segunda-feira, setembro 17, 2007

infecção hospitalar


"Os hospitais britânicos vão proibir gravatas, mangas compridas e bijutaria num esforço para parar a propagação de infecções hospitalares, de acordo com as novas regras divulgadas hoje (…)

«As gravatas raramente são lavadas, mas são usadas diariamente», indicou o Departamento de Saúde numa declaração, salientando que «não representam qualquer benefício para o tratamento dos doentes e provou-se estarem cheias de micróbios patogénicos». DD

Que as gravatas “não representam qualquer benefício para o tratamento dos doentes” difícil seria provar o contrário.
Estarem “cheias de micróbios patogénicos” também já há muito que se sabia, da mesma forma que o estão as unhas compridas ou postiças, as bijutarias, relógios… e porque não também a mesma bata que muitos profissionais de saúde passeiam, quantas vezes dias a fio, pelos corredores e enfermarias, refeitórios e demais dependências dos Hospitais.

Uma coisa é certa.

Não uso gravata, tenho as unhas sempre curtas e não uso bijutarias.

Relógio, quase sempre…
E bata, só a mudo quando aparenta estar “suja”.

Disto me penitencio.
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sexta-feira, setembro 14, 2007

isto é uma forma subtil e maligna de acabar com o SNS

Foto: noticias da amadora

Retirei do TempoMedicina Online esta notícia referente a uma conferência de imprensa, realizada no dia 6 de Setembro em Lisboa, em que participou Pilar Vicente, dirigente sindical médica, na qual terá sido dada a conhecer a constituição de um movimento cívico em defesa do SNS, à qual se seguiu, com os mesmos propósitos, a proposta do Bloco de Esquerda da criação dum movimento do mesmo tipo.

A imprensa diária, que eu tenha tido conhecimento, dela não terá dado notícias...

Pilar Vicente alerta para os perigos do fim das carreiras médicas

SNS arrisca-se a ficar «despido»

A «volatilidade» com que se contratam profissionais de saúde está a comprometer o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Quem o diz é Pilar Vicente, e várias organizações parecem concordar. Assim, esta e outras razões levaram à constituição de um movimento com o objectivo de defender o SNS.

A conferência de Imprensa realizada no passado dia 6, em Lisboa, tinha por finalidade dar a conhecer o Movimento Cívico em Defesa do Serviço Nacional de Saúde, criado para promover acções de protesto contra diversas medidas do Governo na área da Saúde, mas as carreiras médicas foram o tema que mais dominou o discurso de Pilar Vicente, representante do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS).

A sindicalista afirmou que «destruindo as carreiras médicas, a formação e a preparação de profissionais», o que acontece é que o SNS fica «despido de profissionais» e, desta forma, «não pode responder às necessidades» da população.
população.
Pilar Vicente chamou a atenção para o facto de os profissionais com «menos de 45 anos» terem apenas «contrato individual de trabalho», e considerou que «não se justifica haver esta volatilidade de contratação», até porque isso coloca em causa toda a cadeia de formação.

Na suas palavras, «é dentro do SNS» que os jovens médicos «se têm formado, se têm preparado e onde se tem garantido uma qualidade de excelência, hoje tão apregoada». Por isso, explicou a dirigente do SMZS, um dos principais problemas que esta situação levanta é que, «se não houver profissionais integrados nas carreiras, não há continuidade de formação». E acrescentou que nesta área não se podem «criar hiatos».

Além disso, a médica sindicalista apontou o facto de os hospitais centrais não terem profissionais mais jovens, «a não ser a título precário» e para «responder a pequenas tarefas».

Pilar Vicente salientou que ao invés de se contratarem profissionais «para entrarem num sector público onde se preparam, formam uma equipa e onde vão dar continuidade» a todo o trabalho, os jovens são muitas vezes contratados a empresas «muitíssimo bem pagas» e têm os «contratos mais díspares que se possa imaginar». E, garantiu, «não se consegue pôr um hospital a funcionar desta maneira, nem dar formação, nem formar uma equipa».

Aliás, a dirigente sindical manifestou mesmo a opinião de que «isto é uma forma subtil e maligna de acabar com o SNS».
Extracto de TM 1.º CADERNO de 2007.09.170712571C18207SR37A
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quarta-feira, setembro 12, 2007

rentré de Outono do Ministério da Saúde


Nos últimos três meses parece que tudo parou.

