quarta-feira, dezembro 20, 2006

consensos sem pressões na proposta da rede de Urgências

Já a terminar o ano de 2006 foi hoje ao Parlamento, para no âmbito da Comissão Parlamentar da Saúde da AR, a Comissão Técnica de Apoio à Requalificação da Rede de Serviços de Urgência apresentar os seus argumentos aos deputados.

Contou, segundo parece, com argumentos contra, dos deputados da oposição.
Mas desconhece-se, pela notícia, se os deputados da maioria tomaram posição a favor e se assim sucedeu se o exprimiram de forma voluntária e sem pressões. Público

De uma coisa estamos certos.
A de que a Comissão e o seu Presidente em particular, nunca teriam sido pressionados pelo Executivo, "existindo antes consensos que resultaram do debate, nomeadamente com as Administrações Regionais de Saúde e com a Direcção-Geral da Saúde ".
Estes consensos aqui assumidos e já de todos conhecidos terão sido alcançados no pressuposto de que algo deveria ter que mudar, de que algo teria que ser feito para que os cortes orçamentais impostos ao sector da saúde fossem aplicados.

Aos encerramentos das Maternidades e dos SAP, haveria que dar seguimento aos encerramentos dos Serviços de Urgência Hospitalares e no futuro a encerramento de Serviços em unidades hospitalares com base na criação de Centros Hospitalares.

A isto não se chama “pressão” do executivo. Chamar-lhe-ia antes “condicionalismos de consenso” com as ARS e DGS, para que a aceitação de qualquer proposta por parte do executivo fosse viável.
São coisas bem diferentes.
Assim todo o trabalho foi realizado livre de pressões, mas com estes “condicionalismos consensuais” a imporem as regras do estudo que se pretendia realizar.
As regras da distância quilométrica, do tempo de deslocação, da população, do número de atendimentos, etc., etc. baseados em critérios de realidades bem diferentes das nossas e algumas delas bem discutíveis, com a agravante de todo este trabalho ter sido realizado no “quentinho ou no fresquinho dos gabinetes com ar condicionado” duma qualquer grande cidade do país.

Mas assim foi feito e só nos resta esperar para ver qual a nova proposta que a comissão vai apresentar e que segundo Cármen Pignatelli ,“não coincidirá exactamente com a primeira”.

E em finais de Janeiro, se tudo correr bem, todos ficaremos a saber o resultado dos “consensos” ditos técnicos que estiveram em jogo.

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