Elaborado por personalidades Fafenses, dou a conhecer a parte final dum documento que corroborado por vários subscritores, vai ser enviado à Comissão Técnica de Requalificação da Rede de Serviços de Urgência.
Após uma descrição e análise dos pressupostos que tiveram por base o trabalho da referida comissão, o documento termina com a crítica específica da proposta de encerramento do Serviço de Urgência do Hospital de Fafe.
(…)
“Conjuntamente com mais treze Urgências Hospitalares em funcionamento, propõe a Comissão Técnica o encerramento da Urgência Hospitalar de SUMC a funcionar no Hospital de S.José de Fafe, considerando que não deve constar na Rede de Urgências (a qualquer título), porque a afluência é inferior a 150 doentes/dia e se encontra demasiado perto de outro SU, devendo constituir o Hospital de Guimarães a Urgência alternativa.
Considerava ainda que 90% da população servida actualmente, se encontra menos de 30 minutos de um SUMC/SUP.
Considera porém que os restantes critérios de capitação para SUB e de Risco Industrial e/ou de sinistralidade acrescidos justificam a manutenção dos Serviços de Urgência do Hospital de Fafe.
As conclusões da Proposta que justificam o encerramento da Urgência do Hospital de Fafe, não tem porém qualquer fundamento.
É um erro grosseiro que não é previsível uma afluência de mais de 150 doentes/dia ao SUMC do Hospital de Fafe.
Durante algum tempo, e por incompreensível decisão do Ministério da Saúde, funcionaram em Fafe duas unidades de urgência. O SU do Hospital e o do Centro de Saúde, tendo este último encerrado no final de Setembro de 2006.
Desde o início do ano à data de encerramento, a média do número de urgências verificada neste Serviço de Urgência do centro de Saúde, foi de 122 doentes/dia.
Com uma sustentabilidade estatística verificada consecutivamente, a média do número de urgências verificada no Serviço de Urgência do Hospital de Fafe no último ano é de 98 doentes/dia.
Verificando-se o encerramento do SU do Centro de Saúde, o número de doentes/dia com ocorrência à urgência é previsivelmente de 220.
Por outro lado, sendo exacto que actualmente mais de 90% da população da área de influência dos serviços de Urgência do Hospital de Fafe (91.431 habitantes) se encontram a menos de 30 minutos de um SUB/SUMC, essa realidade deixaria de existir com o encerramento dos mesmos e a proposta do Hospital de Guimarães como alternativa.
Em rigor, e utilizando a metodologia da Comissão Técnica que elaborou a proposta da Rede de Serviços de Urgência, no que respeita ao tempo de trajecto a SU, sendo que o Hospital de Fafe serve num raio de 20 km 99% das populações dos concelhos de Fafe, Celorico de basto e cabeceiras de basto, o Hospital de Guimarães apenas serve no mesmo raio, 76% das mesmas populações.
Acresce ainda o facto de o Hospital de Guimarães já se mostrar exíguo no que respeita a instalações (ver pá.4 do Relatório e Contas do HSO de 2005). Considerando o seu atendimento médio nos serviços de Urgência de 288 doentes/dia no último ano, é certamente falacioso que se possa constituir uma alternativa para um acréscimo do número de 220 doentes/dia resultantes do pressuposto encerramento do Serviço de Urgência de Fafe.
Apesar das razões objectivas que justificam a manutenção do Serviço de Urgência do Hospital de Fafe, a Proposta da rede de serviços de Urgência elaborada pela Comissão Técnica de Apoio ao processo de Requalificação das Urgências, em manifesto erro de análise das condições actuais e emergentes na sua área de influência, propõe o seu encerramento.
Em sentido contrário, e sem aplicação dos critérios que a própria Comissão estabeleceu, propõe-se a manutenção dos SU em Ponte de Lima sem que se verifique qualquer dos critérios e apenas porque a área geográfica e a população abrangida é superior a 40.000 habitantes; propõe a manutenção de SU no Hospital de Montalegre apenas para manter 90% da população dentro do tempo máximo de 30 minutos, sem a verificação de qualquer dos critérios enunciados; propõe a manutenção do SU do Hospital de Oliveira de Azeméis, sem a verificação de qualquer dos critérios enunciados, mas apenas porque os SU de alternativa não dispõem de capacidade de acolhimento acrescido; etc.
