"A pedido dos médicos seus associados e na sequência da pretensão do CA da ULS de Matosinhos em implementar um controle de assiduidade e presença através de dados biométricos (impressão digital), o Sindicato Independente dos Médicos promoveu uma reunião de trabalho com o Conselho de Administração da ULS de Matosinhos" link
E no seu comunicado, com data de 20 de Dezembro, publicado na sua página da Internet refere:
"O SIM, não pondo em causa a legitimidade do sistema de controle com a qual o CA pretenderá contornar a incapacidade de algumas chefias na gestão dos recursos humanos e em simultâneo mostrar que é pioneiro em Portugal, manifestou ao CA da ULS registar a existência de irregularidades formais no processo e a sua preocupação pelas implicações da medida sobre a eficiência e produtividade do desempenho médico que se irá inevitavelmente repercutir na actividade assistencial."
Se por um lado o SIM não questiona a legitimidade do sistema de controlo, por outro lado, prognostica que com ele, a eficiência e a produtividade da ULS de Matosinhos vão ou poderão ser afectadas, propondo por tal a sua suspensão.
E prognosticam-na em que base?
Segundo o SIM "os médicos vão começar a usufruir de um horário de saída e a terem que programar os actos médicos em conformidade com o mesmo".
Ironicamente diria que o médico (como qualquer funcionário) também usufrui dum horário de entrada e do mesmo modo, a programação dos actos médicos (como sempre foi e nada impede que o possa e deva continuar a ser) deve ser realizada para o período de trabalho que medeia entre a entrada e a saída.
Não me parece, da mesma forma correcto, esgrimir argumentos (caso se aplique este sistema de controlo) com uma inevitável exigência do "cumprimento de prerrogativas legais como o gozo de folgas compensatórias por trabalho em dia de descanso semanal" já que estas prorrogativas sempre existiram e há que as salvaguardar.
Se estas prorrogativas não são "utilizadas" é porque a "boa vontade e dedicação" ao Serviço/Instituição existe (muitos serão os casos) e assim sendo não se vê motivo para que elas não continuem a existir ou então porque (nalguns casos também) existem "telhados de vidro" contra os quais esta "utilização" é ou pode ser arremessada tornando-a assim diminuída na sua força legal.
Parecem-me ser argumentos pouco ou nada valorizáveis para contrariar qualquer metodologia de controlo da assiduidade seja ela qual for.
Contudo, a esmagadora maioria dos Directores de Serviço/Departamento do Hospital Pedro Hispano terão afirmado "não entenderem como as novas regras assegurarão um funcionamento eficaz dos serviços, que não foi acautelado o impacto na gestão de recursos humanos nem as particularidades próprias dos vários serviços, que não houve reunião atempada do Conselho Médico onde a medida pudesse ter sido questionada eficazmente".
Aqui, sim.
Há que dar valor e importância a estas afirmações assim como faltam aqui afirmações sobre a importância das responsabilidades individual (chefias incluídas) e do grupo (Serviço).
Mas tratou-se dum regime experimental, este que foi instituído na ULS de Matosinhos e como experimental devia ter sido assumido.
Durante este período deveria ter havido diálogo com as chefias intermédias e estudado formas de adaptação do sistema ao funcionamento dos Serviços e vice-versa, acautelando-se assim o "impacto na gestão dos recursos humanos".
Mas estas exigências de diálogo, a avaliação do sistema e as propostas de formas adaptativas, deveriam ter partido do próprio sector em causa – o sector médico.
E como estas exigências e a sua concretização, são importantes em qualquer processo de mudança que se queira eficaz e mobilizador, seria de bom tom que o CA da ULS de Matosinhos mantivesse o "regime experimental" até que estes pressupostos sejam concluídos, por forma a que a "perspectiva de demissão generalizada das chefias médicas intermédias e de agudização da conflituosidade interna" não ponham "em causa a eficácia e celeridade do atendimento dos doentes servidos pela ULS de Matosinhos".
Na ULS de Matosinhos ou em qualquer outro Hospital em que um sistema de controlo de assiduidade se pertenda instituir.
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E no seu comunicado, com data de 20 de Dezembro, publicado na sua página da Internet refere:
"O SIM, não pondo em causa a legitimidade do sistema de controle com a qual o CA pretenderá contornar a incapacidade de algumas chefias na gestão dos recursos humanos e em simultâneo mostrar que é pioneiro em Portugal, manifestou ao CA da ULS registar a existência de irregularidades formais no processo e a sua preocupação pelas implicações da medida sobre a eficiência e produtividade do desempenho médico que se irá inevitavelmente repercutir na actividade assistencial."
Se por um lado o SIM não questiona a legitimidade do sistema de controlo, por outro lado, prognostica que com ele, a eficiência e a produtividade da ULS de Matosinhos vão ou poderão ser afectadas, propondo por tal a sua suspensão.
E prognosticam-na em que base?
