O Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto instituição pública de saúde, carregado de história e com uma actividade assistencial, de ensino e de investigação dignas de referência no campo da oftalmologia, corria o risco de extinção ou de desmembramento em consequência dum protocolo estabelecido entre o Conselhos de Administração deste Instituto e o do Hospital de Santa Maria de Lisboa ( Castanheira Pereira e Adalberto Fernandes), não fosse uma providência cautelar ter posto fim ao desejado.
Este protocolo, para além de violar os preceitos legais estabelecidos (e em vigor) no que às Carreiras Médicas e ao Código do Trabalho diz respeito, ao pretender fazer deslocar os médicos oftalmologistas do Instituto para prestarem comulativamente serviço de urgência no Hospital de Santa Maria, conduziria a uma redução do tempo do trabalho médico no I.O.G.P., com a consequente diminuição em 20% da produtividade anual programada e a um agravamento da qualidade dos serviços lá prestados.
Estas ilegalidades e implicações nas actividades do Instituto terão sido demonstradas pelos profissionais médicos a ambos os CA das duas instituições e à ARS de Lisboa e Vale do Tejo que ” ouvidos moucos” terão feito.
E só com uma decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, dando razão a uma providência cautelar apresentada pelo Sindicato Médico da Zona Sul determinando a «suspensão de todos os efeitos decorrentes do referido protocolo”, é que os CA e a ARS de Lisboa e Vale do Tejo arrepiaram caminho, suspendendo todas as medidas por eles próprios tomadas. aqui
Um aviso para os administradores que na ânsia de ficarem bem vistos perante a tutela, ultrapassando as leis vigentes pretensamente para melhorar um dos serviços hospitalares e melhor rentabilizarem os recursos humanos, conduzem objectivamente, com as suas deliberações unilaterais, a uma penalização de serviços públicos produtivos que forçados a alterar pela negativa a sua actividade, mais facilmente poderão ser propostos para encerramento.
Mas um aviso também para todos os profissionais de serviços comprovadamente produtivos, integrados ou a integrar em Centos Hospitalares, que pelo mesmo processo de intenção de encerramento possam vir a passar. Processos de intenção em que os “bem intencionados” para tapar a cabeça, sabendo que a manta não chega, põem a descoberto não só os pés mas também suas verdadeiras capacidades de gestão danosa dos serviços públicos.
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4 comentários:
Excelente post este.
Mas deixe-me apenas acrescentar que os administradores não tentam ficar bem vistos perante a Tutela mas também que, se vêem obrigados a agradar e a ceder às ambições particulares dos vários nichos que proliferam dentro dessas mesmas instituições. Diria mesmo que, os "pobres desgraçados dos administradores" são os que dão a cara. Usassem eles de alguma verticalidade e teríamos sim, quem sabe, alguns frutos bem mais perfeitos, sem "bicho".
mais do que o encerramento de unidades nas grandes cidades preocupam-me as populações que vão ficar a horas de ajuda médica, ou os recém licenciados que serão tratados (provavelmente) como escravos.
http://culpadomedico.blogspot.com/
Apenas um aparte!
:)) J.F., não resisto a deixar-lhe aqui os meus parabéns pelo 5º lugar que seu blog arrecadou com o título de "BLOG COM TOMATES".
Espero apenas que estes TOMATES sejam considerados verdadeiramente biológicos, onde não haja calibração para entrarem no mercado. É que hoje tudo é calibrado: cor; tanho; aroma; maturação; frescura.
Viva os Tomates autênticos.:)))
PS: nada de palpação nas frutas sim! Depois de sofridas algumas pisaduras, as frutas entram logo em acelerada decomposição.
Bom domingo
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Obrigado pelos parabéns
...mas a nomeação a outros se deve.
Tentarei preservar pela integridade dos ditos, também no que ao "Raio" se refere...
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