Por todas estas razões que se fundamentam, deve ser repudiada a Proposta da Rede de Serviços de Urgência elaborada pela Comissão Técnica de apoio e Requalificação das Urgências no que respeita ao encerramento do Serviço de Urgência do Hospital de S.José de Fafe.
Representa a mesma um grosseiro erro de análise, mesmo à luz dos critérios que a própria Comissão estabeleceu, apesar da sua contestada profundidade, e constitui uma decisiva iniciativa no desmantelamento próximo do Hospital de Fafe e dos serviços que presta às populações de Fafe, Celorico e cabeceiras de basto, proporcionando a sua transformação num serviço minorizado dentro do quadro do Serviço nacional de Saúde.
A população de Fafe não pode assistir com passividade à destruição de Serviços Hospitalares cujo início há mais de 140 anos os próprios Fafenses custearam, porque uma qualquer Comissão, ao produzir uma Proposta com inequívocos erros de análise e nas conclusões, claramente induz em erro de decisão o Governo.”
Após uma descrição e análise dos pressupostos que tiveram por base o trabalho da referida comissão, o documento termina com a crítica específica da proposta de encerramento do Serviço de Urgência do Hospital de Fafe.
(…)
“Conjuntamente com mais treze Urgências Hospitalares em funcionamento, propõe a Comissão Técnica o encerramento da Urgência Hospitalar de SUMC a funcionar no Hospital de S.José de Fafe, considerando que não deve constar na Rede de Urgências (a qualquer título), porque a afluência é inferior a 150 doentes/dia e se encontra demasiado perto de outro SU, devendo constituir o Hospital de Guimarães a Urgência alternativa.
Considerava ainda que 90% da população servida actualmente, se encontra menos de 30 minutos de um SUMC/SUP.
Considera porém que os restantes critérios de capitação para SUB e de Risco Industrial e/ou de sinistralidade acrescidos justificam a manutenção dos Serviços de Urgência do Hospital de Fafe.
As conclusões da Proposta que justificam o encerramento da Urgência do Hospital de Fafe, não tem porém qualquer fundamento.
É um erro grosseiro que não é previsível uma afluência de mais de 150 doentes/dia ao SUMC do Hospital de Fafe.
Durante algum tempo, e por incompreensível decisão do Ministério da Saúde, funcionaram em Fafe duas unidades de urgência. O SU do Hospital e o do Centro de Saúde, tendo este último encerrado no final de Setembro de 2006.
Desde o início do ano à data de encerramento, a média do número de urgências verificada neste Serviço de Urgência do centro de Saúde, foi de 122 doentes/dia.
Com uma sustentabilidade estatística verificada consecutivamente, a média do número de urgências verificada no Serviço de Urgência do Hospital de Fafe no último ano é de 98 doentes/dia.
Verificando-se o encerramento do SU do Centro de Saúde, o número de doentes/dia com ocorrência à urgência é previsivelmente de 220.
Por outro lado, sendo exacto que actualmente mais de 90% da população da área de influência dos serviços de Urgência do Hospital de Fafe (91.431 habitantes) se encontram a menos de 30 minutos de um SUB/SUMC, essa realidade deixaria de existir com o encerramento dos mesmos e a proposta do Hospital de Guimarães como alternativa.
Em rigor, e utilizando a metodologia da Comissão Técnica que elaborou a proposta da Rede de Serviços de Urgência, no que respeita ao tempo de trajecto a SU, sendo que o Hospital de Fafe serve num raio de 20 km 99% das populações dos concelhos de Fafe, Celorico de basto e cabeceiras de basto, o Hospital de Guimarães apenas serve no mesmo raio, 76% das mesmas populações.
