quinta-feira, junho 28, 2007

medicamentos fora de prazo, não... os outros, sim


"Medicamentos fora de prazo não são utilizáveis para ninguém e portanto não podem pensar que algum dia eu pudesse pensar nisso." Correia de Campos


Correia de Campos - TSF

Claro que sim.
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Não estava nem estou a ver um Ministro da Saúde pensar e muito menos propor que medicamentos fora de prazo pudessem ser “dados aos pobres”.
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O que não entendo, isso sim, é que este mesmo Ministro da Saúde, aponte como solução a “oferta aos pobres” dos medicamentos que ainda dentro do prazo se encontrem.
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Preocupado que está com o desperdício no SNS e consciente de que tal como ele “toda a gente sabe que há desperdício de medicamentos”, esperar-se-ia se uma outra tomada de posição pública de um Ministro de um Governo que se afirma pretender governar.


Ao invés de arranjar pequenos remédios para grandes males, esperar-se-ia a aplicação de grandes remédios para grandes males.

E estes “grandes remédios” não serão por certo “dar aos pobres” o que outros não consomem ou são obrigados a não consumir, mas sim diminuir a possibilidade de que a “gaveta da mesa de cabeceira ou da cozinha” de medicamentos excedentes ou fora de prazo fique cheia.

Mais lógico me parecia que Correia de Campos dissesse que estaria a pensar:
Aplicar o disposto no Artigo 47º do
Decreto-lei 235/2006

Artigo 47.º
Dispensa de medicamentos em unidose

1 - As farmácias instaladas nos Hospitais do Serviço Nacional de saúde podem dispensar medicamentos ao público em unidose.

2 - A dispensa de medicamentos referida no número anterior é regulamentada por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da economia e da saúde.

3 - Aos medicamentos destinados à dispensa em unidose nas farmácias instaladas nos hospitais do SNS não se aplica o disposto no artigo 104.º do DL 176/206 de 30 de Agosto. (necessidade de rotulagem e de folheto informativo a fornecer ao doente)

às farmácias de todo o país (mas com necessidade de rotulagem e de folheto informativo a fornecer ao doente);

Alternativamente, introduzir no mercado “embalagens contendo as unidades ajustadas às necessidades terapêuticas mais comuns, obrigando a Indústria Farmacêutica a produzi-las, as Farmácias a dispensá-las e os médicos a prescrevê-las”.
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Criar e obrigar a aplicar um Formulário Nacional de Medicamentos do Ambulatório do Serviço Nacional de Saúde, contemplando receituário "agudo" e "crónico".
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E porque não também, já agora, como diz o
Efervescente, “agora que os Relatórios secretos estão na moda, alguém sabe o que é que aconteceu ao trabalho do Infarmed sobre desperdício de medicamentos?”

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2 comentários:

naoseiquenome usar disse...

O Ministro a cair na esparrela lançada pelo homem da ANF; o aproveitamento infeliz de uma saída pouco feliz...

E a inércia.
Sim, porque afinal medidas já existem. Só falta executá-las.

Peliteiro disse...

E depois quem paga as campanhas eleitorais?
E quem arranja empregos para os amigos?