quinta-feira, julho 05, 2007

as Carreiras Médicas

Primeiro transplante renal em 22/12/1954. Joel Babb, 1996 The Harvard Medical Library, Cambridge, U.S.A


Há dias em “O SIM vai de férias? ” comentava o facto de um sindicato médico, em particular o Sindicato Independente dos Médicos, ter recusado o convite da Ordem dos Médicos para participar numa reunião juntamente com a Federação Nacional dos Médicos, para análise e discussão das Carreiras Médicas.

Foram na altura dados a conhecer os quatro argumentos link que Carlos Arroz, dirigente do SIM, utilizou para justificar tal atitude do seu sindicato:

1. “ser tarde de mais”
2. “ter falta de confiança na FNAM”
3. “Não lhe parecer oportuno os parceiros médicos darem o sinal de que estão muito ansiosos”
4. “Não querer favorecer nenhum dos candidatos a bastonário”

Considerei estranha esta atitude de Carlos Arroz de afastamento (que não de boicote, já que a referida reunião ter-se-á realizado) da discussão de tão importante diploma que se impõe rever e que está nas perspectivas não só do Governo como também (pelo menos deveria estar) de ambos os Sindicatos e da Ordem dos Médicos.

O nomear das reais intenções desta tomada de posição, por parte deste dirigente sindical, reservo-o para os que objectivamente desejam que a falta de motivação e de unidade dos médicos exista, esfumando-se assim uma oposição activa à perspectiva de destruição ou extinção das Carreiras Médicas como parte parte integrante e garante da qualidade do exercício profissional médico no âmbito dum Serviço Nacional de Saúde "social", forte e competitivo que se deseja.

Será que alguém pretende excluir ou não ver contemplado o que no preambulo do Decreto-Lei 73/90 de 6 de Março é apontado como tendo sido este diploma das Carreiras Médicas o “resultado do diálogo com organizações representativas dos médicos, revelando a eficácia do espaço de comunicação criado pelos mecanismos legais de negociação e participação”?

Será que pretendem alhear-se de contribuir com “propostas de alteração, objecções e comentários, de natureza substancial e formal”?

Ou será que já não entendem serem as Carreiras Médicas importantes como garantia de “incentivo e transparência ao exercício da profissão médica no Serviço Nacional de Saúde, para além de propiciar maior e melhor aproveitamento das instituições e dos seus recursos e que contenha clareza de princípios e de normas”?

Como diz o Prof. José Manuel Silva só me resta com ele corroborar em “Um profundíssimo lamento

“Desejável seria, de uma vez por todas, que os dirigentes das várias associações médicas soubessem definir uma condigna escala de prioridades, transmitir uma verdadeira imagem de união e identidade, e trabalhar em conjunto pelo benefício do colectivo, a única forma de fazer frente aos inimigos dos médicos, da qualidade e independência técnica e deontológica da Medicina e da nobreza, coerência e pendor social do Serviço Nacional de Saúde. Mais do que essencial, é vital que assim aconteça!”
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3 comentários:

naoseiquenome usar disse...

Perrmita-me que lhe pergunte: quem são o0s inimigos dos médicos?

J.F disse...

Cara NSQNU

Parafraseando o Prof.José Manuel Silva,os inimigos dos médicos são os que, directa ou indirectamente, achando-se com o direito ou o dever de interferir no exercício do acto médico o fazem com menosprezo pela “ qualidade e independência técnica e deontológica” que lhe são devidos, como actos praticados dentro e fora do SNS.

naoseiquenome usar disse...

Permita-me de novo que interfira.
Essa "passagem", trduz-se em: ninguém.