Acresce ainda o facto de o Hospital de Guimarães já se mostrar exíguo no que respeita a instalações (ver pá.4 do Relatório e Contas do HSO de 2005). Considerando o seu atendimento médio nos serviços de Urgência de 288 doentes/dia no último ano, é certamente falacioso que se possa constituir uma alternativa para um acréscimo do número de 220 doentes/dia resultantes do pressuposto encerramento do Serviço de Urgência de Fafe.
Apesar das razões objectivas que justificam a manutenção do Serviço de Urgência do Hospital de Fafe, a Proposta da rede de serviços de Urgência elaborada pela Comissão Técnica de Apoio ao processo de Requalificação das Urgências, em manifesto erro de análise das condições actuais e emergentes na sua área de influência, propõe o seu encerramento.
Em sentido contrário, e sem aplicação dos critérios que a própria Comissão estabeleceu, propõe-se a manutenção dos SU em Ponte de Lima sem que se verifique qualquer dos critérios e apenas porque a área geográfica e a população abrangida é superior a 40.000 habitantes; propõe a manutenção de SU no Hospital de Montalegre apenas para manter 90% da população dentro do tempo máximo de 30 minutos, sem a verificação de qualquer dos critérios enunciados; propõe a manutenção do SU do Hospital de Oliveira de Azeméis, sem a verificação de qualquer dos critérios enunciados, mas apenas porque os SU de alternativa não dispõem de capacidade de acolhimento acrescido; etc.
Por todas estas razões que se fundamentam, deve ser repudiada a Proposta da Rede de Serviços de Urgência elaborada pela Comissão Técnica de apoio e Requalificação das Urgências no que respeita ao encerramento do Serviço de Urgência do Hospital de S.José de Fafe.
Representa a mesma um grosseiro erro de análise, mesmo à luz dos critérios que a própria Comissão estabeleceu, apesar da sua contestada profundidade, e constitui uma decisiva iniciativa no desmantelamento próximo do Hospital de Fafe e dos serviços que presta às populações de Fafe, Celorico e cabeceiras de basto, proporcionando a sua transformação num serviço minorizado dentro do quadro do Serviço nacional de Saúde.
A população de Fafe não pode assistir com passividade à destruição de Serviços Hospitalares cujo início há mais de 140 anos os próprios Fafenses custearam, porque uma qualquer Comissão, ao produzir uma Proposta com inequívocos erros de análise e nas conclusões, claramente induz em erro de decisão o Governo.”
5 comentários:
Caro J.F.
Acompanho o seu blog há alguns meses com a curiosidade inerente a alguém que conhece a realidade da sua pequena cidade do interior do país (questões geográficas nos aproximam!) e de outras tantas espalhadas pelo nosso Portugal. Neste caso senti-me na necessidade de colocar uma questão porque penso que está a decorrer numa imprecisão que coloca em causa muita da argumentação por si utilizada para justificar o encerramento do hospital: o "pressuposto" encerramento da Urgência do Centro de Saúde. Como utente deste Centro e não pertencendo à lista de utentes da recém inaugurada USF, posso-lhe dizer, por experiência própria, que me desloquei por mais que uma vez ao SAP do CSF durante o fim de semana e este se encontrava em pleno funcionamento, sendo que apenas o acesso ao mesmo foi alterado, passando actualmente a fazer-se pela porta principal!
Pessoalmente, concordo com a manutenção do SU do Hospital a que se refere, se calhar não nos moldes actuais, mas como SU básico, com algumas especialidades como ortopedia, medicina interna e pequena cirurgia... Porque cidade do interior são concelhos como Miranda do Douro ( como tantas outras), servidas por um SAP com recursos mínimos, em que o hospital mais próximo está a 100Km da sede de concelho(Hosp. Bragança) e onde os doentes se têm que deslocar cada vez que têm que fazer um RX!!!
E como o post já vai longo, sublinho a ideia principal: O SAP do Centro de Saude não fechou, nem está previsto o seu encerramento ( segundo o que me foi informado no CS)! Peço desde já que me corrija se tiver informações em contrário.
A mim, que vi o Hospital de Fafe e sua Urgência a crescer, dá-me pena.