As administrações dos IP e EP, de férias, limitam-se a gerir assuntos do “dia-a-dia” e a deixar, para quando chegar o Sr. Presidente, as resoluções de questões importantes que durante este período frequentes vezes necessitam de decisão urgente.

Mas aproveitando a época e pretendendo dar mostras de democraticidade, clareza, seriedade e de estar a ser trilhado o caminho certo de actuação política, o Ministério da Saúde entreteve-se e entreteve os comentadores e a opinião pública, no período estival que está a terminar, a analisar e a divulgar alguns documentos, que na perspectivas das instituições ou Institutos responsáveis pela sua elaboração, dão mostras do trabalho realizado pelos serviços dependentes do MS até à data ou apontam o que pensam ser ainda necessário alterar pressionando o actual governo e Ministro da Saúde para o efeito.

i. o já tão sobejamente conhecido e “enganosamente esquecido” Relatório sobre a Sustentabilidade do SNS,
ii. o “preocupante” Relatório de Primavera 2007 do OPSS
iii. o Programa da Saúde para a Presidência Portuguesa da União Europeia (UE) de reduzido interesse e impacto público, tal como aparenta estar a ter a própria Presidência.
iv. a “Evolução dos Elementos Económico-financeiros dos Hospitais EPE Junho - 2006/2007” que segundo Correia de Campos “vão no bom caminho”
v. Os resultados do SIGIC divulgados pelo SIGLIC referentes ao 1º. Semestre de 2007, cheio de discutíveis resultados positivos, mas isento até à data (vá-se lá saber porquê?) de nenhum balanço económico-financeiro.

Tudo parece estar a correr bem nesta apatia deste atípico Verão…

Aproveita-se também este período de férias para se publicar e divulgar medidas aparentemente avulsas, com um significado claro de intenções de actuação sobre os quadros da FP, mas com uma aplicabilidade difícil bem como de difícil entendimento por parte das Administrações das Instituições de Saúde por elas abrangidas:

1. o DL. nº276-A/2007 de 31 de Julho pretensamente apresentado para “evitar rupturas de funcionamento dos serviços mas que conduzirá, com a sua aplicação estrita, a resultados opostos”.
2. a Circular Informativa nº 3 da ACSS sobre a mobilidade especial que impõe às Administrações dos Hospitais do SNS a elaboração de propostas (até ao início de Dezembro de 2007) que contemplem a obrigatória redução do número dos seus profissionais efectivos do quadro e em contrato, fundamentadas num “correcto” princípio de “adequação do pessoal às necessidades permanentes e à prossecução dos objectivos dos Hospitais”.

E poucas reacções também se fizeram ouvir contra estas medidas, com a única talvez excepção do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Não tivesse havido um raro “acto confessional” de Luís Pisco ao afirmar ter havido “ingenuidade no acreditar que no final de 2006 haveria 100 USF em funcionamento” (contra as 70 Unidades actualmente existentes) e, mais recentemente, a manifestação por parte da União das Misericórdias de suspender unilateralmente a assinatura de qualquer acordo com o Estado para integrar a Rede de Cuidados Continuados Integrados, tudo faria prever também que as duas “meninas bonitas” de Correia de Campos (RCCI e USF) que tão importantes são, da mesma forma estariam de boa e recomendável saúde.

E assim decorreram estes quase três meses de frio Verão…

E sem qualquer declaração pública de rentré ministerial, assistimos a Correia de Campos e seus Secretários de Estado, na reunião com a Comissão Parlamentar de Saúde, a dar o mote sobre os novos objectivos que pretende lançar e outros reatar:

1. Controlo de assiduidade nos Hospitais do SNS até ao fim de 2007.
2. Saúde oral e sexual para “todos” os portugueses.
3. Actuação sobre o funcionamento de salas de parto nos serviços de saúde privados.
4. Venda de medicamentos nas farmácias sob a forma de unidose.

Objectivos de ocasião mediática ou de princípio?
De solidariedade ou de pressão de lobbies ou sobre lobbies?

