pedidos de demissão de Chefes de Equipa de Urgência no Hospital de Guimarães

O Director do Serviço de Urgência do Hospital da Senhora da Oliveira e oito Chefes de Equipa do mesmo Serviço, solidarizando-se com o seu Director, apresentaram hoje o seu pedido de demissão.

“Na base das decisões está a falta de meios e condições de trabalho, que levou já vários médicos (a maior parte de nacionalidade estrangeira) a abandonar funções nas urgências ao longo do último ano, mas também a falta de apoio da Administração e de outras estruturas tutelares da Saúde”. Radio Fundação
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É com este cenário que se perspectiva, a bem curto prazo, a institucionalização do novo Centro Hospitalar do Alto Ave, com a fusão dos Hospitais da Senhora da Oliveira de Guimarães e de S. José de Fafe.

Com a constituição deste Centro Hospitalar, novo CA será nomeado.

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E pelo que tudo indica o actual Presidente do CA do Hospital de Guimarães (Dr. António Pinheiro) será reconduzido no cargo de Presidente do CA do Centro Hospitalar, tendo já como certas as reconduções de alguns dos seus actuais colaboradores como vogais executivos e consultivos.

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Para além dos problemas decorrentes da integração dos Serviços Clínicos existentes no Hospital de Fafe, ir-se-á debater o futuro CA deste novo Centro Hospitalar, com o proposto encerramento do SU do Hospital de S.José de Fafe que actualmente atende mais de 170 doentes por dia.

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E se hoje o Director do SU e seus Chefes de Equipa, apresentaram um pedido de demissão por não conseguirem desenvolver uma medicina de qualidade (por falta de recursos humanos) o que irá suceder quando virem aumentada a afluência ao seu SU, com mais 50% de doentes provenientes da actual área de influência do Hospital de Fafe?
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Mas o actual Presidente do CA do Hospital de Guimarães terá considerado que esta demissão é “não mais que um grito de alerta” reconhecendo que “os responsáveis pelo serviço de urgência estão cansados, devido ao excesso de trabalho” e que “os chefes de equipa vão continuar em funções, até serem encontrados substitutos ou outro tipo de solução" RFM

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Até serem encontrados outros substitutos...

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Será que a substituição dos Chefes de Equipa e do Director do SU pode ser contemplada como uma das soluções?

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Parece-me que não.

Pois o problema não está nas pessoas que chefiam as Equipas de Urgência mas na ligeireza com que se tratam os problemas da saúde, neste caso particular, os do Serviço de Urgência:

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Insistir:

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Na falsa esperança de que as novas metodologias de actuação dos CPS podem dar resposta (ou já a dão) à elevada afluência de doentes aos Serviços de Urgência mais diferenciados.

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Na constituição de SUBs (com dois médicos, dois enfermeiros e MCDT disponíveis) no pressuposto de que não serão meros serviços de "triagem" e de encaminhamento para SUMC;

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Na restrição à admissão de novos quadros diferenciados, previligiando a manutenção ou contratação de outros de baixo grau de diferenciação que nenhuma ou reduzida “mais valia” trazem para o serviço de atendimento urgente, sobrecarregando assim os já reduzidos elementos “mais diferenciados”;

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No falso conceito de que o investimento na emergência pré-hospitalar (importante que é, sem dúvida, mas felizmente só num pequeno número de situações) irá diminuir o actual investimento em estruturas e meios humanos para o atendimento urgente;

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Em suma:

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Que se esteja a tratar a saúde como um produto empresarial que saído duma linha de produção contribua para uma "mais valia contabilística" e não para um bem estar físico e social com qualidade.

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Não haverá, certamente, mudança de nomes de responsáveis que consiga corrigir estas metodologias...

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