São recorrentes as notícias dando conta dos milhões que desperdiçamos - poluindo - em medicamentos. link
Uma parte deste desperdício é inevitável e inerente ao uso, à adesão, ao sucesso ou insucesso das terapias.
Outra grande parte é desperdício evitável.
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Facilmente evitável! E como?
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Não recorrendo ao processo obsoleto, caro, pouco seguro e higiénico (mas populista) da dispensa em unidose.
Recorrendo simplesmente ao dimensionamento das embalagens, adequando-as aos fins terapêuticos a que se destinam.
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Fácil.
Fácil sobretudo porque boa parte dessa tarefa está há muito realizada, existindo autorizações de introdução no mercado (AIM) para embalagens de 1, 2, 3, 7, 14... unidades.
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O problema é que as presentações estão registadas mas não são utilizadas!
Estão registadas, não são utilizadas, a culpa morre solteira e temos então uma clássica pescadinha de rabo na boca: no início do ciclo diz-se que não se produz porque não há procura; no fim do ciclo diz-se que não se prescreve porque não estão no mercado.
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Isto há anos!
Pois houvesse vontade política.
Basto eu para resolver o problema, para poupar milhões ao erário público e aos bolsos dos doentes, para diminuir os custos de tratamentos dos resíduos e da contaminação do ambiente.
Basto eu ou outro meco qualquer que conheça o circuito dos medicamentos.
Apenas com as estruturas e os meios actualmente disponíveis e com a autoridade necessária para fiscalizar e punir..
O ciclo do medicamento está completamente documentado e quase completamente informatizado.
É possível saber em qualquer momento se determinada apresentação de um medicamento é ou não produzida pela Indústria, se é ou não aprovisionada pelo Distribuidor, se é ou não aprovisionada e dispensada pela Farmácia, se é ou não prescrita pelo médico; e vice-versa..
Não acredito na bondade do sistema em todo este circuito; ele deve ser fiscalizado e os prevaricadores devem ser severamente punidos..
Enquanto tal não se fizer, a espaços, teremos reportagens com as anteriores e resultados de estudos proibidos pelo Ministério da Saúde ocultando a feia e velha realidade. .
Mário de Sá Peliteiro
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