segunda-feira, junho 11, 2007

a saúde materno-infantil na região Norte


"Apesar das dúvidas, críticas e alertas, o Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN) vai avançar. Não como uma unidade independente, mas integrado num centro hospitalar - que reúne o Hospital Santo António, a Maternidade Júlio Dinis e o Hospital Maria Pia - e para o qual já existe um plano prévio de negócios para os primeiro três anos, aprovado pelos conselhos de administração e pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN)." JN
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Muito confuso parece ser este projecto que inicialmente se projectava ser um Centro Materno-Infantil e que nos dias de hoje, segundo a ARS do Norte e os CA dos Hospital de Santo António e da Maternidade Júlio Dinis/Hospital Maria Pia será incluído no âmbito de mais um Centro Hospitalar, desta feita do Norte, a constituir ainda este mês de Junho.

E quais vão ser os investimentos necessários?
43,5 Milhões de Euros.

Verba destinada a obras no Hospital de Santo António - 4 milhões de Euros - e no Hospital Militar do Porto - 2 milhões de Euros - que transitoriamente irá dar apoio ao futuro Centro Hospitalar do Porto enquanto as obras e a construção do novo edifício na Maternidade de Júlio Dinis não estiverem concluídas, o que está previsto suceder no ano de 2010, obras estas que ascenderão a 37,5 milhões de Euros.

Aquilo que segundo muitos técnicos deveria ser concentrado num único espaço, que desse apoio e assistência ao pré-puerpério, ao parto e à puérpera, ao recém-nascido e à criança, duma maneira centralizada e especializada a toda a Região Norte do país, ir-se-á repartir assim por três locais:

- o espaço da actual Maternidade de Júlio Dinis,
- o edifício Central do Hospital de Santo António e
- o edifício do CICAP.

Distanciados entre si por uns aparentes “poucos” 200 a 500 metros lineares, por se tratarem de edifícios localizados em pleno centro da cidade, difícil será de contabilizar o tempo necessário para se processarem eventuais transferências de doentes entre os vários edifícios assim como organizar e orientar o apoio das várias especialidades médicas, cirúrgicas, de diagnóstico e de apoio técnico intervenientes no campo materno-infantil.

E isto porque:

1. no espaço da Maternidade, ficarão instalados os internamentos de Obstetrícia e Ginecologia, uma Unidade de Neonatologia (até aos 28 dias) e a aqui serão realizadas as respectivas cirurgias (obstétricas e ginecológicas) bem como as Consultas Externas de Pediatria.

2. no Hospital de Santo António, realizar-se-á a Cirurgia neo-natal (dentro dos 28 dias),

3. no edifício do CICAP está prevista ser realizada a Cirurgia de Ambulatório Pediátrica.

4. o internamento pediátrico (a partir dos 28 dias) ficará sedeado no Hospital de Santo António, assim como será neste Hospital que serão efectuadas as cirurgias pediátricas.

5. as Unidades de Cuidados Intensivos (Adultos e Pediátricos) ficarão localizadas no Hospital de Santo António…

Sollari Allegro (Presidente do CA do HSA) diz que com a criação deste Centro Hospitalar do Norte, "fica assegurada a segurança das grávidas na altura do parto. Qualquer complicação é transportada para o hospital de Santo António já que a distância entre as duas unidades é diminuta."

Mas Octávio Cunha (director do Serviço de Neonatologia do HSA, desagradado com o projecto, diz:
"Primeiro, vão encerrar a maternidade onde foram investidos 1,5 milhões de euros nos blocos de partos, que são magníficos e onde foi reconstruída a Unidade de Cuidados Intensivos. No Hospital de Santo António, também foram feitos investimentos e agora decidem que os partos das duas instituições devem ser feitos no mesmo sítio, na Maternidade. Depois vai-se gastar mais uns milhões para demolir e criar um serviço para quatro mil partos."

E enquanto tecnocraticamente Sollari Allegro considera que “na prática, vão ser concentrados serviços e distribuídos pelas duas unidades, contando também para tal com a legislação que permite a mobilidade de funcionários públicos.”, Octávio Cunha é da opinião ser este projecto “um projecto sem alma, apenas uma concentração sem qualquer ideia de prestação de cuidados de saúde à criança do Norte do país”.
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Profissionais médicos, com visões bem diferentes da saúde materno-infantil para a região Norte.
Qual deles com mais razão?
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