Há dias, a propósito da alteração da regulamentação da justificação da doença dos funcionários públicos aprovada pelo Governo, comentei:
“Quer-me cá parecer que o nosso governo está a diminuir a velocidade deste cruzeiro para pensar”.
E agora eu acrescentaria também “... para pensar e voltar atrás, ao cais donde partiu, para traçar uma rota mais consentânea com os interesses dos turistas que nos camarotes da classe executiva do paquete vão instalados”.
E quem tiver a curiosidade de ouvir a gravação aqui apresentada só perderá 28 segundos… para saber porquê:
Pode-se ouvir outra vez sim.
Mas quem não quiser ouvir outra vez a voz do comandante do navio , aqui está escrito:
“Entendemos perfeitamente que há muitos profissionais que têm a sua vida organizada ou estão no pico da sua força física e capacidade de acção e que pretendem durante um período de tempo fazer mais trabalho no sector privado. Pois bem passam ao horário de 20 horas, sua utilidade para o hospital – 4 horas por dia – será absolutamente bem utilizada e todavia eles poderão até inclusive ter responsabilidade de chefia lá fora. Esta é a nossa intenção.”
é verdade são palavras de Correia Campos, capitão do Cruzeiro do SNS...
Contentes parecem ter ficado os turistas da classe executiva do cruzeiro, embora demonstrem ainda um pouco de mal estar com o enjoo que a primeira parte da viagem lhes provocou.
Mas não há como uns anti-eméticos para resolver o problema.
Pedro Nunes continua a criticar o despacho sobre as incompatibilidades, acusa Correia de Campos de agir com base em critérios puramente economicistas mas opinião sobre as 20 horas semanais não formula (quem cala consente).
Declaradamente a favor parece ser a Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde que da mesma forma acusa Correia de Campos de provocar instabilidade no sector mas ao contrário de Pedro Nunes acredita que esta nova opção de horário de trabalho pode resolver o problema.
Pois é resolve o problema.
O problema do enjoo...
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10 comentários:
20 horas!!! Nada mau,para todos aqueles medicos que não tiverem agenda completa na privada, ficam assim com a possibilidade de a completar no SNS:)))))).
Falta saber se esses "funcionarios" para alem de picarem o possivel ponto, serão pagos á hora ou por cada doente.
Valha-me deus e a minha dor de cotovelo!
Os fundamentalistas da impressao digital podem embrulhar esta.
É muito, muito triste.
Cara "Sofia Loureiro dos Santos" acha triste?! Eu não acho. Era preciso mudança, está tudo muito viciado.Porque não tentar desta forma, invertendo, em vez de trabalhar no SNS e completar agenda na privada, trabalhar a tempo inteiro na privada e completar agenda no SNS? Acho até muito saudavel. Será bom para os SAUDOSISTAS que optem pela privada e para não sentirem saudade do SNS, vão indo umas horitas ajudar os Residentes do SNS.
Cara ...:)
Compreendo e agradeço o seu comentário como uma expressão de ironia que ele transmite.
Estou absolutamente certo (porque a conheço bem) ser essa a sua intenção.
Permita-me no entanto corrigí-la num aspecto:
Desde há muito que alguns, de quem apelida de "saudosistas", trabalham em tempo parcial no SNS e fazem da privada o seu local preferencial de trabalho.
Com esta proposta de CC legaliza-se o que de ilegal existia... e perpetua-se a promiscuidade, o
aproveitamento e a "tabua de salvação" de interesses que não os do SNS.
Caro J.F obrigada pelo voto de confiança, mas continuo com as mesmas duvidas.
Os vencimentos!!!
Estes "funcionarios" irão manter, reduzir ou aumentar os seus vencimentos uma vez que se consideram ser " imprescindiveis" ao "normal" funcionamento do SNS.?
Se fôr só para manter a carga horária reduzida mantendo ou aumentando o vencimento, eu também quero. Não que ambicione preencher a minha agenda, apenas me dedicar a tempo inteiro a algumas actividades que me mantem saudavel e equilibrada.
bem,
é assim:
CC, enquanto MS, e após introdução de medidas que só se consideram "ousadas" atentos os interesses instalados, foi... medíocre, não... foi mau, ao fazer o que alguém já chamou de "inflexão".
Esteve muito mal.
Se desconsiderarmos esta perda de carisma, talvez até seja uma medida transitória adequada, atenta a circunstância de que o regime de trabalho a tempo parcial existe para quase todas as classes profissionais e a realidade revela que são quase ínfimos os casos que pelo dito sistema opta.
Querida ... :) a mim também quase me faz inveja.
Garanto-lhe que em pouco mais de dia e meio trabalho as 20 horas.
Mas também em menos de 4 dias trabalho as 42 e não tenho nenhum acréscimo por isso, nem pelas demais. Especificidades (:) ) com que se não acaba de um dia para o outro e que os bons até merecem, porque, não são eles que ganham demais, nós, outros, é que ganhamos pouco!
Boa noite.
Cara "naoseiquenome usar" espero que o seu tratamento de "querida" seja real e não de ironia. :))) é um elogio para mim.
Como entendo que percebeu, apenas aqui brinco com um AMIGO e de facto ironizo um pouco verdade verdadinha.
Não sou médica nem sequer licenciada, deixei 3 cadeiras (duma licenciatura que nada me diz, em nada me estava a sentir mais realizada)para tras e nao tenho qualquer intensão de as fazer. Por enquanto o bacharel me chega. Os humildes 1.300.00€ que ganho tambem me vão bastando. Dedico realmente o tempo que me resta do meu "TRABALHO" a coisas que amo e acredito.
Não duvide um enésimo de segundo do tratamento que lhe dediquei ...:).
verdade verdadinha que me congratulo com pessoas assim.
Continuando e para terminar:
Não tenho real inveja dos que ganham bem. Tenho sim, não inveja mas algo muito desagradavel por todos os PARASITAS que proliferam por todo o lado, seja lá em que sector e se lamentam por tudo e por nada.
Boa noite para si tambem!:)
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