domingo, maio 25, 2008

"a better way" para o SNS?


Na defesa de Manuela Ferreira Leite link, retirei do Boticário esta opinião que bem gostaria (do mal o menos) que fosse a opinião de quem se propõe liderar uma importante força partidária e quem sabe (se os portugueses assim o entenderem), poder vir a ser Primeiro Ministro...
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Pobre SNS para pobres

Não vi o debate da TVI em que Manuela Ferreira Leite terá defendido o fim do Serviço Nacional de Saúde (SNS) universal e gratuito e pelo que li depois,
aqui por exemplo, não terá sido exactamente isso que ela afirmou.

Seja como for, embora sendo apoiante de Manuela Ferreira Leite, eu defendo um SNS financiado pelos impostos de todos os portugueses e ao serviço de todos os portugueses e acredito - com as políticas adequadas, com o estímulo da concorrência entre os prestadores - que é possível o seu financiamento sustentado num país como Portugal.

Defendo um SNS universal e gratuito porque um SNS apenas para os mais desfavorecidos, um SNS para pobres, será sempre um sistema de saúde fraco, um SNS pobre e porque a igualdade de acesso a cuidados de saúde de qualidade deve ser uma das, poucas, funções essenciais do Estado.
Claro que «a política da saúde vai ter muito dificuldade em ser financiada da forma como é» e que tal como está o «SNS gratuito ou tendencialmente gratuito para todos é um aspecto que provavelmente vai ter que ser revisto» porque «
é pesado, pouco ágil, desarticulado, gastador e relutante em acolher a inovação, presa fácil de interesses particulares». E é claro que - sobretudo durante o tempo em que Correia de Campos, o coveiro do SNS, governou - «aqueles que têm muitos recursos não usam esse mau serviço, pagam impostos para manter esse serviço e simultaneamente tornam a pagar o serviço porque vão aos serviços privado», abrindo espaço para que grandes - apenas grandes! - investimentos privados na saúde surjam como cogumelos e que os seguros de saúde sejam a regra e não a excepção.

Portanto, não adianta assobiar para o lado e fingir que tudo vai bem no reino da Dinamarca - porque todos sabemos muito bem que não vai! Há que fazer mudanças profundas, há que ter coragem e determinação para as fazer, mas não podemos simplesmente desistir e aceitar o fim do SNS como solução ideal para os problemas do SNS.
MSP

1 comentário:

Peliteiro disse...

Não lhe garanto que Manuela Ferreira Leite tenha a mesma opinião que eu, mas garanto-lhe que sou e sempre fui um tenaz defensor do SNS, assumindo a saúde para todos como uma das funções principais do Estado social.

O "do mal o menos" que refere presumo que se deva ao facto de eu defender um SNS como sistema de saúde em que a concorrência entre prestadores deva ser estimulada - e muito bem regulada - independentemente da natureza pública ou privada.

Um grande abraço