfermeiros, RX e química seca, tal como “protocolarmente” assim ficou definido:

“a partir do próximo dia 25 de Abril, o Hospital de S.José de Fafe assegurará um Serviço de Urgência Básico, cujos recursos deverão ser adequados à procura de cuidados, sem recorrer ao tempo normal dos médicos de família com vinculação aos centros de saúde da região e sem comprometer a sua prestação de serviço nos centros de saúde. Esta situação será reapreciada no contexto do futuro Centro Hospitalar Guimarães-Fafe.”

Constitui-se em 1 de Março de 2007, o Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE (CHAA) que aglutina os Hospitais Senhora da Oliveira, EPE e S.José de Fafe, SPA, como Unidades Hospitalares deste Centro.

Preocupações demonstraram os profissionais da agora Unidade de Fafe, pela “decisão” adoptada. Mas com ela terá ficado “satisfeito” o Presidente da Câmara e alguns dos seus autarcas, na convicção de que os serviços clínicos assistenciais iriam melhorar, como o prometia a ARS do Norte, “deliciados” que ficaram também, com a promessa da construção dum novo Hospital na sua cidade.

Os meses foram passando mas tudo ficou na mesma…

O Serviço de Urgência Básico não foi “inaugurado” no dia 25 de Abril nem tão pouco, ao longo destes mais de seis meses, o CA do Centro Hospitalar, o Presidente da Câmara de Fafe e a ARS do Norte se preocuparam em fazer cumprir o protocolo assinado.
Mas o novo Hospital esse é quase (para alguns) uma certeza…

Mas há que repensar. Voltar ao assunto.
Particularmente pela mão da ARS do Norte que a tal direito assiste.
Mas primeiro há que reduzir substancialmente a afluência diária de doentes, ao ainda Serviço de Urgência de Fafe, que atinge uma média de 150.

Mas, nem com reuniões com responsáveis do CS e USF locais, para alertar da necessidade dos Cuidados Primários colaborarem nessa redução, nem com um apelo à autarquia para melhorar a sinalética na cidade referenciando melhor esses locais de atendimento, nem (pasme-se) com uma deliberação do CA do CHAA (só para a Unidade de Fafe) que “impede” que os doentes classificados como “azuis”, pela triagem de Manchester, possam ser atendidos no SU, a afluência diminuiu, mantendo-se nos mesmos níveis “preocupantes”, assim como preocupantes são, os níveis existentes no SU da Unidade de Guimarães.

E então o que se espera?

Depois da desmotivação criada nos profissionais da Unidade de Fafe com a actuação autista do CA do CHAA, parecem agora a ARS do Norte e o CA do CHAA querer que continue tudo na mesma, pedindo aos profissionais médicos da Unidade de Fafe que continuem com o seu voluntarismo, a sua dedicação e o seu esforço para garantir que tudo fique na mesma, até ver…

Será assim?
Ou será que tudo na mesma, não irá ficar?

É que a Unidade de Fafe, há já muitos anos, escandalosamente deficitária em profissionais médicos, vê-se agora ser despojada de alguns desses profissionais para exercerem actividade no SU, com autorizações concedidas pelo CA do CHAA de pedidos de transferência para outras instituições de saúde, com a oferta de contratos administrativos de provimento de miséria que afasta quem iria valorizar (pelo seu profissionalismo) a instituição (mesmo contra o parecer dos Directores de Serviço em causa) e ainda pelo pedido de dispensa de realizar essa actividade no SU, por já terem, alguns deles, atingido os 55 anos de idade.

Assim sendo, difícil será ficar tudo na mesma.

