O Prof. José Manuel Silva, Presidente do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos, faz referencia no "TM" ao livro "Redefining Health Care. Creating Value-Based Competition on Results", da autoria de Michael Porter (especialista em estratégia competitiva e profundo conhecedor da Saúde) e de Elisabeth Teisberg e transcreve algumas "frases ideias" nele transmitidas:
1) Embora as propostas de reforma da Saúde difiram, têm isto em comum: todas examinam o sistema actual e perguntam que modificações, impostas de fora, podem efectivamente controlar os custos, que são elevados e aumentam continuamente. Esta abordagem do problema falhará, porque começa com uma falsa premissa. O objectivo do sistema de Saúde não é minimizar os custos mas fornecer valor aos doentes, ou seja, mais saúde por cada dólar gasto.
2) É necessária uma maior liderança dos médicos, agora. A única solução real para o problema nacional da Saúde é aumentar dramaticamente o valor dos cuidados de saúde prestados com o dinheiro que está a ser gasto. Isso nunca será conseguido do exterior, remendando esquemas de pagamento e incentivos. Aumentar o valor dos cuidados é algo que apenas pode ser conseguido pelos médicos.
3) A competição na Saúde é disfuncional quando cada interveniente no sistema ganha, não porque aumenta o valor para os doentes, mas porque rouba valor de outros (diminuir tempos de consulta, esmagar salários, restringir serviços, transferir custos, etc.). Nenhuma destas medidas melhora os resultados da Saúde por cada dólar gasto - de facto, muitas vezes tem o efeito inverso.
4) A competição pelos resultados (melhor saúde por dólar gasto) produziria múltiplos vencedores: os doentes, que receberiam melhores cuidados, os médicos, que seriam recompensados pela excelência, e os custos, que seriam contidos.
5) Um sistema baseado em valor fundar-se-ia em três princípios simples:
a) o objectivo é o valor para os doentes;
b) os cuidados de saúde devem ser organizados em redor de condições médicas e dos seus ciclos de cuidados, não em serviços de especialidades que obrigam o doente a percorrer múltiplos departamentos;
c) os resultados são medidos e divulgados (na cirurgia de by-pass coronário, a mortalidade em New York diminuiu 41% nos primeiros quatro anos de comunicação de resultados).
E compara estas ideias de Michael Porter, com as ideias e a prática seguidas pelo Prof. Correia de Campos nestes dois anos de governação, que se traduzem em:
"esmagar salários, restringir serviços, transferir custos para os doentes, asfixiar instituições, substituir recursos públicos por privados".
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