domingo, janeiro 20, 2008

para memória futura





Li com atenção a entrevista dada por Pedro Nunes, logo após a sua reeleição como Bastonário da Ordem dos Médicos, publicada pelo jornal Expresso.

Confesso não ter ficado admirado com a sua reeleição nem tão pouco com o teor das respostas que, ao longo da entrevista, foi dando às perguntas do jornalista do Expresso.


Gostei de o ler, sim…
Porque gosta-se sempre de ouvir dizer a um qualquer presidente eleito duma Ordem profissional, ser sua intenção:

i. pugnar pela unidade da classe médica, ultrapassando a já não recente clivagem regionalista fomentada e aprofundada por Miguel Leão durante a recente campanha eleitoral.
ii. saber ouvir e entender as vozes contributivas com novas ideias respeitantes à política de saúde ou à organização e dignificação da classe médica bem como as que mais ou menos frontalmente se mostram discordantes com a sua opinião pessoal que não poderá ser entendida como a opinião maioritária dos médicos, quando esta é desconhecida.
iii. alargar a discussão e análise dos problemas que à classe médica dizem respeito e vigiar internamente pela aplicação das orientações definidas pela própria classe.
iv. exigir ser a OM “consultora” dos órgãos do poder político (sob o ponto de vista técnico/profissional e independente da côr político-partidária) e ao mesmo tempo ser o transmissor “denunciante” perante o Estado e um firme opositor de forma construtiva às políticas de Saúde pelos Governos definidas, quando interpretadas como inconsequentes ou desfasadas da realidade do país.

Mas na política (da saúde), como em tudo na vida, a teoria tem de ser confirmada pela prática.

E a prática dos últimos três anos, falou por ela.

Que a história saiba julgar a memória destas palavras:

Expresso:
Até 2010, carreiras médicas. Há mais objectivos a conquistar?

Pedro Nunes:
Eu não vejo a vida numa lógica de conquistas. Penso que é imprescindível, e as carreiras médicas integram-se nisso, a luta pela defesa do Serviço Nacional Saúde. Há um adquirido social em Portugal que é o de todos os portugueses poderem fazer a sua vida sem estarem preocupados com o que lhes acontece se ficarem doentes. É isto que permite que os portugueses não tenham que pôr dinheiro debaixo do colchão para se um dia tiverem uma doença. É um direito social que não pode ser posto em causa. É uma obrigação da OM em que eu não transigirei em caso algum." Pedro Nunes
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