sexta-feira, junho 29, 2007

pressa de justificar o quê?



Algo estranho e confuso se passa com a informação prestada aos cidadãos nos Portais do Governo e da Saúde que a pressa não pode justificar.

Isto porque no Portal do Governo é apresentada uma nota do Gabinete do Ministro da Saúde sobre o Crescimento da Consulta Externa e Cirurgia em cinco especialidades nos Hospitais do SNS-2004-2006”, fazendo o encaminhamento para um documento em formato
PDF com 57 páginas e 310 KB.

Aberto este documento aparece apenas uma única página com duas tabelas referentes ao estudo realizado sobre Consultas e Intervenções Cirúrgicas dos referidos Hospitais.

Na esperança de melhor informado ser, fui até ao Portal da Saúde e aqui encontro a mesma nota do Gabinete do Ministro com as mesmas tabelas anexadas que completam 3 páginas (e não 57) no mesmo formato de documento (PDF) . Nota - Crescimento da Consulta Externa e Cirurgia em 5 especialidades nos Hospitais do SNS - 2004-2006 - Adobe Acrobat – 34 Kb

Esquecendo estes lapsos, que qualquer um tem, algo confuso deve estar o Gabinete do Ministro da Saúde, já que o que esta nota pretende contradizer é a existência duma diminuta produtividade das “especialidades referidas na comunicação social como sendo alvo de crescente privatização”.

Louva-se a atitude do Ministério da Saúde em nos manter informados sobre como está o nosso SNS.

Assim sendo:

“Entre 2004 e 2006, as consultas hospitalares, para o total do SNS, cresceram 9,8%, com as 1ªs consultas a crescerem 8,8% nesse período”.

Mas… como a nota também o refere, parece que nas especialidades alvo da “cobiça dos privados” e do “abandono por parte do SNS”, estes mesmos indicadores apresentam valores inferiores aos da média geral do SNS e como tal assim parecem comprovar o que a acusada “comunicação social” tem referenciado.

Já na avaliação da evolução do crescimento das intervenções cirúrgicas, aqui, sim nada abona a favor das notícias publicadas, já que nas quatro especialidades alvo de cobiça se “verifica um aumento da produção do SNS no período, e superior ao da média do SNS (excepto para o caso particular da obstetrícia): Oftalmologia com 13,7% nos 2 anos em análise, Ginecologia/obstetrícia com 6,7%, Estomatologia com 24,3% (mas um número total de IC muito reduzido) e Ortopedia com um crescimento de 11,9%.”

Bom seria que nos fossem fornecidos dados referentes à produção normal e à produção acrescida realizada no âmbito do SIGIC e saber qual foi, destas duas produções, a que mais contribui ou contribuiu para esta evolução modestamente positiva de crescimento do número de intervenções cirúrgicas.

É que à mulher de César não basta ser….
Ou terá sido só a pressa de justificar?.


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