Posso estar enganado, mas os prejuízos serão muito superiores aos benefícios - mesmo económicos.
Amigo Peliteiro
Acredito sim.
E a mim, que dei a minha quota-parte para ele ser o que é hoje, o que muito me orgulha, custa-me ouvir de quem já usufruiu do muito que o Hospital deu e tem para dar, palavras de "obituário" do mesmo…mas enfim, custa-me dizer que "cada um tem (ou terá) o que merece".
Amigo (a) "Kikas"
Obrigado por aqui ter aparecido e dar a sua opinião sobre este assunto. É essa a finalidade e a razão de ter iniciado aqui os "meus desabafos". Aqui tenho apresentado a minha posição crítica bem como a de outros que como tal são referenciados. E tão bem são vindos os comentários a favor como os contra. Não me parece ser este o caso do seu comentário, mas permita-me que corrija um talvez erro de expressão escrita.
Eu não sou a favor do encerramento do SU de Fafe. Sou pela sua manutenção como actualmente existe, na impossibilidade de o melhorar por razões que me ultrapassam.
Assim, aceito e reconheço que também é a sua opinião.
Mas desculpe-me… efectivamente o SAP que existia no CS de Fafe, “acabou” ou deixou de funcionar como tal. Porquê?
1. Pelo reconhecimento do Director C.Saúde que teve o cuidado de notificar A Direcção do Hospital de Fafe, na devida altura, de que a partir do dia 1 de Outubro deste ano o SAP deixaria de existir na modalidade em que há cerca de 4 anos o vinha fazendo, alertando para o esperado aumento de afluência ao SU do Hospital
2. Pelo aumento da afluência média ao SU do Hospital de 98 doentes/dia para 160/dia
3. Porque o que está disponível neste momento no CS são "consultas" de recurso destinadas só a doentes que não têm ainda médico de família ou este se encontra ausente por doença, férias ou outros motivos. Exceptuam-se os "utentes inscritos" na única USF já constituída, esses sim, com possibilidade de serem observados e orientados (mas só estes).
4. Em ambos os casos anteriores, o atendimento em consulta "urgente" ou de "recurso", actualmente, só têm possibilidades de ser efectivado de 2ª a 6ª feira, das 8 às 20 horas e aos sábados e Domingo até às 13 horas, horário diferente do que sucedia com o SAP (das 8 às 20 horas de 2ª feira a Domingo).
5. As condições físicas e de apoio de enfermagem oferecidas aos profissionais de saúde no CS, não contemplam as mesmas possibilidades anteriores de poderem ser realizados determinados tipos de tratamentos médicos (perfusões de soros, injectáveis endovenosos, etc.).
Bom… Peço-lhe desculpa mas apesar da melhoria das acessibilidades, a cidade de que falamos continua a ser "uma pequena cidade do interior", igual a tantas outras, mas com muitas virtudes. Já foi bem menor... Há uns anos atrás até era só uma "pequena vila do interior" que se foi transformando. E o que agora se pretende ou se perspectiva para ela é voltar a ser "uma pequena vila do interior". Não!
Mas mantenha ela as mesmas virtudes.
Eu cá só quero Livro de Reclamações! Onde está o Livro?
Então isto que era uma "consulta aberta" para a música, deixou-nos "orfãos" desse desiderato?
É de lamentar que a defesa da manutenção do serviço de urgências no hospital de Fafe não seja baseada em características próprias do local e da população servidos mas sim por referância, em contraponto, a outras localidades tais como Montalegre, Ponte de Lima e outras. Cumpre-se dizer que Fafe tem óptimas acessibilidades para Guimarães - como se não fosse suficiente uma estrada nacional (via rápida, "quasi"-auto-estrada) com uma extensão inferior a uma dezena de quilómetros, existe também a A7. Investiu-se nas acessibilidades... para alguma coisa foi. Não é legítimo que, num raio de cerca de dez quilómetros existam dois serviços de urgência- sejamos razoáveis! Não podemos querer tudo - ou se têm os serviços, ou se têm óptimos acessos rodoviários (a eles)!
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