Palavras só não bastam...
“A saúde deverá pois ser encarada, cada vez mais, como um investimento e não como um custo. Os ganhos em saúde necessitam de ser pensados em cenários que incluam as consequências individuais e colectivas em períodos de tempo que cursam para lá dos ciclos políticos. É necessário fazer o exercício de transferência de impactes estimados na saúde para impactes económicos e societais, para mais directamente se apelar às preocupações e prioridade dos decisores políticos. “
"Há, pelo menos, quatro doentes residentes no Distrito de Portalegre que passam um verdadeiro calvário para conseguirem realizar os tratamentos de hemodiálise de que depende a sua vida: 600 quilómetros, três vezes por semana, rumo ao Montijo, onde está instalada a unidade de hemodiálise. (…) Tudo isto por que o centro de hemodiálise de Portalegre não tem vaga para aqueles doentes e os serviços públicos de saúde são incapazes de encontrar outra alternativa, mais próxima e que cause menos transtornos aos doentes."
"Há, pelo menos, quatro doentes residentes no Distrito de Portalegre que passam um verdadeiro calvário para conseguirem realizar os tratamentos de hemodiálise de que depende a sua vida: 600 quilómetros, três vezes por semana, rumo ao Montijo, onde está instalada a unidade de hemodiálise. (…) Tudo isto por que o centro de hemodiálise de Portalegre não tem vaga para aqueles doentes e os serviços públicos de saúde são incapazes de encontrar outra alternativa, mais próxima e que cause menos transtornos aos doentes."
De facto, assim como este caso de Portalegre evidencia e como tantos outros poderiam ser mencionados, a possibilidade que os indivíduos têm de obter cuidados de saúde apropriados às suas necessidades (temporais, geográficas e financeiras), de modo a alcançarem ganhos em saúde, está a ser permanentemente condicionada e submetida a critérios de “custos” e não a critérios de “investimento”, como no primeiro parágrafo do texto acima transcrito é afirmado dever ser.
E para que se fique a saber, embora parecendo serem palavras proferidas pelo mesmo orador, tal não o foi na realidade.
As primeiras, foram proferidas por Correia de Campos, durante a sua Intervenção no Encontro Sobre Avaliação do Impacte na Saúde e nos Sistemas de Saúde realizado a 05 de Novembro de 2007…
As segundas reportam-se a palavras de João Semedo a propósito dum requerimento, da sua autoria, dirigido ao MS em finais de Outubro, inquirindo sobre a falta de alternativas para os insuficientes renais crónicos realizarem tratamentos de hemodiálise em Portalegre.
... é preciso também aplicá-las.
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