Divulgação proibida porquê?
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O Ministério da Saúde e a ANF encomendaram e pagaram um estudo sobre o consumo de medicamentos.
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Conclui o estudo que os portugueses e o Estado desperdiçam mais de 500 milhões de Euros por ano em medicamentos que vão parar ao lixo, às gavetas das mesinhas de cabeceira ou às Farmácias para incineração...
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Se a prescrição e a venda fossem realizadas por "unidose" este desperdício seria parcialmente evitado com benefício evidente para os doentes e para o Estado.
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As Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos parecem estar de acordo.
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Porque terá o Ministério da Saúde impedido a divulgação dos resultados deste estudo?
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Mas a TVI conseguiu aceder a este estudo...
sobre desperdício de medicamentos (aqui)
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O Ministério da Saúde e a ANF encomendaram e pagaram um estudo sobre o consumo de medicamentos.
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Conclui o estudo que os portugueses e o Estado desperdiçam mais de 500 milhões de Euros por ano em medicamentos que vão parar ao lixo, às gavetas das mesinhas de cabeceira ou às Farmácias para incineração...
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Se a prescrição e a venda fossem realizadas por "unidose" este desperdício seria parcialmente evitado com benefício evidente para os doentes e para o Estado.
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As Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos parecem estar de acordo.
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Porque terá o Ministério da Saúde impedido a divulgação dos resultados deste estudo?
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Mas a TVI conseguiu aceder a este estudo...
sobre desperdício de medicamentos (aqui)
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6 comentários:
A TVI é uma expert em saúde!!!
As Ordens concordam com a "unidose" mas eu não.
É um método obsoleto, caro, pouco seguro e higiénico. Por outro lado a sua implementação será necessariamente demorada e, provavelmente, logo depois a sua execução será "contornada" mantendo-se o desperdício.
Assim, parece-me que se deve, antes de mais, colocar em boa prática o sistema previsto na actual legislação: adequação das embalagens às necessidades terapêuticas.
Claro que há que fiscalizar e punir quem prevarica, seja quem produz os medicamentos, quem distribui, quem dispensa e quem prescreve. Se tal não se fizer, não adianta gastar energias a fazer o que quer que seja - se há coisas em que somos bons, é em "dar a volta à questão"...
Um abraço
Caro MSP
O sistema de "unidose" (utilizado há já alguns anos nas instituições hospitalares) significa (como bem o sabe)o fornecimento pelas farmácias hospitalares de medicação diária, "individualizada" ao doente e à patologia ou patologias em tratamento.
Em regime ambulatório, não é aplicável o conceito de fornecimento diário mas será de todo o interesse que a quantidade a dispensar ao doente (e que ele e o Estado irão pagar) seja a adequada e a suficiente para completar o tratamento.
Se o sistema a adoptar deve ser pelo dispensar duma embalagem previamente adequada pela indústria farmaceutica ou pela "contagem", a realizar pelo Farmaceutico, do número de doses necessárias para o efeito, opte-se pela mais "segura e higiénica" como bem refere.
Mas como também diz quer com um sistema ou com o outro sempre "haverá peritos em lhes dar a volta".
Quantas vezes se esgotam, nas Farmácias, as embalagens pequenas...
Um abraço.
Esgotam-se tantas vezes quanto se esgotarão as "unidoses".
Esgotam-se, quase, tantas vezes quantas as vezes que se esgotam nos distribuidores e nos produtores, alegadamente por escassez de procura do mercado. O quase entre vírgulas porque não descarto a parte da "culpa" das Farmácias.
E para si, qual dos intervenientes (indústria, distribuidores, farmácias, médicos) tem a maior fatia de "culpa" na pescadinha de rabo na boca?
Caro MSP
Sem querer defender nenhuma das "damas" parece-me que nenhuma "desculpa" de se ter esgotado o stock (por parte das farmácias), de não fornecimento atempado (por parte das distribuidoras) ou de não compensação económica a sua produção (por parte da indústria) terá razão de existir se competir ao prescritor (médico) a indicação da posologia, frequência e tempo de tratamento e ao dispensador (Farmacêutico) o dispensar ao doente a quantidade, por ex. de “blisters” ou de fracção destes para completar o tratamento preconizado.
“Vida mais facilitada” teria com este sistema o prescritor.
Mais complicada o dispensador…
Se acompanhado da necessária bula e da inviolabilidade do medicamento em “blister”, não vejo onde possa existir falta de segurança ou de higiene.
Mas acima de tudo, independentemente do método, o que mais faz sentido é o fornecimento da quantidade de medicamento estritamente necessária (ou perto da estritamente necessária), para bem do doente e dos gastos/desperdícios… e neste aspecto, modéstia à parte, o médico tem a principal responsabilidade…
Um abraço.
Desculpe a demora na resposta mas tive uns dias muito atarefados.
Talvez estejamos a argumentar com base em modelos de unidose diferentes.
É claro que «o médico tem a principal responsabilidade no fornecimento da quantidade de medicamento estritamente necessária (ou perto da estritamente necessária)». Não tenha medo que lhes retirem responsabilidades. Escusa de dizer "modéstia à parte", eu diria mesmo que têm TODA a responsabilidade.
Repare que não sou completamente contra o sistema "unidose", aliás uma das vantagens que antevejo é a de imputar TODA a responsabilidade a um só interveniente no processo.
O que eu digo é que a unidose seria desnecessária num sistema onde houvesse controlo, onde a responsabilidade pelo desperdício fosse vigiada e punida. Tanto mais que a unidose tem desvantagens: higiene (inferior claro se as formas farmacêuticas de base forem fornecidas em embalagens primárias e não em granel; mesmo assim, se visitar uma fábrica de medicamentos vê que a embalagem secundária é efectuada em ambiente controlado e asséptico, como mandam as GMP), segurança (maior taxa de erros de dispensa na farmácia, maior taxa de erros na toma pelo doente, maior facilidade de contrafacção, de controlo de PV...) e preço (o fraccionamento manual é mais caro que o automático, em série). Por outro lado a sua implementação será necessariamente demorada, teremos que aguardar portarias e despachos respectivos. Ainda, não é seguro que as receitas continuem a fazer "ricochete" - é que o sistema além de ser teoricamente eficaz terá que ser na prática eficiente, ou seja, exemplificando, muito terra a terra: se espera que eu abra uma caixa de 60 comprimidos de Solexa (no que presumo ser o seu sistema) que custa 56 euros para vender 2 cáps. por 2 euros e ficar à espera que vença o PV (multiplicando isto por milhares e milhares de referências, genéricos e genéricos de genéricos)... Bom, eu assumo já que não o faria. E julgo que se compreende.
Tudo isto para dizer o quê, que o desperdício tem que ser combatido, que tem que haver responsabilização, fiscalização e punição, que o sistema das embalagens reduzidas é o ideal, haja vontade política, que esta história das unidoses é areia para os nossos olhos.
Parabéns pelo blogue. Está cada vez melhor. Havemos de pensar numa fusão, agora que cada vez mais big is beautiful.
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