segunda-feira, novembro 05, 2007

apelo

"O grito"
Edvard Munch
Apelo
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"Este mail é enviado (se chegar ao destino) de uma pequena comunidade rural do Alto Alentejo - vila e concelho de Avis, a sede com cerca de 2 000 habitantes, para muitos dos quais a Internet é um meio de comunicação por excelência, quer nas suas vertentes de lazer, profissional ou de serviço público.
A grande empresa que é a Telepac, com o SAPO, desde início de Outubro que mantém o serviço de Internet inoperacional ou melhor com uma operacionalidade que poderá rondar os 10%. Não será por negligência, nem por incúria, mas por certo, por desrespeito para com o interior do país, onde apenas existem centenas de assinantes e não milhares ou milhões como nas grandes cidades.
O subscritor, que trocou a cidade pelo campo há mais de 25 anos, e todos os outros habitantes de Avis, têm com a Internet, a vida ao seu lado.
Por favor, ajude-nos a que este apelo chegue aos ouvidos dos administradores da TELEPAC e ultrapasse a barreira do Call Center, verdadeiro empecilho quando o problema é regional e não localizado na nossa mesa de trabalho.
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João Adélio Marinho Trocado Moreira (joao.adelio@mail.telepac.pt)
Médico de família e director do Centro de Saúde de Avis
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P.S.

Podem ser acrescentados subscritores, se o desejarem.

P.S.

O objectivo é reenviarem para toda a lista de contactos, sempre em Bcc para que os endereços de e-mail não sejam usados para fins obscuros."
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Este apelo, publicado pelo Médico Explica Medicina a Intelectuais, é o apelo que todos os que vivem afastados dos grandes centros deverão fazer e exigir, quando são despojados dos mais elementares direitos que ao Estado competiria garantir, sabendo que de outros, por de elementares aparentemente nada terem, jamais terão possibilidade de vir a usufruir.
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Apelo de todos estes cidadãos, assim como dos “outros”, exigindo o não ser permitido que, cidadãos iguais, pelo mesmo Estado, sejam tratados de maneira diferente, só pelo facto de os votos ou de os lucros económicos não justificarem “investimento” nas pessoas ou nas zonas onde residem.
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E não só da Internet estou a falar...
Internet que, através da PTComunicações e da Telepac, passou a ser-me “oferecida” desde Junho deste ano, sustentadamente, a uma velocidade inferior ao máximo duma ligação analógica. Isto a 6 Km da 3ª maior cidade do país, numa freguesia com menos de 200 eleitores…
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Se a procura do legítimo lucro é aceitável quando de empresas privadas se trata, destas mesmas empresas agora privadas (mas outrora públicas) a quem foi “oferecido” o concessionamento exclusivo do fornecimento de serviços (outrora públicos também), já menos aceitável se pode considerar.
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Mas quando o nosso Governo, como grande empresa pública que ainda é, procede de forma idêntica quando em sectores, “ainda com alguma exclusividade”, prestadores de serviços como os de saúde, de educação, de segurança, de justiça ou de administração publica, encerra serviços, reduz a sua diversidade de oferta ou os deslocaliza para zonas mais rentáveis em termos económicos…
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...que moral terá para exigir ou impor aos concessionários, por ele escolhidos, que tenham uma actuação diferente para com os cidadãos agora considerados seus “clientes forçados e certos” e já não cidadãos, como o são os da água e saneamento, da energia e electricidade, dos transportes e comunicações, e o mais que ainda virá… ?

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