É isto que a ARS do Norte não iria ter, tivesse ela feito bem “as contas”.
Ou terão sido estas “as contas” que a ARS fez, para alcançar o que não queria ter?
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terça-feira, novembro 06, 2007

saúde oral


"O ministro da Saúde explicou que as cerca de 65 mil grávidas, com gravidez acompanhada em Centros de Saúde, receberão, no total, três "cheques-dentista".
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Os 50 mil idosos com o Complemento Solidário podem receber dois "cheques-dentista" para poderem ser usados em tratamentos e próteses.
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O executivo prevê igualmente alargar de 60 mil para 85 mil o número de crianças entre os seis e os 12 anos abrangidos pelo programa de saúde oral para combater a cárie dentária.
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Este é um programa destinado a três grupos de risco - crianças, grávidas e idosos - e que só é possível por o Governo «ter conseguido pôr as contas públicas em ordem», acrescentou Correia de Campos." TSF

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Feitas bem as contas, dos 10 599 095 portugueses, 200 mil serão abrangidos por estas medidas, entre grávidas, crianças e idosos...

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e os outros 10 milhões, 399 mil e 95 portugueses?

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segunda-feira, novembro 05, 2007

apelo

"O grito"
Edvard Munch
Apelo
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"Este mail é enviado (se chegar ao destino) de uma pequena comunidade rural do Alto Alentejo - vila e concelho de Avis, a sede com cerca de 2 000 habitantes, para muitos dos quais a Internet é um meio de comunicação por excelência, quer nas suas vertentes de lazer, profissional ou de serviço público.
A grande empresa que é a Telepac, com o SAPO, desde início de Outubro que mantém o serviço de Internet inoperacional ou melhor com uma operacionalidade que poderá rondar os 10%. Não será por negligência, nem por incúria, mas por certo, por desrespeito para com o interior do país, onde apenas existem centenas de assinantes e não milhares ou milhões como nas grandes cidades.
O subscritor, que trocou a cidade pelo campo há mais de 25 anos, e todos os outros habitantes de Avis, têm com a Internet, a vida ao seu lado.
Por favor, ajude-nos a que este apelo chegue aos ouvidos dos administradores da TELEPAC e ultrapasse a barreira do Call Center, verdadeiro empecilho quando o problema é regional e não localizado na nossa mesa de trabalho.
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João Adélio Marinho Trocado Moreira (joao.adelio@mail.telepac.pt)
Médico de família e director do Centro de Saúde de Avis
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P.S.

Podem ser acrescentados subscritores, se o desejarem.

P.S.

O objectivo é reenviarem para toda a lista de contactos, sempre em Bcc para que os endereços de e-mail não sejam usados para fins obscuros."
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Este apelo, publicado pelo Médico Explica Medicina a Intelectuais, é o apelo que todos os que vivem afastados dos grandes centros deverão fazer e exigir, quando são despojados dos mais elementares direitos que ao Estado competiria garantir, sabendo que de outros, por de elementares aparentemente nada terem, jamais terão possibilidade de vir a usufruir.
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Apelo de todos estes cidadãos, assim como dos “outros”, exigindo o não ser permitido que, cidadãos iguais, pelo mesmo Estado, sejam tratados de maneira diferente, só pelo facto de os votos ou de os lucros económicos não justificarem “investimento” nas pessoas ou nas zonas onde residem.
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E não só da Internet estou a falar...
Internet que, através da PTComunicações e da Telepac, passou a ser-me “oferecida” desde Junho deste ano, sustentadamente, a uma velocidade inferior ao máximo duma ligação analógica. Isto a 6 Km da 3ª maior cidade do país, numa freguesia com menos de 200 eleitores…
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Se a procura do legítimo lucro é aceitável quando de empresas privadas se trata, destas mesmas empresas agora privadas (mas outrora públicas) a quem foi “oferecido” o concessionamento exclusivo do fornecimento de serviços (outrora públicos também), já menos aceitável se pode considerar.
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Mas quando o nosso Governo, como grande empresa pública que ainda é, procede de forma idêntica quando em sectores, “ainda com alguma exclusividade”, prestadores de serviços como os de saúde, de educação, de segurança, de justiça ou de administração publica, encerra serviços, reduz a sua diversidade de oferta ou os deslocaliza para zonas mais rentáveis em termos económicos…
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...que moral terá para exigir ou impor aos concessionários, por ele escolhidos, que tenham uma actuação diferente para com os cidadãos agora considerados seus “clientes forçados e certos” e já não cidadãos, como o são os da água e saneamento, da energia e electricidade, dos transportes e comunicações, e o mais que ainda virá… ?