Segundo o SIM "os médicos vão começar a usufruir de um horário de saída e a terem que programar os actos médicos em conformidade com o mesmo".
Ironicamente diria que o médico (como qualquer funcionário) também usufrui dum horário de entrada e do mesmo modo, a programação dos actos médicos (como sempre foi e nada impede que o possa e deva continuar a ser) deve ser realizada para o período de trabalho que medeia entre a entrada e a saída.
Não me parece, da mesma forma correcto, esgrimir argumentos (caso se aplique este sistema de controlo) com uma inevitável exigência do "cumprimento de prerrogativas legais como o gozo de folgas compensatórias por trabalho em dia de descanso semanal" já que estas prorrogativas sempre existiram e há que as salvaguardar.
Se estas prorrogativas não são "utilizadas" é porque a "boa vontade e dedicação" ao Serviço/Instituição existe (muitos serão os casos) e assim sendo não se vê motivo para que elas não continuem a existir ou então porque (nalguns casos também) existem "telhados de vidro" contra os quais esta "utilização" é ou pode ser arremessada tornando-a assim diminuída na sua força legal.
Parecem-me ser argumentos pouco ou nada valorizáveis para contrariar qualquer metodologia de controlo da assiduidade seja ela qual for.
Contudo, a esmagadora maioria dos Directores de Serviço/Departamento do Hospital Pedro Hispano terão afirmado "não entenderem como as novas regras assegurarão um funcionamento eficaz dos serviços, que não foi acautelado o impacto na gestão de recursos humanos nem as particularidades próprias dos vários serviços, que não houve reunião atempada do Conselho Médico onde a medida pudesse ter sido questionada eficazmente".
Aqui, sim.
Há que dar valor e importância a estas afirmações assim como faltam aqui afirmações sobre a importância das responsabilidades individual (chefias incluídas) e do grupo (Serviço).
Mas tratou-se dum regime experimental, este que foi instituído na ULS de Matosinhos e como experimental devia ter sido assumido.
Durante este período deveria ter havido diálogo com as chefias intermédias e estudado formas de adaptação do sistema ao funcionamento dos Serviços e vice-versa, acautelando-se assim o "impacto na gestão dos recursos humanos".
Mas estas exigências de diálogo, a avaliação do sistema e as propostas de formas adaptativas, deveriam ter partido do próprio sector em causa – o sector médico.
E como estas exigências e a sua concretização, são importantes em qualquer processo de mudança que se queira eficaz e mobilizador, seria de bom tom que o CA da ULS de Matosinhos mantivesse o "regime experimental" até que estes pressupostos sejam concluídos, por forma a que a "perspectiva de demissão generalizada das chefias médicas intermédias e de agudização da conflituosidade interna" não ponham "em causa a eficácia e celeridade do atendimento dos doentes servidos pela ULS de Matosinhos".
Na ULS de Matosinhos ou em qualquer outro Hospital em que um sistema de controlo de assiduidade se pertenda instituir.
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3 comentários:
Chegados aqui, constatando a rejeição de uma medida simples e necessária, referente ao controle de assiduidade, apetece perguntar:
- Mas só agora, alguns, deram conta, de que têm um horário fixo, fixado e afixado à porta dos Serviços, dos Gabinetes, etc, que terá sido discutido, aprovado e visado, e tantas vezes alterado e de novo aprovado e visado....... desde...sempre?
- Que desde sempre deveria ter bastado que houvesse trabalho e objectivos a cumprir para que fosse respeitado?
O cumprimento de objectivos na classe médica não se dissocia de horários e da respectiva gestão em função das necessidades previamente avaliadas e continuamente reavaliadas.
Absolutamente de acordo que qualquer mudança de metodologia no que quer que seja, no caso é de controle, necessita de diálogo.
Mas, está-se então a revelar claramente uma de duas coisas: ou o método anterior também não co-envolveu o tão almejado diálogo e o problema remonta há imemoriado tempo, ou... o que nunca houve, efectivamente, foi qualquer controle...já que, La Palisse não diria melhor, dando por assente que diálogo terá existido para a adopção do anterior método, que sempre pressupôs um horário a cumprir, de acordo com o cargo e função, afinal onde é que está agora a "vexata quaestio"?
Dialoguemos :)
"naoseiquenome usar"
A questão está na alteração (que se propõe)dum sistema que tinha ou tem vantagens, para um outro em que alguém vai ter que usar da imaginação e da argúcia necessárias para que as "vantagens" ou os "direitos" adquiridos não se percam.
Estava tudo tão sossegadinho...
Tão só isto.
Sr. Dr. J.F:
Apreciei deveras a terminologia utilizada - "vantagens" e "direitos adquiridos".
O Sr. Dr. será um verdadeiro "cavalheiro", pelo que reflectem as palavras e, não só por dever de ofício :)
Tem toda a razão: estava tudo tão sossegadinho....
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