quarta-feira, janeiro 23, 2008

unidose


Sendo apologista, desde sempre, duma prescrição médica “personalizada” à patologia e ao doente, replico aqui o Post do Boticário, sobre a dispensa de medicamentos em unidose, com o qual, nas suas ideias gerais eu estou de acordo.


Unidose

A principal razão porque detesto os políticos e as políticas do XVII Governo é porque não me parecem ter a honestidade intelectual que os portugueses merecem e deviam exigir. São mentirosos e manhosas, para ser mais directo.

Isto da dispensa dos medicamentos em unidose é um dos muitos bons exemplos disto mesmo: a unidose é um assunto antigo, sobre o qual já se acordou, protocolou e legislou há mais que muito tempo. No entanto, hoje, ninguém sabe o que o Governo entende por unidose (eu nem concordo, por motivos de segurança e higiene, com o retrocesso que representa a unidose "tira do frascão, mete no frasquinho") e ninguém sabe quando estará disponível nas farmácias de Portugal (As farmácias nos hospitais iniciariam uma fase experimental, mas quando é que abre uma, uma que seja, para iniciara a dita experiência?).

Porquê tanta demora, tanta manha, tanta curva e contra-curva? Talvez porque a indústria farmacêutica não deixa. MSP

.

Compreendo a preocupação de MSP ao considerar poder este método de dispensa de medicamentos vir a fomentar ou a permitir uma mais fácil adulteração da qualidade do princípio activo, do seu prazo de validade, ou da sua identificação perante o consumidor (perda de segurança).

Reconheço poder vir a exigir aos profissionais das Farmácias e às suas Direcções Técnicas uma adequada preparação e um maior investimento em equipamentos dispensadores destes medicamentos por forma a minimizarem os riscos de quebra de higiene com o manuseamento dos mesmos.

Mas não restará mais que exigir a essas direcções técnicas o cumprimento rigoroso das normas de segurança e de higiene (haja vontade superior da sua definição) por forma a garantir ao consumidor a qualidade máxima que, no caso particular do medicamento (mais ainda do que em qualquer outro produto), lhe deve ser exigida.
E a ASAE, recentemente criada, que faça o resto que lhe compete…


Ao que o Peliteiro questiona e responde,

"Porquê tanta demora, tanta manha, tanta curva e contra-curva? Talvez porque a indústria farmacêutica não deixa."

eu acrescentaria:

... e porque o nosso Governo (ainda) não quer.
.
Vá-se lá saber porquê.




4 comentários:

Anónimo disse...

Completamente de acordo.

Anónimo disse...

Como é que vão ser as coisas aí prás bandas do centro hospitalar guimarães fafe com a aplicação de:
-"Os organismos do Estado que fecharem este ano com prazos de pagamento a fornecedores superiores a 180 dias serão alvo de uma auditoria, anunciou o ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos.
Esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o Governo aprovou uma resolução denominada "Pagar a tempo e horas" e que se destina a reduzir os prazos de pagamento do Estado aos fornecedores."
Será que agora o CHAA vai pagar as dívidas aos fornecedores?

Anónimo disse...

É o estado que autoriza o tamanho das embalagens,na situação de prescrição perante uma patologia aguda,o médico sabe qual a duração do tratamento,então porque e que as embalagens não são de tamanho adequado?A unidose,para quem não sabe ler e se guia pela cor das caixas,(grande parte dos idosos são analfabetos)vai ser causa de muitos erros .....a quem responsabilizar depois???

Peliteiro disse...

Temos que ser ambiciosos - é possível ter qualidade e preços controlados - e exigir cada vez melhor. O sistema de unidose do "tira do frascão e mete no frasquinho" é um retrocesso, é obsoleta, é um perigo para a segurança e higiene (aliás como já debatemos noutro tempo) (sim, é verdade, o sistema Americano que se vê nos filmes é arcaico!).

Porque não perguntam os políticos como se deve fazer, a quem realmente sabe - nós Farmacêuticos? Porque se discute e decide ao arrepio dos profissionais?
Depois dá asneira! Como sempre.