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domingo, novembro 04, 2007

Descontracção

Para descontrair...
Gosto da melodia sim.
... e nada a dizer, quanto à afinação da voz :)
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Mas delicio-me bem mais, a "ouvir" e "sentir" as palavras, sob a forma desta parodiante mímica, deste Daniel Gardner.
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sábado, novembro 03, 2007

encerramento da maternidade da Figueira da Foz



Três dias depois do dia 1 de Novembro (dia que para mim muito representou) comemora-se um ano do encerramento da Maternidade do Hospital da Figueira da Foz.
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Um ano também, da inauguração da “maternidade A14" que já sete partos assistiu nestes doze meses de existência.
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Não digo “só sete partos”, mas sim “sete partos”, que juntamente com os outros que por variadas razões ainda continuam a suceder fora das instituições de saúde, contribuem para que a taxa de nascimentos sem apoio médico, no concelho da Figueira da Foz, tivesse passado a ser a mais alta da Europa em que estamos integrados.
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E se a ironia muitas vezes não é levada a sério, esta, que aqui está escrita, é para levar muito a sério…
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sexta-feira, novembro 02, 2007

as consultas de especialidade atrasadas

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"Há 380 mil doentes à espera de uma primeira consulta nos hospitais públicos. A TVI divulga, pela primeira vez, um número nacional das listas de espera para consultas. A informação resulta de um inquérito aos hospitais, nunca divulgado, feito pela Inspecção-Geral do Ministério da Saúde em 2006. Somando consultas e cirurgias, há quase seiscentos mil doentes em lista de espera nos hospitais públicos, mais de cinco por cento da população." TVI
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Porque subvalorizará a Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Carmen Pignatelli, os números nesta notícia apresentados?
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Por se reportarem ao ano de 2006?
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Diz que “poderão estar certos, ou até serem inferiores”. Superiores é que parecem não poder ser…
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Independentemente de serem 280, 380 ou 480 mil, é de todos conhecido - das ARS, dos Hospitais, dos Centros de Saúde, e acima de tudo dos doentes – o elevado tempo de espera para uma primeira consulta de especialidade hospitalar.
E para o Ministério da Saúde também é conhecido não só o atraso como o seu elevado número ou não tivesse já proposto várias medidas para tal atraso e número serem reduzidos (funcionamento dos HH públicos até às 20 horas, consultas abertas de especialidade, valorização do preço das primeiras consultas).
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Só que não interessará, para já, aplicar programa idêntico ao já aplicado para as listas de espera para cirurgia (SIGIC) sem que o programa ALERT P1, recentemente implementado nos CSP e nos Hospitais públicos, entre em velocidade de cruzeiro, tal como o SIGIC já está. Assim a bem dos doentes e do sector privado da saúde (haja para tal a verba necessária), poderão os doentes para este sector serem encaminhados.
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Se para bem dos doentes e dos gastos com saúde, o futuro o dirá.
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É que ainda esta semana, atendi no Serviço de Urgência do Hospital onde trabalho, dois doentes (e muitos infelizmente vão aparecendo) com infecções graves pós-operatórias de cirurgias realizadas em clínicas privadas, no âmbito do SIGIC, complicações estas cujo tratamento é da responsabilidade do Hospital público “de origem” quando decorrido um mês de pós-operatório…
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E estes doentes ficam abandonados à sua sorte. À sorte de não aparecerem estas ou outras complicações.
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E se aparecerem… lá está o SNS a custear as despesas.
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Assim não “custa” tratar doentes, particularmente os que pressupõem uma vigilância periódica no pós-operatório, para além das 4 semanas, meses ou anos a fio.
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Assim como também não custará observar um doente numa primeira consulta, também em regime convencionado, e continuar a sua observação/tratamento no mesmo regime, certo de que garantido estará o pagamento da consulta subsequente ou até quem sabe, o tratamento cirúrgico, ao doente proposto…
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Será que Carmen Pignatelli também não valorizará, a exemplo do que fez Correia de Campos no que ao Relatório do TC sobre o SIGIC diz respeito, o sub-aproveitamento da capacidade e da disponibilidade instalada nos Hospitais públicos?

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