Muito mais do que “só isto”, até ao final do ano, Correia de Campos nos irá apresentar.

Porque se só disto se tratar, então muito mal estará a nossa saúde.

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terça-feira, setembro 11, 2007





"A falta de respeito às negociações anteriores entre a União das Misericórdias e o Estado motivaram que aquele organismo tenha suspendido a assinatura de qualquer acordo com vista à Rede de Cuidados Continuados Integrados (RCCI)."CM






"O ministro da Saúde recusou esta terça-feira comentar a decisão da União das Misericórdias de suspender a assinatura de acordos com o Estado para integrar a Rede de Cuidados Continuados Integrados (RCCI), alegando desconhecer a matéria." DD




Alguém, no Ministério da Saúde, poderá lembrar a Correia de Campos que a política de abandono por parte do Estado de sectores sociais importantes como é a RCCI, e por ele assim também reconhecida como parte integrante do Serviço Nacional de Saúde, origina estas tomadas de posição.

Como pode desconhecer o Sr.Ministro esta matéria?
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segunda-feira, setembro 10, 2007

a importância das "coisas"...




Foi divulgado através do site da DGS, em 4 de Setembro, o Plano de Contingência Nacional do Sector da Saúde para a Pandemia de Gripe, link com data de Março de 2007.

Sei que 300 páginas deste excelente "plano" são de (não digo fastidiosa) mas de alguma dífícil (por demorada) leitura.

Sei que nem a todos irá interessar (infelizmente) este plano, pela DGS divulgado. Talvez por isso nada sobre ele, tenha ouvido, lido ou visto ,nos nossos meios públicos e privados de comunicação/informação.

Mais uma razão para recomendar sua leitura.

E porque como no seu "sumário executivo" é dito...

"A incerteza que rodeia a ameaça de uma pandemia de gripe e o desconhecimento científico quanto a uma série de factores condicionantes de uma resposta efectiva e eficiente justificam que esteja prevista a revisão e actualização periódica do Plano de Contingência Nacional, em parte ou no todo, em função da evolução do conhecimento e da epidemiologia da doença."

...espera-se que a sua ou suas “actualizações periódicas”, com muita probabilidade necessárias, não necessitem de 6 meses para serem divulgadas, tantos quantos os meses necessários para que este Plano (na sua generalidade) viesse a ser do conhecimento público.
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E já agora...
Que é feito de Madeleine?




sábado, setembro 08, 2007

quem está certo?


Um estudo observacional publicado no Emergency Medicine Journal (2007;24:665-668; emj.bmj.com), da autoria de Jon Nicholl et al., da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, sobre a relação entre a distância até ao hospital e a mortalidade na Urgência, sugere que um aumento de 10 km em linha recta nessa distância está associado a cerca de 1% de aumento do risco absoluto de mortalidade.
In Tempo de Medicina de 2007.09.10


"O melhor é quase sempre o mais seguro, o mais definitivo, ainda que mais distante. É neste último atributo que se concentram muitos dos meios que agora vamos mobilizar".
"A distância, não é impedimento de qualidade e pode ser vencida com mais facilidade que a qualidade improvisada pelo que está prevista a continuação do investimento em transportes adequados para os doentes."
Correia de Campos - Fevereiro 2007
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sexta-feira, setembro 07, 2007

desigualdades no Centro Hospitalar do Alto Ave

Que se reúnam sim, já que esta notícia link (com um mês de antiguidade) se mantém, nos dias de hoje, com a mesma, senão ainda maior actualidade.



quarta-feira, setembro 05, 2007

gastos em saúde




De que vale esta “simbólica” atitude:

“os cinco membros do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, que integra o Hospital Pedro Hispano, decidiram abdicar dos carros (de luxo) a que têm direito.” Sol


Se …

“Cerca de 22 mil pessoas residentes na área de jurisdição do centro de saúde da Senhora da Hora, em Matosinhos, têm as consultas e recebem os cuidados médicos primários em clínicas privadas, quando deveriam ser atendidas na unidade de saúde pública ( Unidade Local de Saúde de Matosinhos)” JN
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... e já agora, porque não espreitar no Boticário:
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segunda-feira, setembro 03, 2007

as funções sociais do Estado


Fotos WEHAVEKAOSINTHEGARDEN


Não se pode ficar indiferente a estas notícias:

