"Tanto elogio. Tanta obra. Mais pela forma...
Compreende-se mal que a TM classifique CC personalidade negativa do ano 2007."
Terá sido assim, que o autor do SaudeSA comentou este artigo de opinião publicado no TM:
Personalidade negativa do ano
Foi a forma — mais que o conteúdo — da actuação de António Correia de Campos que o colocou na posição de figura negativa de 2007.
Reconhecido unanimemente como uma das personalidades que mais sabe sobre gestão de Saúde em Portugal levou a cabo a tarefa hercúlea de reformar o SNS.
A determinação com que o fez foi louvável, e a pertinência da actuação quase sempre inquestionável. Disso foram exemplos a reorganização dos cuidados de saúde primários, o encerramento de blocos de parto e a criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, esta última, uma área quase utópica nos cuidados prestados em Portugal até há pouco tempo.
Mas Correia de Campos padeceu de uma pecha grave em política: a comunicação.
Mas Correia de Campos padeceu de uma pecha grave em política: a comunicação.
Não justificou cabalmente as decisões que tomou, não assumiu uma postura dialogante.
Em suma, não comunicou, apenas informou.
E essa é uma atitude facilmente conotada com arrogância e sobranceria, atributos pouco adequados a quem pretendia impor a todo um País mudanças culturais, cortes, encerramentos e contenções numa área tão sensível como a Saúde.
Provavelmente foi esta conduta que lhe custou a exoneração, tendo sido substituído, no final de Janeiro, por Ana Jorge.
Lamentavelmente, a forma ofuscou o conteúdo e a razão perdeu-se em polémicas e manifestações.
TM, retrospectiva 25.02.08
Será que a arrogância e a sobranceria, utilizadas para a prossecução de objectivos correctos, são aceitáveis a um governante, dum governo dito democrático?
Será que os fins justificam todos meios?
Será que há lugar a “guerras” ou “sacrifícios extremos” por razões justas?
Acho que não… e da mesma forma que a TM, também acho que Correia de Campos pode ser considerado a personalidade negativa do ano de 2007.
Desde a escolha dum novo Secretário de Estado à nomeação dum novo Presidente do INEM, inaugurações ou visitas de ocasião (quem sabe se tudo isto não já previamente programado pelo staff de marketing do seu antecessor) a palavras ditas, já sobejamente gastas, sobre temas reconhecidos como importantes (Cuidados de Saúde Primários ou Continuados), é pouco… muito pouco…
É preciso mais qualquer coisa.
E essa qualquer “coisa”, tarda em chegar…
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