E assim, as farmácias poderão passar a administrar medicamentos "poderosos, agressivos, essenciais e dispendiosos" para tratamento de HIV, cancro e hepatite.
- Deixa de haver assim uma "responsabilidade entregue exclusivamente aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde" para esta responsabilidade ser partilhada pela ANF.
- Não se trata de esvaziar nem de retirar atribuições ao SNS já que as Farmácias são parte "integrante e importante no SNS".
- Isto "representa uma revolução organizativa com elevado potencial de poupança e que representa economia directa para os cidadãos".
Mais umas tantas de CC que não podem ser verdade...
Mas que assessores terá o Sr.Ministro da Saúde de Portugal? Serão médicos ou economistas?
Por favor, não queiram fazer com as doenças transmissíveis o que fizeram com a Tuberculose em Portugal com a extinção dos SLATs (estruturas que centralizavam o rastreio, a profilaxia e tratamento da tuberculose) e que muito contribuíram para a quase erradicação da doença em Portugal enquanto existentes.
Por idênticos princípios de actuação perante as doenças (Sida, Tuberculose ou Hepatite) exige-se uma organização e responsabilização que só podem existir em estruturas prestadoras de cuidados médicos com profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) com conhecimentos clínicos e epidemiológicos sobre as doenças. Não são por certo as Farmácias, com os Farmacêuticos ou técnicos de Farmácia que melhor darão resposta a esta exigência.
É que nem com objectivo de poupar dinheiro consigo entender esta medida…
Só se for por:
"O Correio da Manhã cita hoje fontes do sector que indicam que esta possibilidade é uma contrapartida negociada com os farmacêuticos para que estes tenham assinado o Compromisso com a Saúde em Maio."(in Publico.pt)
3 comentários:
Caro amigo, não se deixe levar pelas tropelias do Ministro.
Os médicos e os farmacêuticos têm um trabalho complementar. Um bom farmacêutico contribui sempre para que o seu trabalho tenha melhores efeitos. Não é um opositor, é um colaborador.
Infelizmente, pelas mais variadas razões, esta relação profissional tem vindo a ser envenenada. Interessa dividir para reinar....
Este é um bom exemplo; esta medida não estará implementada nem daqui a 1 ano, nem 2, nem nunca, por vontade de Correia de Campos.
É só uma cortina de fumo.
Caro amigo Peliteiro
O que se exige é que esta medida jamais possa ser "pensada" muito menos implementada.
Estou plenamente de acordo consigo sobre a complementaridade das funções que cada sector deve ter dentro duma unidade de saúde ou dum SNS, como de acordo estou sobre o "dividir para reinar".
Mas há que ter coragem de dizer "não", duma maneira clara e objectiva, quando achamos que o que se propõe é incorrecto ou prejudicial e não ficar calado na esperança de que nem daqui a dois anos se efective o proposto na certeza mesmo de estarmos perante uma "cortina de fumo".
Ok. Compreendo.
Eu é que já não tenho paciência para aturar este Ministro e além do mais nem sei bem (julgo que nem eu nem ninguém) do que se está a falar, se é um projecto do tipo Metadona, se é um projecto de aproximação à Farmácia Hospitalar.
Abraço
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