FARO
Enfermeiros protestam contra precariedade
Dezenas de enfermeiros concentraram-se, esta segunda-feira de manhã, à porta do Hospital de Faro num protesto contra a precariedade no emprego. Há 160 enfermeiros do hospital que têm um futuro incerto.TSF


PROFESSORES
«Corrida» aos centros de emprego
Dois dias depois de ser tornada pública a lista de colocação foram muitos os professores que se dirigiram, esta segunda-feira, aos centros de emprego. Mais de 44 mil docentes ficaram este ano fora das escolas. A ministra da Educação justifica este cenário com um desajuste entre a oferta e a procura. TSF
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domingo, setembro 02, 2007

a frieza dos números na saúde


Segundo o relatório “Evolução dos elementos económico-financeiros dos Hospitais EPE Junho(2006 / 2007)” link, da responsabilidade da Administração Central do Sistema de Saúde, dá-se a conhecer que os 35 Hospitais EPE diminuíram o prejuízo em 57,4 por cento no primeiro semestre do ano, face ao mesmo período do ano passado sendo que o Centro Hospitalar Lisboa Central terá sido, entre os Hospitais EPE neste semestre avaliados, o que apresentou o pior desempenho financeiro.

Sem qualquer comentário à frieza dos números dum relatório deste tipo nem às justificações por outros apresentadas, vale a pena ler esta notícia da Lusa com o título “Administração Centro Hospitalar de Lisboa justifica prejuízos com recente agregaçãolink donde retiro:

(...)Em comunicado, o conselho de administração esclareceu que o Centro, que agrupa os hospitais de S. José, Capuchos, Desterro, Santa Marta e Estefânia, foi criado em Março deste ano.

"Desta muito recente agregação, resultou o somatório dos vários activos e passivos mas resultou também, numa diminuição de receitas dado a anulação das prestações de serviços recíprocas".

Em reacção a estes números, a administração afirmou que "a previsão de prejuízos não é a melhor e muito menos a única forma de avaliar o desempenho dos Hospitais".
"Por esse facto quer este conselho de administração esclarecer que, quando se fala em resultados líquidos de exercício, pesam nas contas os resultados negativos e acumulados dos anos anteriores, mas a ACSS [Administração Central do Sistema de Saúde] avaliou o desempenho económico-financeiro no primeiro semestre e a avaliação não foi obviamente negativa".

De acordo com os valores fornecidos pela administração, os custos cresceram apenas mais 0,6 por cento relativamente a 2006, o que representou três por cento abaixo do orçamento económico deste ano e menos 3,8 milhões de euros.

Ao nível dos custos com pessoal, a administração destacou que existiu um decréscimo de 3,6 por cento face ao orçamento económico e de 1,6 por cento comparado com o período homólogo.

Relativamente ao orçamento económico, o conselho referiu que existiu uma descida de 1,6 por cento, esclarecendo, no entanto, que sofreu um acréscimo de 10,8 por cento (5 milhões de euros) em termos homólogos, em função do aumento do consumo com medicamentos.
"O aumento dos custos com medicamentos verificou-se nos Hospitais de Dia de Hemato-oncologia e Neurologia, bem como na área do HIV e deve-se não só ao aumento do número de doentes tratados, mas também a alterações nalguns protocolos terapêuticos" (...)
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pois...
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sábado, setembro 01, 2007

Pedro Nunes versus Correia de Campos



«A OM defende que o que deveria ser feito era, para cumprir a legislação e a vontade dos portugueses, continuar a definir a IVG como algo negativo e que pode servir para resolver um acidente e não a mensagem de que é algo banal, fácil, acessível, que está ao pé da porta e resolve todos os problemas. Assim, os baixos níveis de anticoncepção serão ainda mais baixos» Pedro Nunes
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«Daqui até ao final do ano, algumas das coisas que se digam neste grupo profissional têm que ser sempre vistas à luz do facto de haver eleições para os dirigentes [da Ordem dos Médicos] no final do ano» Correia de Campos
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Não …

Nem a arrogância e o desrespeito de Pedro Nunes nem o desrespeito e a arrogância de Correia de Campos.
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